fbpx
"Clickbait" traz uma interessante discussão sobre assuntos contemporâneos digitais em um trama envolvente e dinâmica.

“Clickbait” traz uma interessante discussão sobre assuntos contemporâneos digitais em um trama envolvente e dinâmica.


DDesde que foi anunciada, Clickbait, a nova série da Netflix, me chamou atenção. A trama tem um enredo simples mas muito inteligente em sua execução. Na história, conhecemos Nick Brewer (Adrian Grenier), que trabalha como um fisioterapeuta na Califórnia e tem uma vida tranquila com sua mulher e os dois filhos. Tudo isso começa a desmoronar quando ele é sequestrado e um vídeo é publicado mostrando o protagonista segurando placas em que parece confessar crimes de abuso sexual, acompanhado da mensagem “Chegando a 5 milhões de visualizações, eu morro”. O mais interessante é como o vídeo é usado para fazerem as pessoas questionarem o caráter de Brewer e decidir se ele é inocente ou culpado.

https://www.youtube.com/watch?v=h9YSRtJ2IwY

Um grande acerto de Clickbait é como ela cuida dos personagens. Em seus oito episódios,  todos ganham um protagonismo em uma dose certeira, onde conhecemos seus perfis, o que eles fizeram e qual suas respectivas relações com Nick, desencadeando uma série de reações em cadeia em relação ao tópico principal. Prova disso é no episódio O Repórter em que o jornalista faz de tudo para ter a fonte que deseja e não há limites entre empatia, respeito e bom senso. Para ele, só resta fazer a entrevista a qualquer custo, com notícias sensacionalistas, fazendo com que os personagens envolvidos sofram sob este ataque.

No episódio O Filho, em que conhecemos mais do filho Ethan Brewer (Cameron Engles), entendemos como é para ele saber a verdade, e a sua jornada de fazer justiça com as próprias mãos é bem explorada. Ainda, situações de bullying e racismo são tratadas em seu capítulo de Clickbait, e a forma como isso se desenvolve ajuda a dar mais camadas ao personagem.

O que deixa a desejar é que, ao dar uma trama para todos os personagens, o universo se abre demais e muitas vezes parece que falta mais um complemento. Quando entendemos suas respectivas ligações e histórias com o núcleo principal, simplesmente somos deixados com aquelas informações e então partimos para o próximo núcleo.

A trama também mostra preocupação em discutir temas como a falta de comunicação, perfis fakes, apps de relacionamentos e traição. Essas discussões são levadas ao seu extremo quando questionando a índole do protagonista e de todos ao redor dele.

Clickbait é uma série de ritmo intenso, flertando com temas atuais sobre a tecnologia e as relações humanas. O que é mais interessante em sua temática é a discussão em como todos nós temos um frágil teto de vidro, estando suscetíveis a erros, e como esses deslizes podem vir a tona de maneira severa. Afinal, tudo tem o seu preço e as consequências vem para todos.

Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Filmes
Bruna Curi

Poder, tradição e representatividade

“Podres de Ricos” investe pesado em um elenco asiático para contar uma história de amor, mostrando, sem esteriótipos, o lado cultural da Singapura. Existem três palavras que podem definir o filme Podres de Ricos, lançado no dia 25 de outubro: poder, tradição e representatividade. Baseado no livro Asiáticos Podres de Ricos, escrito por Kevin Kwan, o longa vai levar o público a uma viagem cultural por Singapura, mostrando a forte tradição que existe entre os orientais. A trama da película é focada em Rachel Chu (Constance Wu), uma professora de economia bem sucedida que viaja junto de seu namorado Nick

Leia a matéria »
Música
Vitória C. Rocho

Imagine Dragons cada vez mais longe de suas origens

Imagine Dragons lança seu novo álbum, “Origins”, antes mesmo de terminar a turnê do álbum anterior, entregando um “parente próximo” do antecessor. No terceiro single que precedeu o álbum, Dan Reynolds canta em um refrão forte e desafiador “Eu estive me perguntando quando você vai ver que eu não estou pra venda / Eu estive me questionando quando você vai ver que eu não uma parte da sua máquina”. Bem, Dan, parece que vocês fazem parte do sistema, sim. Imagine Dragons teve um crescimento explosivo e pouco visto nas bandas atuais, surpreendendo ainda mais ao se manter tanto tempo nas

Leia a matéria »
Back To Top