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"Deixe a Neve Cair" tenta, mas falha quase inteiramente em entregar uma filme aceitável, com tramas mastigadas e pouco envolventes.

“Deixe a Neve Cair” tenta, mas falha quase inteiramente em entregar uma filme aceitável, com tramas mastigadas e pouco envolventes.


JJohn Green foi o responsável por criar uma geração de novos leitores cativados por suas comoventes histórias de amor. E é depois das adaptações cinematográficas de A Culpa é das Estrelas (2014) e Cidades de Papel (2015) que chega a vez de Deixe a Neve Cair (2019) – co-escrita por Lauren Myracle e Maureen Johnson. Produzida e disponibilizada pela Netflix, o filme traz cinco diferentes histórias unidas pelo frio no restaurante Waffle Town.

De modo a criar uma linha narrativa capaz de conduzir o longa de forma coerente e lógica, Deixe a Neve Cair apresentada duas tramas principais através das duplas Julie (Isabela Merced) e Stuart (Shameik Moore), e Tobin (Mitchell Hope) e Angie (Kiernan Shipka). Ao primeiro casal é reservada a carga dramática do filme. São eles dois desconhecidos que, por uma aparente infeliz coincidência, acabam passando a véspera de Natal unidos por suas diferenças em uma amizade que logo amadurece para uma “paixão de inverno”.

https://www.youtube.com/watch?v=_4RecOI_Pds

Ao outro casal é destinada a parte cômica da trama. Em total oposto a história dos outros dois, Tobin conhece Angie desde sua infância e nutre desde então uma paixão pela amiga. Preso na Friendzone da garota há muito tempo, ele vê nas festividades natalinas a oportunidade perfeita de dizer a ela o que sente. Desengonçado e até mesmo um pouco estranho – de um jeito –, Tobin ganha um lugar especial dentro da narrativa por ser um dos personagens mais carismáticos do filme.

Pôster do filme

Apesar de contar com nomes conhecidos como o de Kiernan Shipka, Jacob Batalon e Shameik Moore, dublador de Miles Morales em Homem-Aranha no Aranhaverso, o longa não consegue se salvar. Pouco dinâmico, ele se perde em meio as histórias, menosprezando a importância de certos personagens e dando muito foco a outros. Dessa forma a narrativa passa a ser arrastada e até mesmo tediosa em certos momentos.

Deixe a Neve Cair se assemelha muito a um outro filme da Netflix: Nosso Último Verão. Trazendo um enredo praticamente igual, mas agora num contexto de inverno e festas de fim de ano, acompanhamos os mesmos personagens caricatos nas mesmas tramas mal desenvolvidas. Tendo assim como principal problema a falta de evolução e progresso nas narrativas individuais e consequentemente no total do longa.

Outro ponto negativo do filme é sua falta de comprometimento com o expectador. Diversas vezes a história tenta trazer soluções ‘mastigadas’ para o público, supondo que ele seria incapaz de chegar aquelas respostas sozinho. Em outros momentos, porém, a narrativa prefere ignorar os mistérios criados por ela própria, torcendo para que ninguém perceba seu falho desfecho.

Kierna Shipka e Mitchell Hope, um dos casais protagonistas do filme

Diferente das anteriores adaptações das obras de Green, Deixe a Neve Cair tenta ser um romance teen, um filme de natal e uma comédia romântica, falhando quase que inteiramente nos três pontos. Deixando a desejar, o longa poderia ser infinitamente melhor se seguisse a estrutura apresentada em seu próprio trailer. Apesar de ser capaz de tirar algumas risadas do público e de trazer uma atmosfera natalina para o catálogo de fim de ano da Netflix, a adaptação não vai muito além disso.

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