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"Perdidos no Espaço" é um reboot da famosa série dos anos 60, em uma série de ritmo ágil e adaptado visualmente pra as novas tecnologias.

“Perdidos no Espaço” é um reboot da famosa série dos anos 60, em uma série de ritmo ágil e adaptado visualmente pra as tecnologias dos anos 2000.


QQuem foi criança nos anos 60 cresceu vendo pela TV séries de ficção científica impulsionadas pela corrida espacial. Enquanto as diversas naves Apolos alcançavam os céus no programa espacial da NASA, até culminarem com a chegada do homem à Lua em 1969, séries como Perdidos no Espaço (1965 – 1968), Star Trek (1966 – 1969) e Túnel do Tempo (1966 – 1967) faziam grande sucesso e agradavam gostos diversos.

Com a criação e produção de Irwin Allenque nos anos 70 assinaria a produção de filmes de enorme sucesso como Inferno na Torre (1974), e com elenco encabeçado por Guy Williams, que já havia feito sucesso como o Zorro, numa série igualmente inesquecível, Perdidos no Espaço firmou-se como uma grande referência na época e também na década seguinte pelos constantes reprises. A produção original começa com a decolagem da nave Júpiter 2 em destino para a Alfa Centauri, que após ser sabotada pelo vilão Dr. Smith (Jonathan Harris) se perde no Espaço e começa a se aventurar por planetas e galáxias desconhecidas, tentando reencontrar o caminho de volta para a Terra.

A família Robson, que possui tal nome em homenagem ao náufrago Robson Crusoé, funcionava dentro do perfil estado-unidense dos anos 60, com toques dos recém terminados anos 50 e ignorando ainda a revolução sexual, o movimento hippie e a contracultura que assolavam o país. John Robson era o pai de família exemplar, líder natural, protetor e masculino; Maureen (June Lockhart) era a mãe loura dedicada, compreensiva e próxima aos filhos; Judy (Marta Kristen) – a filha mais velha – era igualmente loura, educada, ponderada e recatada; Penny (Angela Cartwright) – a adolescente, filha do meio – era mais ousada e “cientista” e o caçula Will (Bill Mumy) era uma criança fiel às orientações familiares ao mesmo tempo que corajoso e aventureiro. Completando a tripulação estava o sério e rígido Major Don West (Mark Goddard), co-piloto da Júpiter 2 que era atraído por Judy, mas numa relação apenas sugerida e com a tensão sexual vinda do recato comum nas relações homem-mulher dos recém terminados anos 50. E ainda havia o Robô com seu onipresente alarme de “Perigo! Perigo!” e o divertido, amoral, interesseiro, individualista, materialista, traiçoeiro e manipulador Dr. Smith, interpretado de forma inesquecível por Jonathan Harris, o grande personagem da série, que como todos os vilões, era quem movimentava a história.

A nova família Robson, atualizada, representativa e inclusiva

Agora, Perdidos No Espaço (2018) volta a cultura pop sob tutela da Netflixcom efeitos especiais impressionantes, roteiro bem amarrado e personagens bem delineados. O reboot estreou no último mês, trazendo os ajustes esperados na composição dos personagens e uma atualização de época. Contemporânea, inclusiva e pela diversidade, a nova versão de Perdidos no Espaço coloca a mãe empoderada como líder do grupo, repete o clichê homem-pai-de-família-distante-e-em-crise, apresenta uma Judy (Taylor Russel) adotada e negra, um Don West (Ignacio Serricchio) latino na versão mercenário irreverente que lembra Han Solo, uma Dr. Smith (Parker Posey) mulher e a tripulação das outras naves “Júpiter” sendo formada por hindus e asiáticos. E ah! As referências à Star Wars não param na persona de West, uma vez que a nova Júpiter 2 se parece muito com a Milenium Falcon.

O trabalho do elenco é ótimo. O argentino Inacio Serricchio está muito bem como Don West, assim como o jovem Maxwell Jenkins em sua performance como Will Robson. O destaque maior está com a ótima Parker Posey, que faz de forma adorável uma detestável Dra. Smith. E o trio símbolo da antiga série que oscilava entre o dramático e o cômico, Will-Robô e o Dr.Smith está bem delineado e promete boas cenas em próximas temporadas, cheia de citações de “Perigo!” pelo androide.

Ao final, os ajustes narrativos são compreensíveis e o resultado final é ótimo. A série não se arrasta pelos dez episódios, graças ao ritmo ágil compassado pelas pausas necessárias para desenvolver o arco dramático de cada personagem. O grande ponto positivo é que o coração da série não está no planeta alienígena, mas sim na saga das relações familiares. Esta primeira temporada é a história da formação da tripulação da Júpiter 2 que terminando  por estar completa e “perdida no Espaço” abre o caminho para as próximas, as quais esperamos que sejam confirmadas. Perdidos No Espaço é mais um ponto para a Netflix, que consegue agradar quem cresceu vendo a série e quem vai conhecê-la agora.


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