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“Good Girls” surpreende em uma temporada de estreia que traz um roteiro bem trabalhado e personagens fortes – principalmente em seu trio de protagonistas.


MMulheres no poder, bandidos “do bem”, crush no vilão, muitas risadas e, claro, emoções a flor da pele. É isso que você vai encontrar em Good Girls. A série, criada por Jenna Bans e produzida junto à emissora norte americana NBC, com distribuição no Brasil pela Netflix, narra a história de três mulheres que estão passando por dificuldades financeiras, decidindo assaltar um supermercado onde uma delas trabalha. O roubo toma proporções inimagináveis e, cada vez mais imersas nessa realidade, as três se veem metidas com criminosos de verdade.

O trio de protagonistas é formado por Beth Boland (Christina Hendricks), uma dona de casa com quatro filhos e que acaba de descobrir a que o marido é infiel, além de ter perdido todo o dinheiro da família. Já Annie Marks (Mae Whitman) briga na justiça com o ex pela guarda da filha Sadie (Izzy Stannard), que não se identifica com seu gênero, e por isso passa por uma série de problemas na escola. Ruby Hill (Retta) é uma garçonete, casada com um policial e tem dois filhos. Sua filha sofre de uma grave doença, que limita sua vida e cujo tratamento é muito caro para o padrão de vida deles.

O diferencial de Good Girls não é a trama, uma vez que produções com narrativas parecidas são comuns. O que diferencia Good Girls das outras produções é o protagonismo feminino. A mulher, antes vista como vítima, passa a ser o centro da história, a mandante do crime, tudo de forma muito real, apresentando os problemas que mulheres de verdade enfrentam. É este fator que traz um ar revolucionário a uma narrativa convencional e a torna tão inquietante.

Beth, Annie e Ruby, respectivamente

Aqui, a comédia das ações desajeitadas das mulheres e nova vida no crime se mesclam deliciosamente com os dramas individuais vividos por cada uma delas, deixando a história muito envolvente. A rotina das mulheres, seus dilemas e as questões pessoais, como o casamento, a maternidade, dentre outras questões, faz com que o público se identifique. A relação entre Annie e Sadie é muito bem trabalhada e trata com leveza a questão da transexualidade, mostrando que o assunto não deve e nem precisa ser tratado como tabu.

Em um tempo de tantos debates e reflexões acerca da sociedade, a série trouxe essas conversas de forma leve e divertida, tratando de diversas questões, por meio das situações enfrentadas pelas personagens. De forma geral, a produção fala muito sobre o papel da mulher e até brinca com isso, fazendo uma inversão com as mulheres, antes consideradas o sexo frágil, agora assumindo o poder. Good Girls traz críticas ácidas à desigualdade racial e o papel do negro na sociedade. Além de tratar também sobre machismo, estupro e relacionamentos abusivos.

O roteiro é perfeitamente encaixado e prende a atenção do espectador ao longo dos dez episódios, com personagens dinâmicos, intrigantes e muito bem trabalhados e um trio de protagonistas com uma atuação impecável. A trilha sonora dialoga com as cenas de forma muito harmônica, sendo um fator a mais no envolvimento daquele que assiste. Outro destaque são as cenas protagonizadas por Beth e o chefe da gangue, Rio (Manny Montana), sempre com uma tensão no ar e repletas de flertes. É praticamente impossível não shippar o casal.

Com um final de temporada surpreendente, Good Girls traz grandes questões que nos fazem pensar sobre o que pode vir na sequência. A segunda temporada já está confirmada e não tem previsão de lançamento, mas a notícia deixou os fãs mais tranquilos, embora muito ansiosos para saber que rumo a história dessas mulheres vai tomar.


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