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"Ninguém Tá Olhando" surpreende com uma narrativa envolvente e engraçada, graças a assinatura criativa de Daniel Rezende na produção.

“Ninguém Tá Olhando” surpreende com uma narrativa envolvente e engraçada, graças a assinatura criativa de Daniel Rezende na produção.


VVocê já imaginou como são os anjos da guarda? Como é o trabalho de um anjo? Se os anjos precisam seguir regras? Ou como eles fazem para proteger os humanos? Partindo dessas perguntas que se desenvolve a série Ninguém Tá Olhando, original Netflix e dirigida por Daniel Rezende (Bingo: O Rei das Manhãs e Turma da Mônica: Laços).

Neste universo criado por Rezende, o diretor propõe uma discussão a respeito destes seres celestiais, mas a única diferença é que ao invés dos famosos anjos da guarda nós temos os angelus. Os angelus são seres que se assemelham aos humanos e que tem uma aparência bem característica: eles são ruivos, tem uma asa minúscula que os impossibilitando de voar e usam uma roupa padrão (blusa branca, gravata vermelha, calça e tênis preto). Os angelus estão espalhados ao redor do mundo todo, através dos distritos, e eles são os responsáveis por proteger os humanos.

https://www.youtube.com/watch?v=RXtqY3Mxhvg

 

EITA! QUEBRANDO REGRAS!

Ninguém Tá Olhando conta a história do Ulisses (Victor Lamoglia), também conhecido Uli, um recém-gerado angelus em 300 anos. Logo nos primeiros minutos de sua existência, Uli conhece um pouco mais sobre o sistema angelus, das regras que ele precisa cumprir e logo fica claro que ele é diferente de todos os angelus do Distrito 5511º. Uli é questionador, sempre se perguntando o porquê das regras e querendo saber um pouco mais sobre o Chefe (o responsável por gerar os angelus), além de achar os humanos fascinantes.

Victor Lamoglia como o angelus Ulisses

Logo no primeiro dia de trabalho, Chun (Danilo de Moura) e Greta (Júlia Rabello), dois angelus mais velhos e mais experientes, são os responsáveis por tomar conta de Uli e o ensinar um pouco mais sobre o trabalho de um angelus, mas as coisas não ocorrem como planejado. Ao longo de seu primeiro dia de trabalho, Uli se revolta com o funcionamento burocrático do Sistema Angelus e com isso acaba quebrando algumas regras essenciais.

Além disso, Uli acaba sendo influenciado por Miriam (Kéfera), uma humana que ele conhece. Assim como ele, Miriam parece não se encaixar no sistema, sempre fazendo questão de ajudar ao próximo e lutando para mudar o mundo. Como a própria mulher fala: “Tem gente que segue as regras, e tem gente que muda o mundo”. A medida que ele vai se aproximando de Miriam, Ulisses aprende um pouco mais sobre os humanos e passa a se questionar ainda mais sobre as regras do Sistema Angelus.

Kéfera e Victor Lamoglia

A partir daí Uli começa a quebrar as regras e, junto a Chun e Greta, os três angelus passam a se relacionarem com os humanos, usarem substâncias ilícitas e deixam de lado suas obrigações do trabalho. Contudo, isso acarreta em severas consequências e eles temem com a penalidade do Chefe, além de precisarem lidar com Fred (Augusto Madeira), o fiscal do Distrito 5511º e responsável por manter tudo em ordem.

 

TRABALHO BEM FEITO

A série contém um total de oito episódios, cada um com cerca de 30 minutos de duração, e ao longo de cada capítulo os personagens são aprofundados e desenvolvidos, assim como suas relações. O protagonista da série, personagem de Victor Lamoglia, tem um grande crescimento no decorrer da produção, sendo capaz de reconhecer seus erros e fazer o possível para corrigir algumas consequências de suas ações. O ator desenvolve muito bem esse papel, construindo um personagem carismático e bastante engraçado. Mas quem rouba a cena é a atriz Júlia Rabello, responsável por dar vida à Greta, que não tem papas na língua e é muito debochada.

O angelus Ulisses

Kéfera, que interpreta a personagem Miriam, também brilha. Ao contrário de seus trabalhos anteriores como É Fada (2016), Eu Sou Mais Eu (2019) e Espelho da Vida (2018-2019), sua personagem não é tão extrovertida e, em diversos momentos, Miriam é mais introspectiva, além de ser feminista e militante em relação aos movimentos que ela defende e acredita. E por mais que a personagem não esteja presente em todos os episódios da série, ela tem um papel fundamental ao ajudar e motivar o Uli.

Ninguém Tá Olhando também se sobressai pelos elementos referentes a cultura brasileira apresentados na trama, seja através da trilha sonora, das piadinhas feitas, expressões utilizadas ou da fotografia, muito bem trabalhada e que permite que o público reconhecer a cidade de São Paulo. Além disso, a produção também proporciona uma série de reflexões a respeito da vida e do sistema em que estamos inseridos.

Os angelus de Júlia Rabello, Danilo de Moura e Victor Lamoglia, respectivamente

De uma forma geral, Ninguém Tá Olhando tem uma trama envolvente e bem engraçada, personagens bem construídos e desenvolvidos, se encerrando após um plot twist que deixa um gancho muito bom para ser trabalhado caso a Netflix decida fazer uma segunda temporada.

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