fbpx
"Um Amor, Mil Casamentos" não alcança seu potencial como comédia romântica, desperdiçando um elenco conhecido e talentoso.

“Um Amor, Mil Casamentos” não alcança seu potencial como comédia romântica, desperdiçando um elenco conhecido e talentoso.


NNo dia 10 de abril deste ano, chegou ao catálogo da Netflix a comédia romântica Um Amor, Mil Casamentos que foi baseada no filme francês Plan de Table (2012). A película dirigida por Dean Craig gira em torno de Jack (Sam Claflin) e Dina (Olivia Munn), que se conheceram por acaso durante uma viagem. Apesar do breve tempo que passaram juntos, a conexão que Jack sente por Dina é muito forte, algo que nunca sentiu por qualquer outra pessoa. Mas ao invés dos dois finalmente ficarem juntos, um acaso do destino acaba interferindo de forma que Jack e Dina são obrigados a seguir em frente com suas vidas.

Três anos após esse encontro, Jack e Dina tem a chance de se reencontrarem novamente na festa de casamento de Hayley (Eleanor Tomlinson), a irmã mais nova de Jack. Esse parece o cenário ideal para um reencontro após tantos anos, ainda mais levando em conta que Jack nunca conseguiu esquecer completamente de Dina. Contudo, a festa de casamento é colocada em risco com a chegada inesperada de Marc (Jack Farthing), o ex-namorado de Hayley que, completamente alterado pelo uso de drogas, ameaça estragar o casamento.

Sobretudo, Um Amor, Mil Casamentos tenta mostrar, de uma maneira bem humorada, como os acasos podem interferir em nossas vidas e quais são as consequências deles. Dessa forma, o filme mostra diferentes cenários do casamento, exemplificando como o acaso pode afetar a vida de cada um dos convidados.

Com direção e roteiro de Dean Craig, a produção está longe de ser extremante engraçado ou romântico. Alguns diálogos e situações vividas pelos personagens parecem forçados, dificultando para que o público se divirta com a história. Um exemplo disso é a conversa entre Dina e Sidney (Tim Key), em que ela tenta contar um pouco sobre sua profissão, de como é ser uma jornalista de guerra, mas que acaba sendo constantemente interrompida por Sidney, que faz uma série de piadinhas sem graça. Além disso, o casal principal, Jack e Dina, não tem muita química e sofre com a falta de dinâmica entre os atores.

Conhecido por participar de várias comédias românticas, Sam Claflim não consegue emplacar aqui um personagem tão memorável como o Alex de Love, Rosie (2014), ou o Will de Como Eu Era Antes de Você (2016). De fato, o seu trabalho em Um Amor, Mil Casamentos está longe de ser um dos melhores como ator. Os poucos momentos em que Sam conseguiu se sobressair foram ao lado Eleanor Tomlinson, atriz responsável por interpretar Hayley. A relação entre os irmãos é um dos maiores acertos da película, rendendo momentos engraçados e emocionantes, assim como a própria personagem que rouba a cena em diversos momentos.  Além de Claflin, Olivia Munn também não tem um dos melhores desempenhos de sua carreira, mas isso se deve ao roteiro do filme que acaba prejudicando o desenvolvimento de sua personagem.

Apesar dos pontos negativos que a película apresenta, devido as falhas do roteiro, Um Amor, Mil Casamentos consegue transmitir sua mensagem a respeito do acaso e de como ele pode mudar as nossas vidas, de como uma ação pode influenciar todo o restante de nossas vidas. A presença de Marc no casamento foi um dos pontos altos da história, rendendo algumas cenas bastante cômicas.  Além disso, a trilha sonora do filme foi muito bem pensada e combina muito bem com os momentos em que foi inserida, reforçando o teor de cada cena.  

Para os fãs de comédia romântica, que estão esperando por um filme engraçado e que tenha uma pitada de romance, Um Amor, Mil Casamentos pode decepcionar nesse sentido. Apesar do potencial da história e dos nomes conhecidos do elenco, a película não consegue ser tão marcante ou apaixonante.

Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Televisão
Clarice Pinheiro Cunha

Hilda para todas as idades

“Hilda” estreia na Netflix sendo uma série animada muito bem direcionada, trazendo ensinamentos que funcionam para as crianças, mas foca nos adultos. A menina simpática de cabelo azul pode fazer você pensar que Hilda, nova animação da Netflix, é um desenho infantil. Mas, a adaptação do quadrinho criado por Luke Pearson levanta temas de importância universal e atemporais, trabalhando-os a partir da perspectiva de uma criança. Criada e roteirizada por Kurt Mueller, Stephanie Simpson e pelo próprio Pearson, a série acompanha Hilda (Bella Ramsey), uma garotinha simpática e curiosa em sua jornada com a mãe, Johanna (Daisy Haggard), e a corça-raposa,

Leia a matéria »
Pesadelo na Rua Z
Deborah Almeida

Pesadelo na Rua Z / “A Mulher de Preto” (2012)

Trabalhar com a documentação de uma propriedade de um recém-falecido já não parece uma tarefa tão agradável, ainda mais em um filme de terror. Em A Mulher de Preto (The Woman In Black), o jovem advogado Arthur Kipps (Daniel Radcliffe) é enviado ao interior da Inglaterra para lidar com a papelada da Eel Marsh House, uma mansão de Alice Drablow (Alisa Khazanova). Apesar de não gostar da ideia, ele é pressionado pelo chefe a ir pois, caso contrário, seria demitido, uma vez que seu rendimento caiu muito desde o falecimento de sua esposa Stella (Sophie Stuckey), que morreu no parto
Leia a matéria »
Back To Top