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Equilibrando comédia à temáticas contemporâneas e sexualidade, o segundo ano de "Sex Education" aprofunda no autoconhecimento.

Equilibrando comédia à temáticas contemporâneas e sexualidade, o segundo ano de “Sex Education” aprofunda no autoconhecimento.


AAs problemáticas da juventude são inúmeras e turbulentas. É um período repleto de dúvidas, novas descobertas e uma multiplicidade de sentimentos que são difíceis de nomear. Original da Netflix, a série Sex Education toca em um dos maiores tabus de toda a sociedade: o sexo. Cada momento é uma possibilidade de ser surpreendido com algum assunto intrigante e possivelmente não muito explorado.

A produção começou girando em torno da história leve e cativante de Otis (Asa Butterfield), filho de uma terapeuta sexual que ao lado de Maeve (Emma Mackey) dá conselhos aos seus colegas de ensino médio com uma espécie de “clínica terapêutica juvenil do sexo”, tudo isso com base no que ele aprendeu com sua mãe conforme os anos. Derrubar barreiras de uma forma descontraída foi a fórmula perfeita para conquistar os telespectadores em seu primeiro ano. A segunda temporada surge com um novo foco, explora cada personagem em sua própria bolha, se aprofunda em seus conflitos internos e individuais – primeiro é necessário que se encontrem para que depois se unam como um todo.

https://www.youtube.com/watch?v=TredCsEaBFM

Em todo ensino médio que se preze o começo de ano é caótico, e não seria diferente para os alunos de Moordale. No primeiro dia de aula ocorre um boato de uma possível infestação de clamídia e os alunos ficam aterrorizados com medo de serem infectados, porém, como é esclarecido por Otis posteriormente, clamídia é uma doença sexualmente transmissível e não é possível pegá-la apenas pelo contato com o “ar contaminado”. Tanto os alunos quanto os professores partilhavam da falta de informações nos quesitos sexuais, por isso chamaram uma profissional perfeita para auxiliá-los: Jane (Gillian Anderson), a mãe de Otis.

Pela presença de uma terapeuta especializada e por conta das explosões hormonais, assuntos que não são considerados convencionais ganharam os holofotes, representando a realidade de muitos telespectadores. Pansexualidade, assexualidade, fetiches, distúrbios sexuais e prazeres são explorados sem medo.

Além de tentar focar em seu relacionamento com Ola (Patricia Alisson) que dá brecha aos seus próprios dilemas – seus sentimentos não resolvidos por Maeve (que também está passando por problemas familiares), o protagonista tem que lidar com a presença de uma figura materna no ambiente escolar. Para quem era o “sabe tudo” na primeira temporada, Otis assume a posição de mais um adolescente cheio de expectativas e frustrações, aos poucos percebe que por mais que já tenha entrado em contato com a teoria das práticas sexuais, ela não substitui a vivência.

No colégio militar para onde foi enviado, o problemático Adam (Connor Swindells) é obrigado a se habituar com uma nova rotina e ao mesmo tempo lidar com os estereótipos e preconceitos que carrega em si. Enquanto essa antiga paixão está distante, Eric (NcutiGatwa) se envolve com um aluno novo, que para sua surpresa, o trata como prioridade – fazendo com que ele repense seus relacionamentos.

Além destes, Aimme (Aimee Lou Wood) é outra personagem que é aprofundada quando precisa enfrentar uma experiência traumática, trazendo à reflexão o assédio sexual e a naturalização empregada pela sociedade. Ola (Patricia Allison), também ganha destaque com o novo estilo narrativo, seu arco de novas descobertas pessoais a retira do posto da adolescente bem resolvida.

Enquanto alguns se distanciam outros se aproximam, novos laços trazem um novo brilho para a temporada. A amizade entre Viv (Chinenye Ezeudu) e Jackson (Kedar Williams-Stirling), e Ola e Lily (Tanya Reynolds) é o maior exemplo disso. Apesar de resolver alguns assuntos com soluções superficiais, a temporada é cheia de momentos memoráveis, como quando as garotas, mesmo com suas diferenças, se unem para lutar contra um opressor em comum – a cena é um verdadeiro espetáculo focado no girl power.

Com referências que vão do Clube dos Cincos até Meninas Malvadas, o segundo ano de Sex Education conquista por ser real e relevante. São tantos personagens diversos com múltiplas problemáticas que é impossível não se identificar em algum aspecto. É um convite bem humorado e sexy ao telespectador para participar da jornada de autoconhecimento e quebra de barreiras.

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