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"As Trapaceiras" é um filme despretensioso, cuja comédia ganha corpo graças a orgânica dinâmica entre Anne Hathaway e Rebel Wilson.

“As Trapaceiras” é um filme despretensioso, cuja comédia ganha corpo graças a orgânica dinâmica entre Anne Hathaway e Rebel Wilson. 


De uns tempos para cá, a indústria cinematográfica vem investindo em remakes de filmes clássicos, eternizados na memória do público. Mas em busca de novos ares, alguns desses títulos ganharam protagonismo feminino, como é foi o caso de Ghostbusters (2016) e Oito Mulheres e Um Segredo (2018). Agora, dirigido por Chris Addison e estrelado por Anne Hathaway e Rebel Wilson, As Trapaceiras é o remake do clássico Os Safados (1988), que chega aos cinemas atualizando o filme que contava com os nomes de Steve Martin e Michael Caine no elenco.

Nesta nova versão, o público tem a oportunidade de se familiarizar com Josephine (Anne Hathaway) e Penny (Rebel Wilson), duas mulheres extremamente manipuladoras e que são conhecidas por extorquir homens milionários – a ética de “trabalho” delas dita que seus alvos são, normalmente, homens fúteis.. Uma característica que chama atenção é o fato de Josephine ser mais elegante, enquanto Penny é um pouco desastrada, de forma que a personalidade delas contrasta bastante.

Dessa forma, o destino das duas trapaceiras acaba se cruzando na Riviera Francesa, onde elas estão de olho em um novo alvo. Tanto Josephine quanto Penny se sentem atraídas por Thomas Westerburgs (Alex Sharp) e seu dinheiro. Ele é um gênio da informática e pode ser considerado um cara minimamente decente, se comparado com os outros homens que elas já extorquiram.

Inicialmente, devido ao interesse comum que elas têm por Thomas, Josephine e Penny acabam competindo, mas não demora para elas perceberem que suas chances de sucesso podem aumentar caso a dupla trabalhem juntas, de forma que elas formam uma parceria com o objetivo de obterem êxito em seus golpes. Essa união entre Josephine e Penny acaba rendendo vários momentos divertidos ao longo do filme.

De certa maneira, a história de As Trapaceiras lembra a de Os Safados, principalmente pela reciclagem de algumas piadas. A grande diferença está nos personagens principais, que são mulheres, e o fato delas terem um pouco mais de “ética” em comparação com os protagonistas originais. Josephine e Penny justificam seus “crimes” devido a forma que os homens se comportam, sempre indo contra o machismo e o narcisismo deles.

As Trapaceiras está longe de ser um filme revolucionário, que apresenta uma crítica social importante. Trata-se de uma comédia despretensiosa e capaz de arrancar boas risadas, graças a dinâmica estabelecida por Anne Hathaway e Rebel Wilson.

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