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Misticismo assombra encarcerados em minissérie indiana

Ghoul, minissérie da Netflix, explora do folclore Árabe para criar um terror sobre um gênio diabólico que muda de forma e consome carne humana.

A segunda produção original da Netflix vinda da Índia, Ghoul: Trama Demoníaca explora o folclore Árabe e o terror crescente. Pensada originalmente como um longa-metragem, a plataforma de streaming decidiu exibir a produção como uma minissérie, dividindo-a em três episódios de cerca de 40 minutos cada. Em um futuro distópico, a Índia é controlada por forças militares autoritárias, sob a justificativa do nacionalismo primordial, a população é oprimida com a censura extrema e têm seus direitos cada vez mais reduzidos.

https://www.youtube.com/watch?v=jMKuuxMTRkE

Nina Rahim (Radhika Apte) é uma jovem cadete do exército autoritário. Por conta da alienação exercida pelo regime e por seu patriotismo exacerbado, é a responsável pela denúncia de seu próprio pai, um professor que não age conforme as diretrizes exigidas por esse governo fechado, lendo e ensinando aos alunos assuntos que ultrapassam os permitidos pelo currículo oficial.

A protagonista é, então, convocada a trabalhar em um setor secreto onde os presos políticos são interrogados e torturados para darem informações sobre organizações que ameacem o regime. Assim, a trama se passa majoritariamente dentro desse centro de interrogatório, e é a partir da chegada do líder terrorista, Ali Saeed (Mahesh Balraj), que coisas estranhas começam a acontecer.

Apesar de sofrer todo o tipo de violência, o alvo jamais fala e é inexpressivo. O papel do torturador é adentrar a mente da vítima e atingi-la para seu próprio benefício, mas o torturado vai ganhando mais consciência e gradativamente o extraordinário é apresentado, ficando cada vez mais nítido que o líder não parece ser algo humano. Entra aí o aspecto do sobrenatural na forma de um demônio folclórico árabe conhecido mitologicamente como “ghul”, um gênio diabólico que muda de forma e consome carne humana – é referenciado na obra As Mil e Uma Noites. Ghul é invocado quando alguém vende a própria alma e desenha um símbolo de sangue de chão, em uma clara representação do desespero.

 

-“Revele a culpa e coma a carne deles”.

 

Produzida por Jason Blum, da Blumhouse Productions (mesma produtora de Fragmentado, Corra! e A Morte te Dá Parabéns), a minissérie consegue abordar bastante o sentimento de culpa, que é o maior alimento da criatura, uma vez que o “ghul” utiliza a culpa para entrar na mente dos personagens, assim como nos métodos usados pelos torturadores nos interrogatórios. O demônio assume a forma de quem ele ataca, o que faz tanto os demais personagens quanto o público se confundir ao tentar descobrir quem é quem, já que qualquer um pode ser o invocado.

O enredo acerta ao inserir detalhes que sempre dão certo no gênero do terror, como sinais medonhos e frases misteriosas em uma língua anciã. A produção trata de assuntos importantes dentro de um contexto político e fascista, como autoritarismo, nacionalismo e religião, mas falha ao tentar abordar todas essas ideias de uma vez só, o que faz com que o roteiro fique carregado e cause desequilíbrio pela má distribuição, abordando muita informação em algumas cenas e nem tanto em outras.

Ghoul, apesar de não inovar no gênero e ser cheio de boas ideias má executadas, é uma boa aposta para aqueles que buscam ou gostam de produtos audiovisuais com tramas demoníacas e jumpscares bem colocados.


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