“Mulan” chega aos 20 anos do seu lançamento sendo um dos filmes mais icônicos da Disney, com um legado intocável.
AAo contrário do que muitos divulgaram em 2013, não foram Elsa e Ana que quebraram o paradigma da mocinha indefesa salva pelo príncipe encantado nos filmes infantis. Há 20 anos, a personagem Mulan estreava nas telonas do mundo inteiro vencendo o exército Huno, com sua coragem e astúcia. Na época, a adaptação foi muito bem recebida pelo público e pela crítica, obtendo, inclusive, indicações ao Globo de Ouro e ao Oscar, por sua trilha sonora que inspira pequenas heroínas até hoje.
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O filme conta a história de uma jovem que procura provar seu valor, após fracassar no cumprimento de algumas tradições sociais da China imperial, governada pela dinastia Han. Com a invasão do exército Huno, um homem de cada família deveria servir ao exército chinês, podendo o filho mais velho se voluntariar no lugar do pai. Porém, Mulan era filha única, e, como mulher, seu alistamento era proibido. Então, mesmo debilitado, seu pai, Fa Zhou, se compromete a lutar por sua pátria mais uma vez. Após tentar convencê-lo, sem êxito, de que já havia muitos jovens para defender o país, Mulan rouba a armadura de seu pai e foge no meio da noite, em direção ao centro de treinamento militar. E, é ai que grande aventura começa.
Com a partida de Mulan, a esperança da família é de que ela desista no caminho e volte para casa, pois caso fosse descoberta, sua sentença seria a morte. Para ajudá-la, sua avó pede ajuda aos seus ancestrais, e a cena seguinte talvez seja a mais cômica de todo o longa. Ao acordarem, os espíritos discutem qual seria o melhor guardião da família para salvar a jovem e, vendo a oportunidade de retomar o seu pedestal, o dragão Mushu, junto ao grilo da sorte, Gri-Li, parte ao encontro de Mulan no intuito de fazê-la conquistar grandes honras no exército.
Confiante com seus novos aliados, ela se empenha em ganhar o respeito dos outros guerreiros e do comandante, Lee Shang. O caminho foi difícil, mas apesar dos obstáculos, Mulan conquista a amizade e, até mesmo a admiração de seus colegas. Porém, aos olhos do conselheiro imperial, Chi Fu, a tropa do jovem comandante não está preparada para o combate e apenas após receber uma carta falsa escrita por Mushu e Gri-Li, eles marcham para se unirem ao exercito principal.
Ao chegarem, a tropa encontra o acampamento arrasado pelo exercito Huno, o que significava que eles eram a última esperança do Imperador. O caminho mais rápido era pela passagem Tuc Shau, mas o homens de Shan-Yu estavam a espreita para uma emboscada. A derrota seria inevitável, mas é nesse momento que Mulan faz seu segundo ato heroico. Com visão estratégica, ela utiliza o último explosivo para provocar uma grande avalanche, da qual apenas seis guerreiros Hunos sobrevivem.
Mas, este ainda não seria o grande triunfo de Mulan. Ferida no combate, o exército descobre que o grande guerreiro que eles agora tinham como herói, era uma mulher. O dever do comandante Lee Shang era matar a jovem, mas por ela ter salvo sua vida, ele decide poupá-la, causando o alívio de seus amigos e a fúria do conselheiro Chi Fu. Assim como hoje, Mulan precisa provar seu valor várias vezes para ser reconhecida. E, foi pouco antes de voltar para casa, que a jovem assiste os Hunos saírem da neve em direção a cidade imperial.
Enquanto o exército de Lee Shang é recebido com festa pela população, Mulan tenta avisá-los de que a batalha ainda não acabou, mas eles não lhe dão ouvidos. Nesse momento a jovem questiona o comandante do por que dele não confiar nela como antes. Essa é uma cena que gera em toda criança uma insatisfação com a desigualdade sofrida até hoje, e isso é o que mais encanta nesse filme. Seu caráter político, promovendo mudanças de pensamento e conduta desde a infância. E, claro, o melhor fica para o final.

Mulan estava certa em não comemorar a vitória. Quando o Imperador aparece para cumprimentar os guerreiros, ele é raptado pelos Hunos que o fazem refém dentro de seu palácio. Depois de falharem uma vez por ignorância, o exército chinês decide aceitar as ordens de Mulan que, ao fim, se torna a grande heroína da China. Além de derrotar Shan-Yu, ela salvou seu pai, seu comandante e o imperador. Talvez, a cena mais emocionante seja a de todos ao redor dela, se curvando em sinal de respeito.
Determinada, confiante e inteligente, essa é Mulan, uma personalidade das animações infantis que representa tudo que toda garota deve almejar ser. O roteiro foi baseado em uma lenda chinesa datada entre 386 e 557 d.c e já se passaram 20 anos desde que o ocidente conhece Mulan, portanto, é indiscutível o caráter atemporal dessa história. Atualmente, são poucos os países que contam com alistamento obrigatório para os dois sexos e, na maioria deles, apenas homens podem integrar o grupo de Armas-Base, que engloba cavalaria e infantaria.

Em 1995, Pocahontas já havia rompido alguns padrões, mas ela ainda dividia os holofotes com John Smith, herói por salvar seu pai, Powhatan. Mulan é a única princesa da Disney que protagoniza verdadeiramente cada uma das vitórias em seu filme.
Live Action
Em 2020, Mulan vai dominar as telonas mais uma vez. Segundo o Omega Underground, as filmagens do live-action começaram em janeiro deste ano, com locações na China e Nova Zelândia. A atriz chinesa Liu Yifei, uma das atrizes mais populares desta geração em seu país, viverá a protagonista no longa. Além de Yifei, o filme trará Donnie Yen como Comandante Tung, uma nova versão de Lee Shang, e o veterano Jet Li, como o Imperador. Também foram confirmados na equipe de produção o coordenador de dublês Allan Poppleton de Avatar (2009), o supervisor de efeitos visuais Sean Andrew Faden de Power Rangers (2017), e a designer de figurinos Bina Daigeler conhecida por seu trabalho na série Narcos.
A influência da heroína está presente na direção do filme, que será realizada por Niki Caro, ainda pouco reconhecida no mercado norte-americano das grandes produções cinematográficas. A diretora revelou que a produção será um musical e trará o elenco soltando a voz, o que foi uma ótima notícia para os fãs. Já o roteiro está sob o comando de Rick Jaffa e Amanda Silver.
De acordo com o Hollywood Reporter, a produção foi adiada em quase dois anos. A estréia que estava prevista para 2 de novembro de 2018, acontecerá no dia 27 de março de 2020, mas não há informação se o adiamento afetará o cronograma de filmagens. Enquanto isso, os fãs permanecem ansiosos pelo reencontro com Mulan.