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"Derry Girls" oferece comédia e drama adolescente na medida certa, sendo uma grata surpresa entre as produções originais Netflix.

“Derry Girls” oferece comédia e drama adolescente que flerta com o ridículo e ironias, sendo uma divertida surpresa do catálogo Netflix.


Em meio as milhares de opções de filmes e séries disponíveis no catálogo da Netflix, algumas produções acabam se perdendo dentre a imensidão de oferta e felizes são aqueles que às encontram. Esse é o caso de Derry Girls, série irlandesa ambientada na década de 1990 que não se importa em brincar com o senso de ridículo e muito menos em ironizar as ‘tragédias’ da adolescência. Agora, a estreia de sua segunda temporada na plataforma de streaming traz cada vez mais uma nova cara para os clássicos seriados de comédia.

Escrita e dirigida por Lisa McGee, o segundo ano nos insere, mais uma vez, no dia a dia do grupo de amigos da minúscula cidade de Derry, na Irlanda do Norte. Em meio a um cenário político conturbado, graças a guerra entre católicos e protestantes (1968-1998), Erin (Saoirse-Monica Jackson), Michelle (Jamie Lee O’Donnell), Orla (Louisa Harland), Clare (Nicola Coughlan) e James (Dylan Llewellyn) sofrem as consequências desse período instável enquanto suas maiores preocupações são o baile do colégio e o show do Take That.

No novo ano, temos os amigos um pouco mais maduros, mas nem por isso mais responsáveis. Porém, agora, diferente de sua primeira temporada, eles são obrigados a lidar com as consequências de seus planos inusitados. O melhor exemplo do amadurecimento da série e dos personagens é no episódio The Prom, que também é um dos mais divertidos da temporada.

Com diversas alusões à cultura noventista, alguns episódios de Derry Girls se inspiram em filmes clássicos da época como Sociedade dos Poetas Mortos e Carrie: A Estranha, trazendo um ar nostálgico e cômico. E apesar de ainda ter o colégio Lady Immaculate como cenário principal da trama, o roteiro permite que as personagens explorem mais outros ambiente. O núcleo adulto da produção também ganha mais espaço nessa temporada. Melhor aproveitados, o destaque vai para a diretora da escola, Irmã Michael (Siobhan McSweeney), que, com seu ar sóbrio, é o contraponto perfeito para o grupo.

Apesar de ter melhorado em vários pontos desde sua primeira temporada, a série ainda peca em sua falta de representatividade e diversidade. Com um elenco homogêneo, os pouco personagens não brancos são construídos de forma extremamente estereotipada e clichê, sem agregar grande importância para a trama. Outro ponto pouco trabalhado é a sexualidade de Clare, que (SPOILER!!!) assumiu ser lésbica ainda na primeira temporada. A tentativa constante de fazer com que sua orientação sexual não seja uma questão acaba atrapalhando o desenvolvimento da personagem, que se torna cada vez mais coadjuvante.

O humor beira o ridículo e combina muito bem com os temas abordados nos episódios, ainda mais com seus personagens caricatos na medida certa, fazendo com que Derry Girls seja uma produção que deveria ser mais apreciada. Seu segundo ano conta com apenas seis episódios de cerca de 25 minutos cada. Rápida e perfeita para uma maratona, a série já foi renovada para sua terceira temporada e para um possível longa.

Mesmo sendo pouco conhecida, Derry Girls é uma produção que oferece comédia e drama adolescente na medida certa, sendo uma grata surpresa entre as produções originais Netflix.

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