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Alfred antes do Batman

[tempo de leitura: 4 minutos]

“Pennyworth” leva o público para a juventude do mordomo mais conhecido do mundo para contar sua história pré-Bruce Wayne.


ÉÉ possível que não exista um universo de quadrinhos tão explorado quanto o do Batman. HQs, filmes, séries, livros… a lista é infinita. O próprio Morcego já estrelou nove filmes live-action, e está prestes a protagonizar mais três. Mas tão presente quanto Bruce Wayne, é o seu fiel braço direito: o mordomo Alfred Pennyworth, que pela primeira vez tem a chance de dar nome à sua própria produção.

 

Apresentando Pennyworth

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Poster da série

Pennyworth é uma série de 10 episódios do canal Epix, focada na juventude do personagem-título. Na trama, Alfred “Alfie” Pennyworth (Jack Bannon) é um recém-reformado soldado do Serviço Aéreo Especial britânico. Tentando se adaptar à vida de civil, Alfie decide começar um serviço de segurança pessoal, com a ajuda de seus melhores amigos de combate, Wallace “Dave Boy” McDougal (Ryan Fletcher) e Deon “Bazza” Bashford (Hainsley Lloyd Bennett).

Para o seu azar, os anos de combate não ficaram para trás e o jovem rapaz se torna um alvo da Sociedade dos Corvos, uma sociedade secreta de extrema-direita que está em guerra pelo poder do Reino Unido contra a Liga dos Sem Nome. Assim, em uma Londres alternativa, que mistura aspectos da Era Vitoriana com os anos 50 e 60, Pennyworth precisa encontrar uma forma de se manter vivo e proteger todos aqueles que ama.

Pennyworth sabe usar seus personagens e brinca um pouco com o universo em que seu personagem-título existem. Assim como nas histórias do Batman, Alfred é extremamente leal, possui o seu código de honra e quer resolver os problemas com o mínimo de sangue possível. Ainda, Alfie é inteligente, engenhoso e muito bom no combate.

São por esses atributos que o ex-soldado acaba chamando a atenção da norte-americana Martha Kane (Emma Paetz), agente da Liga dos Sem Nome, e até mesmo do empresário Bruce Wayne (Ben Aldridge). Assim, através de conspirações, o trio acaba por se tornar uma das equipes em terra com a missão de derrotar a Sociedade., comandada por Lorde Harwood (Jason Flemyng).

 

Assistindo Pennyworth

No curso de sua jornada, é interessante ver que Pennyworth não está para brincadeiras. Fazendo muito uso do gênero de espiões, a série tem plena consciência do potencial que tem em mãos – principalmente considerando que Alfred nunca teve muito do seu passado revelado. Assim, a produção tem espaço para explicar a história do mordomo antes dele ser um mordomo, e o que o levaram à tal ocupação, considerando que Pennyworth tinha uma proeminente e talentosa carreira no exército.

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Thomas Wayne e Martha Kane, futuros pais de Bruce Wayne

Buscando manter-se mais pé no chão, a série traz uma produção arrojada e visualmente bem produzida. Paralelamente, a ascensão da extrema direita e o uso da comunicação de massa para movimentar os grupos são alguns dos arcos que levam para a televisão um pouco da nossa atual realidade.

O grande problema de Pennyworth reside justamente em seu roteiro. As histórias ficam um tanto confusas e você chega na metade da série sem entender muito bem o que está acontecendo. Alguns personagens ficam apagados e você também tem um pouco de dificuldade de entender (ou memorizar) os grandes vilões da temporada. Complementar a isso, nas batalhas paralelas a guerra perde um pouco de sentido e a série dá espaço até para um adorador do Diabo entrar em cena. O que isso tem a ver com tudo? Acredito que só tirar de cena um personagem que não tinha motivo para existir.

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Em destaque, Alfred Pennyworth, acompanhado por Thomas Wayne ao fundo

No lado positivo das coisas, Jack Bannon entrega um excelente Alfred Pennyworth. Sua atuação é forte e remete ao personagem que o público já conhece, com grande carisma e presença. Principalmente pela sua história pessoal e familiar, é fácil perceber o que o motiva a aceitar um futuro emprego com os Wayne e ir para os Estados Unidos ser o mordomo da família.

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As irmãs Sykes: Beth e Peggy, respectivamente

No time dos vilões, quem realmente rouba o programa é Bet Sykes. O braço direito de Harwood é extremamente icônica, com seu sotaque carregado e sua personalidade sociopata.

Graças à atuação de Paloma Faith, conhecida no Reino Unido pela sua carreira de cantora, podemos ver uma personagem carismática, que fala meio calmo e arrastado e navega na comédia sem, de fato, entregar piadas ou bordões. Algumas de suas decisões são cômicas, assim como a dinâmica com sua irmã, a sadista e sadomasoquista Peggy Sykes (Polly Walker) – mas Beth está longe de ser uma comediante.

No curso final, Pennyworth é uma interessante tomada na vida de Alfred. Mesmo com a confusão em seu plot, a série tem um bom fôlego, atuações e cenas de ação suficientes para manter o público ligado e intrigado à esta história, que já tem uma segunda temporada confirmada para ano que vem.


No Brasil, a exibição de Pennyworth ficou com o serviço de plot Starzplay, estreante no país.

É de 1995, virginiano, gay que atende por qualquer pronome e formado em Jornalismo com pós em Comunicação e Marketing. Criou a ZINT em 2017 — desde então, colabora com matérias sempre que tem uma boa pauta e cuida do visual do Colaborativo.

Em 2021, assistiu 69 Filmes e 133 Séries. Leu 1 Livro e desde que começou a quarentena já catalogou 620 álbuns reproduzidos (e contando!) enquanto dubla pelo seu legado. ✨

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