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"Ragnarok", nova aposta da Netflix, explora da mitologia nórdica para entregar um drama adolescente situado em uma pequena cidade.

“Ragnarok”, nova aposta da Netflix, explora da mitologia nórdica para entregar um drama adolescente situado em uma pequena cidade.


OO universo da mitologia nórdica tem sido cada vez mais explorado em séries e filmes, como Vikings e a saga Thor, ganhando fãs no mundo inteiro. Ragnarok, série norueguesa da Netflix que estreou em janeiro deste ano, se apresenta como uma nova proposta nesse cenário. O próprio nome já é uma alusão ao acontecimento mais importante da mitologia: Ragnarök foi uma série de eventos que levaram ao fim do mundo, resultando em uma grande batalha entre deuses e gigantes.

Portanto, ao anunciar o projeto da série, a Netflix causou grande alvoroço entre os fãs de mitologia nórdica. Mas, com o lançamento, muitos ficaram decepcionados ao ver que Ragnarok não é exatamente o que se espera de uma série sobre deuses e gigantes, e, com certeza, nada parecida com Vikings ou Thor. A produção mescla elementos nórdicos, descobertas da adolescência e os segredos de uma cidade pequena, além de estar repleta de referências.

 

Vida em Odda

A trama se inicia quando o jovem Magne (David Stakston), seu irmão Lauritis (Jonas Strand Gravil) e sua mãe (Henriette Steenstrup) se mudam para a cidade de Odda, onde aconteceu o Ragnarök. É chegando lá que Magne descobre que tem os poderes de Thor, o deus do trovão. Ele passa a desenvolver certas habilidades que não tinha antes: de repente, ele sabe quando vai chover, adquire super força e velocidade, além de habilidades de luta. Em meio a essas descobertas, o adolescente tem que lidar com o desânimo da mudança de cidade e o temperamento difícil do irmão.

Entretanto, em meio a essas mudanças, uma ameaça silenciosa paira sobre a pacata cidade. Trata-se da família Jutul, a mais rica do local e proprietária de uma grande indústria de óleo. Vidar (Gísli Örn Garðarsson) é o empresário que comanda o negócio, casado com Ran (Synnøve Macody Lund), diretora da escola. Seus filhos, Saxa (Theresa Frostad Eggesbø) e Fjor (Herman Tømmeraas), são os mais populares do colégio.

Os irmãos Magne e Lauritis

Com algumas mudanças climáticas e ambientais sendo notadas na cidade, levantaram-se suspeitas sobre a empresa de óleo dos Jutul. Além disso, a família não é nada do que parece ser: eles são criaturas anciãs que dominam Odda há anos, disfarçados como uma família comum.

 

Fim do Mundo?

Pôster internacional

O início de Ragnarok é marcado por uma referência clara à mitologia nórdica: Magne é um jovem alto, loiro, comedido e leal. Lauritis possui olhos verdes, cabelos pretos, é sarcástico e gosta de irritar todos aos redor. Parece familiar? Qualquer semelhança com os irmãos Thor e Loki provavelmente não é coincidência.

Lauritis, inclusive, é um dos pontos fortes da série. O personagem pode ser um pouco irritante às vezes, mas com certeza traz novos ares à narrativa. A ironia, o sarcasmo e as piadas do adolescente deixam o enredo um pouco mais divertido e fácil de assistir.

A ideia da produção é ótima – unir elementos mitológicos a tramas do mundo real pode ser uma combinação explosiva e empolgante – mas falha ao tentar alcançar tudo. Os segredos da elite e os embates da adolescência são bem retratados, mas deixam pouco espaço para explorar a mitologia. Diversas perguntas deixam de ser um mistério empolgante para se tornarem dúvidas incapacitantes.

Outra questão importante é a pouca exploração de alguns personagens. Magne fica amigo de Isolde (Ylva Bjørkaas Thedin), uma adolescente deslocada na escola e conhecida por ser ativista ambiental. A jovem de cabelos azuis é rebelde, corajosa, mas acima de tudo, doce. A personagem carrega ainda alguns mistérios do passado e um amor secreto chocante. Assim, a amizade entre os dois e a personalidade de Isolde poderiam ter sido mais exploradas por Ragnarok.

O problema, inclusive, parece acontecer com todos os personagens, inclusive o protagonista. Magne não demonstra sentimentos e, salvo raras explosões de raiva, é difícil saber o que o jovem está pensando, tornando difícil a tarefa de tentar construir uma conexão com o protagonista. Isso se torna extremamente problemático quando, ao final da temporada, o espectador consegue criar mais empatia com Fjork, o “vilão” e símbolo da elite na escola, do que com Magne.

O elenco de “Ragnarok”

Ragnarok é promissora, mas é possível entender porque a série não agradou tanto os fãs de mitologia nórdica. A série flerta com referências e histórias nórdicas o tempo todo – inclusive apresentando uma possível figura de Odin – mas não concretiza a investida. A primeira temporada terminou em um gancho com diversas possibilidades para o desenrolar mitológico da trama, que, com sorte, será mais desenvolvida nos próximos episódios.

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