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"O Alienista" mostra que sabe trabalhar muito bem seus personagens, entregando uma primeira temporada capaz de prender a atenção do público.

“O Alienista” mostra que sabe trabalhar muito bem seus personagens, entregando uma primeira temporada capaz de prender a atenção do público.


Nova York costuma ser um cenário rico para a ambientação de filmes e séries. Sex and The City (1998-2004), Bonequinha de Luxo (1961), Encantada (2007), Uma Noite no Museu (2006) e Gossip Girl (2007-2012) são exemplos de obras que se passam na Big Apple. Todo mundo já deve ter visto pelas telinhas a movimentada Times Square, a beleza do Central Park e as ruas de Manhattan e do Brooklyn. Contudo, em O Alienista, a nova série da TNT que chegou à Netflix no dia 19 de abril, é revelado um cenário mais sombrio e menos luxuoso da cidade que tanto conhecemos.

O ano é 1896, no final do século XIX e a cidade de Nova York está passando por uma ascensão política e industrial. No entanto, uma onda de assassinatos brutais ameaça interromper a fase de prosperidade que a cidade está vivendo. Mas o que chama atenção em todos esses crimes? O que os tornam tão incomuns do restante dos assassinatos? Todas as vítimas foram encontradas em situações parecidas: olhos arrancados, barriga dilacerada e mutilação de membros, sem contar que todos os mortos eram meninos prostitutos.

Devido à irresponsabilidade e a corrupção velada no departamento de polícia, quem assume a investigação do caso é o alienista Laszlo Kreizler (Daniel Brühl), que conta com a ajuda de seu amigo e ilustrador John Moore (Luke Evans) e com o auxílio de Sara Howard (Dakota Fanning), a primeira mulher a trabalhar no departamento da polícia e secretária do comissário da polícia, Theodore Roosevelt (Brian Geraghty). O trio também conta com o apoio dos irmãos Isaacson, Marcus (Douglas Smith) e Lucius (Matthew Shear), além dos fiéis empregados do Dr. Kreizler.

Da esquerda para a direita, os atores Dakota Fanning, Daniel Brühl e Luke Evans

Decidido a encontrar o assassino por trás dessas mortes macabras, Laszlo utiliza da psicologia para determinar alguns traços do criminoso. Apesar da falta de recursos existentes no século XIX, a abordagem utilizada pel’O Alienista se assemelha às técnicas usadas atualmente para determinar o modo de agir de serial killers. Com a ajuda de sua equipe, Kreizler consegue descobrir o modus operandi e a assinatura do assassino, além de traçar um perfil para a pessoa que estão buscando. Para o analista, o importante não é descobrir as pistas, e sim conseguir ficar um passo à frente do assassino.

Um dos grandes destaques de The Alienist é sua ambientação, que foi construída cuidadosamente. Tanto os figurinos quanto os cenários foram criados para passar a imagem de Nova York no final do século XIX.  Ambientes como escritórios, prostíbulos e os hospícios foram construídos para acrescentar um ar de veracidade à trama — e nesse último cenário é mostrada a verdade nua e crua, expondo o terrível tratamento que os hospícios davam aos seus pacientes naquela época. E para dar um tom mais sombrio à série, foi utilizada uma paleta de cores neutras, tons pastel e o jogo de luz e sombra.

Cartaz da série

O Alienista também se excede na construção do roteiro, que trabalha uma temporada inteira (são 10 episódios) para revelar a identidade do assassino. Para ajudar a construir o mistério, a produção se empenha em mostrar pequenas parte do corpo da pessoa, ou a silhueta de seu corpo. Ainda, são apresentados outros possíveis suspeitos que aumentam a curiosidade do público. Tudo é construído para deixar o telespectador envolvido com a trama, além de aumentar o suspense e estabelecer a pergunta a ser respondida: quem é o verdadeiro autor desses crimes tão horrendos?

É interessante observar o perfil dos personagens que compõe o trio dos protagonistas. Temos Laszlo Kreizler, um homem inteligente e de opinião forte (ele gosta de ter a razão no fim de discussões), nada humilde e que não fala sobre assuntos referentes ao seu passado. Enquanto isso, John Moore é apresentado como um homem que afoga suas magoas em bebidas e prostitutas, mas que consegue ser bem acolhedor e companheiro quando necessário. Por último e nem por isso menos importante, temos Sara Howard, uma mulher ambiciosa, a frente de seu tempo (afinal, ela é a primeira mulher a conseguir a trabalhar em um ambiente dominado por homens e machismo), e que luta para ser tratada com igualdade.

Os personagens secundários de O Alienista também apresentam grande importância para trama, representando uma relevância no decorrer dos acontecimentos. E, de uma forma geral, o roteiro consegue aprofundar em seus passados, em suas vidas e até mesmo explorando alguns de seus pontos fracos.

Não só a história, mas a ambientação e o figurino são partes importes da série

Para quem gosta de séries de suspense e de época, O Alienista, baseada no romance homônimo do autor norte-americano Caleb Carr, pode ser a alternativa perfeita. Com um excelente núcleo de atores, uma ótima ambientação e um roteiro interessante, que consegue prender a atenção do público, a série tem um grande potencial para se tornar um sucesso. Ainda não foi confirmado se a TNT irá produzir uma segunda temporada, mas não seria nada mau acompanhar novas aventuras de Laszlo, John e Sara.


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