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The Umbrella Academy, a mais nova aposta da Netflix, apresenta um novo universo super- heróico que foge totalmente dos clichês que estamos acostumados.


As séries de super-heróis não são nenhuma novidade na Netflix. Após ter produzido, em parceria com a Marvel, títulos como Jessica Jones, Demolidor e Justiceiro – todas elas canceladas – o serviço surge com uma nova aposta de adaptações de quadrinhos: The Umbrella Academy. Inspirada nas HQs criadas por Gerard Way e pelo brasileiro Gabriel Bá, a série conta a história de sete crianças com poderes grandiosos adotadas pelo bilionário Reginald Hargreeves (Colm Feore) para formarem uma academia de super-heróis.

https://www.youtube.com/watch?v=3bSOSI4Lr_I

A trama se inicia um bom tempo depois do pequeno esquadrão ter cumprido diversas missões para salvar o mundo. Com a morte de seu pai, os irmãos adotivos, pelo menos os que restaram, acabam sendo obrigados a se reencontrar após anos reclusos e distanciados vivendo suas vidas adultas. Além do mistério que rodeia a morte de Reginald, outros fatores como o retorno do Número Cinco (Aidan Gallagher) anunciando o apocalipse acabam desencadeando uma certa união entre eles, em meio a muitos desentendimentos.

De início já é possível notar traços de personalidade bem distintos em cada um dos irmãos: temos o líder, o rebelde, o perturbado, o espertinho, a queridinha e a normal. Os flashbacks que mostram um pouco de sua infância nos permitem identificar os poderes de cada um, assim como o rígido e frio tratamento que recebiam do seu pai, fator que ajudou a criar os adultos problemáticos apresentados. E são essas personalidades conturbadas que humanizam as personagens e nos permitem nos aproximar e identificar com cada uma.

Os defeitos e falhas em cada um, até mesmo no filho prodígio, não são escondidos em nenhum momento. Dessa forma, The Umbrella Academy torna possível, para o telespectador, se identificarmos com a família Hargreeves, comprando suas histórias e motivações pessoais. Isto se dá desde personagens como Klaus (Robert Sheehan), que nos conquista com seu bom-humor e seu triste romance no passado, e Vanya (Ellen Page), que nos transmite um misto de raiva mas também de pena ao descobrirmos sua infância excluída por seus próprios familiares.

Até mesmo os vilões da série fogem dos padrões ao qual estamos acostumados. Cha-Cha (Mary J. Blige) e Hazel (Cameron Britton) não carregam o tom frio e sombrio comum de ser identificado em dois assassinos de aluguel, a começar pelas máscaras que utilizam. Durante a sua missão para matar o Número Cinco, em diversos momentos ambos questionam o seu próprio trabalho, enquanto nos divertem com seus pequenos conflitos. Também é algo questionável dizer que eles seriam os grandes vilões da série, em meio à outros possíveis. Ademais do autoritário Sir Hargreeves, que pode ser considerado o vilão da infância das crianças, há também o apocalipse, vilão não materializado mas que se torna, de fato, o grande inimigo do grupo. Por fim, temos Leonard (John Magaro), que acaba por não ter uma trajetória bem construída na série pois entendemos suas motivações mas não o seu propósito final, que acaba sendo deixado em aberto.

Um ponto de grande destaque produção da Netflix é a constante presença de momentos non-sense. Nos deparamos com uma série que possui um mordomo macaco, uma mãe robô, um homem gorila e uma criança casada com um manequim, mas que não tem a mínima preocupação em explicar nada disso. E mais, não há apenas um enredo que envolva The Umbrella Academy, e sim, pelo menos, umas três tramas diferentes. Contudo, o público não precisa se preocupar em entender ou acompanhar a narrativa, uma vez que o trabalho do roteiro é eficiente em embarcar o espectador na história, passando por todos esses pequenos detalhes aleatórios como algo completamente comum.

A trilha sonora da série também merece uma atenção especial, contendo sucessos de The Doors e Queen. As músicas são devidamente selecionadas e dão um tom mais dinâmico e divertido para as cenas, como acontece quando Hazel e Cha-Cha perseguem o Número Cinco em uma loja de roupas ao som de Don’t Stop Me Now.

https://www.youtube.com/watch?v=SA2MCjzZkAU

Por fim, pode-se dizer que The Umbrella Academy de fato consegue inovar em meio ao universo das séries de super-heróis ao apostar em uma abordagem mais humanizadora. E faz isso sem seguir a morbidez das séries da Marvel ou o caricaturismo das série da DC, produzidas em parceria e exibidas pelo canal The CW. A trama finaliza com um ótimo gancho para uma segunda temporada e nos deixa ansiosos para descobrir mais sobre o universo criado por Gerard Way e Gabriel Bá.


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