fbpx
"Emily em Paris" usa de estereótipos de Paris e seus cidadãos para contar uma envolvente história de uma jovem no auge dos 20 poucos anos.

“Emily em Paris” usa de estereótipos de Paris e seus cidadãos para contar uma envolvente história de uma jovem no auge dos 20 poucos anos.


NNo início de outubro chegou ao catálogo da Netflix a série Emily em Paris, estrelada por Lily Collins. O seriado acompanha a trajetória de Emily (Collins), uma jovem adulta estadunidense que ganha uma oportunidade única de trabalhar em Paris, na França. Por mais que Emily não domine a língua local, isso não parece ser o suficiente para impedi-la de correr atrás desta oportunidade e, no caminho, criar laços amorosos e aquecer sua vida sexual.

 

Emily em Paris

Apesar de Emily já ter sonhado com essa viagem e como vai ser sua vida em Paris, a realidade é bem diferente do que ela imaginava. Logo de cara o fato de não saber falar francês é visto como um empecilho, uma vez que ela tem dificuldade para se comunicar com as pessoas ao seu redor.

Além disso, o ambiente em seu novo trabalho não é muito acolhedor. Sylvie (Philppine Leroy-Beaulieu), a chefe de Emily, é uma mulher difícil de agradar e faz pouco caso com a chegada da americana e constantemente desvaloriza as sugestões e opiniões de Emily. Sem contar que outras pessoas da empresa ficam intimidadas com Emily e seu jeito norte-americano de pensar, propondo ideias com um viés diferente do qual eles estão acostumados.

Emily e Mindy, respectivamente

A pessoa responsável por ajudar Emily nesse processo de adaptação é Mindy (Ashley Park), que vive em Paris há alguns anos trabalhando como babá. De cara, Mindy percebe que Emily é estrangeira e oferece um ombro amigo para o que for preciso, sendo o começo de uma amizade bastante divertida. Além de Mindy, a americana também se aproxima bastante de Gabriel (Lucas Bravo), seu vizinho e chefe de cozinha extremamente promissor, com quem acaba vivendo um romance.

 

Emily e Paris

Por Emily ser estrangeira, é natural que ela tenha uma visão bastante romantizada a respeito de Paris e de como seria levar uma vida na capital francesa, o que acaba sendo reforçado através de alguns clichês que a série aborda. Ao longo de Emily em Paris, vemos alguns estereótipos que existem a respeito dos franceses como, por exemplo, o fato deles serem grosseiros, as ideias sexistas e retrógradas, assim como a falta de higiene – fato que que não agradou em nada a crítica francesa.

Ao centro, Sylvie, a difícil nova chefe de Emily

Em meio à polêmica envolvendo Emily em Paris, o ator francês Lucas Bravo, que interpreta Gabriel na série, se posicionou a respeito do assunto em uma entrevista concedida a Cosmopolitan.

“Acho que eles estão certos, de certa forma. Estamos retratando clichês e uma única visão de Paris. Paris é uma das cidades mais diversificadas do mundo. Temos tantos modos de pensar, tantas nacionalidades diferentes, tantos bairros diferentes. Uma vida inteira não seria suficiente par saber tudo o que está acontecendo em Paris. É o mundo inteiro em uma cidade. Em algum momento, se você quiser contar uma história sobre Paris, terá que escolher um ângulo. Você tem que escolher uma visão. Críticos franceses, eles não entenderam o fato de que é apenas uma visão. Eles estão tipo, ‘Oh, isso não é o que Paris é’. Claro. Paris é muitas coisas”.

Além de reforçar vários clichês da cidade e dos franceses de forma geral, a série também aborda bastante a questão de como nossas vidas são retratadas nas redes sociais. Constantemente Emily usa seu celular para registrar seus momentos em Paris, mostrando apenas o lado lindo e positivo das coisas, escondendo sua angústia e tristeza em alguns momentos. Essa é uma discussão bastante relevante nos dias atuais, visto que através das redes sociais a maioria das pessoas tenta mostrar uma vida perfeita que não existe.

Apesar da crítica negativa que Emily em Paris está recebendo por parte da crítica francesa, de um modo geral, a produção está conquistando as pessoas ao redor do mundo. Com episódios curtos, de cerca de trinta minutos de duração, a trama tem uma pitada de comédia e romance que faz com que o público se apaixone, sem contar que a fotografia e as belas paisagens de Paris são de tirar o fôlego.

Emily e Gabriel

Ao final, por mais que o seriado da Netflix reforce alguns clichês e estereótipos já conhecidos, a narrativa bem construída, os comentários inteligentes sobre a cultura digital contemporânea e os personagens cativantes tornam impossível não se apaixonar por Paris através do olhar de Emily.

Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Back To Top