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"Space Force" até tem uma boa abordagem satírica ao projeto espacial dos EUA, mas só se sustenta graças ao trabalho energético de Steve Carell.

“Space Force” até tem uma boa abordagem satírica ao projeto espacial dos EUA, mas só se sustenta graças ao trabalho energético de Steve Carell.


OO que você faz quando o Presidente do seu país anuncia a criação de uma Força Espacial, designada a resguardar os interesses nacionais no espaço? Uma série é claro. É o que Steve Carell fez! Aclamado pela versão americana da sitcom The Office, Carell lança pela Netflix a produção seriada Space Force.

https://www.youtube.com/watch?v=Au7rXMuzYQQ

Uma sátira à criação de Donald Trump, a real Space Force ou Força Espacial, que agora é o sexto braço das forças armadas estadunidenses, volta sua energia para o que há fora da terra: o espaço sideral. Em novembro de 2019, o governo Trump estabeleceu oficialmente esta nova força militar para “proporcionar liberdade de operações para os EUA no espaço, do espaço e para o espaço”, além de “fornecer operações espaciais rápidas e sustentadas” — conforme consta no National Defense Authorization Act (NDAA, ou Lei de Autorização de Defesa Nacional).

Space Force retrata a fundação deste grupo e a exigência de um Presidente (que não aparece na série) que deseja uma equipe de astronautas na lua em 2024 (Boost on the Moon). Enquanto os outros ramos das forças armadas acham engraçado e até desnecessário, o General Mark R. Naird, interpretado por Steve Carell, tenta ser assertivo na missão.

Com um elenco de estrelas, como Patrick Warburton, Jane Lynch e Lisa Kudrow – que faz Maggie Naird, a esposa do General Naird – a série é ácida com o governo e usa dessa acidez para ironizar vários momentos da história norte-americana, como por exemplo, o envio de animais ao espaço, especificamente um macaco. O primeiro foi Albert II enviado pelos EUA em 1949.

Outro ponto que a produção ressalta é a “rixa” entre Estados Unidos e China. A briga é quase um arranca rabo, na qual a nação oriental sempre consegue prejudicar os EUA na narrativa de Space Force. O país asiático é colocado como uma ameaça eminente a soberania americana e que deve ser detida – mas, ao mesmo tempo, os próprios estadunidenses são atingidos nas ações de retaliação aos chineses – vide episódio 10.

Space Force também faz graça com a teórica habilidade de comandantes do exército em não acreditar na ciência. Como braço direito do General Naird temos Dr. Adrian (John Malkovich), um cientista homossexual colocado como a parte sensível da série e, acima de tudo, contra qualquer e todo tipo de guerra. Uma das lutas que Adrian tem ao longo da trama é conseguir renda para suas pesquisas (qualquer semelhança não é coincidência) que ele toca na Força Espacial. A todo momento há choque de ideias entre Adrian e Naird, assim como um embate de crenças e até mesmo de idades.

O veredito para Space Force é que, apesar de uma sátira inteligente, a série é carregada por Steve Carell – se não fosse sua boa atuação no seriado, a Netflix não haveria garantido a segunda temporada. Os outros personagens não têm a mesma profundidade e acredite, o carisma, de Naird. Vale apena assistir para rir de algumas ideias ridículas que são representadas e descobrir o por quê Maggie Naird está presa.

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