“Queer Eye” estreia sua terceira temporada mais maduro, em um ano focado em saúde mental e no processo de auto-aceitação – além do makeover tradicional.
OOs Fab 5 retornaram na terceira temporada de Queer Eye promovendo não apenas uma reforma na vida, mas também pregando a aceitação. Não é à toa que o trailer da temporada deixa claro que “essa é a temporada do amor próprio”, ilustrado ao longo de oito episódios. Vemos pessoas diferentes (conhecidas como Heróis), de culturas diversas e de pontos variados do estado do Kansas, mas que passaram por momentos difíceis na vida que vem as afetando de forma com que seja difícil seguir em frente e se veem sem opções.
Queer Eye estreou em 2018, teve duas temporadas no mesmo ano e agora estreia o seu terceiro ano. A série traz de volta Jonathan (Aparência), Antoni (Alimentação), Karamo (Cultura), Bobby (Design de Interiores) e Tan (Roupas) não só para proporcionar uma reforma externa, mas também procuram extrair do interior de cada participante o valor próprio, aceitação, busca da personalidade, identidade e autoconhecimento. A terceira temporada tem como seu maior foco a saúde mental, acima de qualquer questão mais estética e externa, fazendo jus ao slogan do programa “Mais que uma reforma“.
QE e comoção são sinônimos. Cada cena, mesmo em seus momentos de descontração, carrega muitas emoções vividas pelos perfis escolhidos pelos 5 Fabulosos. É satisfatório assistir ao programa e perceber os participantes superando seus obstáculos e encontrando a força que já tinham, mas que precisava ser despertada. Cada um dos cinco Especialistas tem seu dom, sua particularidade e usam isso para fazer o bem para a humanidade.
Mais Que Uma Transformação
O programa, que é um original Netflix e reboot de Queer Eye for a Straight Guy, é exuberante em aspectos culturais, não apenas por ser apresentado por cinco caras da comunidade LGBTQIAO+, mas porque são indivíduos incríveis que buscam quebrar os padrões de beleza imposta pela mídia. As transformações feitas não são forçadas e desconfortáveis para os participantes indicados, demonstrando preocupação, sensibilidade e combatendo a masculinidade tóxica – apontando isso em cada um dos homens que eles fazem o makeover, mostrando a importância em demonstrar emoções para uma boa saúde mental.
Gratidão e a importância de valorizar suas origens são aspectos também bastante presentes nessa temporada de Queer Eye. Voltar ao passado e relembrar sem ter medo ou vergonha dele, abraçá-lo como forma de aceitação e superação são aspectos exuberantes bastante retratados ao longo dos episódios, deixando claro que “Pessoas são pessoas. Todos são capazes de mudar“.
Os Cinco se apresentam bastante experientes e confortáveis em suas funções e também fora delas, visto que também passaram por dificuldades em suas vidas e lidam com elas até hoje. Dentre esses problemas, vamos eles falando sobre terem lidado com depressão, ansiedade, se assumir para os pais, abandono da família e expulsão de casa, além de outros problemas familiares. Características e momentos infelizes que são importantes para moldar cada um deles, desenvolver suas respectivas personalidades e torna-los apropriados para orientar os Heróis da forma mais genuína possível.
Sem auto depreciação, entender suas fraquezas e compreender que passar cinco dias sob a tutela do Fab 5 é um progresso, mas a mudança não parte só disso: cabe apenas si mesmo manter a transformação, que dura mais que apenas cinco dias. Se trata de ser bom com os outros e ter empatia – e, antes de tudo, ser bom consigo mesmo. Através disso, Queer Eye deixa claro que vai muito além de um programa de “reforma”.
O original Netflix vale muito a pena, funcionando tanto para momentos de descontração e entretenimento quanto para momentos mais profundos e de auto-análise. Agora, resta apenas saber se seremos presenteados com mais uma temporada neste ano, como foi em 2018.