DDepois de debutar como solista com um álbum cheio de batidas fortes e um conceito visual imponente, KAI faz o seu retorno apostado em um equilibrado oposto. Peaches, o seu segundo mini-álbum, é a prova de sua versatilidade não apenas como um cantor solo, mas também como o conhecido dançarino principal do EXO.
Neste novo projeto, a faixa-título é um suave e hipnotizante contraposto para a primeira música de trabalho do artista. Diferente de Mmmh, que carregava consigo uma sensualidade óbvia e um ar de mistério, Peaches apresenta o seu respectivo compilado unindo a música tradicional coreana em batidas contemporâneas, levando para a tela o encontro entre o tradicional e o moderno em um conceito visual de cores em tons pastéis e um Kim Jong-in mais apaixonado e menos provocativo.
Como Baunilha
Acredito que Peaches faça um trabalho ainda mais excepcional em tornar audível a doçura na voz de KAI. Mesmo que KAI, o álbum, já tenha feito um trabalho muito bom em destacar a “Voz de Mel” de Jong-in no meio de batidas mais grandiosas, o segundo mini-álbum é mais certeiro em fazer este realce em instrumentais igualmente suaves que acompanham a melodia de seus vocais.
Peaches é um trabalho muito mais sensorial, evocando para si um KAI mais focado em proporcionar ao ouvinte um sentimento de paz e calmaria que facilmente poderiam ser ilustrados pelos tons pastéis usados no conceito do compilado. Se este fosse um caso de sinestesia, os tons rosados e azuis vistos no videoclipe e na capa do disco possivelmente seriam as cores que veríamos ao nos entregarmos aos 18 minutos do mini.
Formado majoritariamente por instrumentais mais melódicos e vocais mais suaves, o álbum é um desses projetos que não existem faixas que serão puladas em outras reproduções. É até mesmo difícil escolher a melhor música entre produções tão bem trabalhadas.
Peaches é o casamento perfeito entre o tradicional e o moderno, Vanilla é como viajar entre as nuvens, e Domino é como aterrisar direto em um batalha de dança — a única das faixas que aposta em algo mais carregado e acelerado. Por sua vez, Come In é um convite e uma confissão, enquanto To Be Honest é como sentir a descoberta um novo sentimento e Blue é como assistir o entardecer da janela do quarto em conforto e carinho.
Ganhando Vida
Não bastasse uma discografia tão sólida e tão bem produzida, KAI trouxe aos fãs uma ilustração audiovisual do mundo que ele está construindo como solista. #Cinema – KAI : KLoor é o primeiro concerto do artista como um cantor, e a primeira vez que ele é capaz de contar a sua história através de música e da dança.
Exibido de forma online pela plataforma Beyond LIVE, #Cinema é exatamente o que seu título propõe: uma experiência cinematográfica por sua vida. Ao longo de quase uma hora e meia, o público acompanha a vida de Jong-in ao mesmo passo em que ele revisita imersivamente momentos de sua vida através de VTs ilustrativos.
Dentre todos as produções exibidas pela plataforma, KAI : KLoor é uma das mais memoráveis. Embora seu repertório seja breve, KAI equilibra muito bem o seu tempo em tela com apresentações bem coreografadas e um carisma avassalador que é transmitido por sua gigantesca presença de palco.
E ao ir por um caminho diferentes dos outros concertos, o cantor deixa a sua própria marca através da narrativa que ocupa o espaço entre as trocas de figurinos, os efeitos gráficos que trazem para a tela gigantes humanóides dançarinos, e até mesmo soluções visuais que exploram o seu superpoder de teletransporte — parte do conceito como membro do EXO.
Mesmo sendo um fã recente ou conhecendo o trabalho de Jong-in por anos, é difícil não se surpreender com o solista elevando a qualidade de seu trabalho a cada lançamento e tentando coisas tão inventivas. Peaches começa e termina como uma Era cheia de surpresas positivas e que seguem colocando KAI como um ponto de referência dentro do K-pop.