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"Demolidor" chega a sua terceira temporada trazendo um misto das consequências de seus dois primeiros anos e a história narrada em "Os Defensores".

“Demolidor” chega a sua terceira temporada trazendo um misto das consequências de seus dois primeiros anos e a história narrada em “Os Defensores”.


Nota da Colab: o texto contém leves spoilers.


Lançada em 2015, a primeira produção da parceria entre Netflix e Marvel, Demolidor (2015–), apresenta ao público a história do advogado Matt Murdock (Charlie Cox). Cego desde os nove anos, em razão de um acidente com elementos químicos, o trágico evento também foi responsável por amplificar seus demais sentidos a níveis sobre-humanos, levando-o a tornar-se um herói que, apesar de suas habilidades, não é nada convencional.

Durante o dia, Murdock atua como advogado em sua firma, Nelson & Murdock, ao lado de seu melhor amigo e sócio Foggy Nelson (Elden Henson). Enquanto os dois buscam por justiça na perigosa Hell’s Kitchen, bairro de Manhattan, na cidade de Nova Iorque, sozinho, à noite, Murdock atua à margem da lei como um vigilante mascarado.

https://www.youtube.com/watch?v=y3GkQ6yoAA4

O submundo mafioso de Nova York é comandado pelo Rei do Crime, Wilson Fisk (Vincent D’Onofrio), um dos melhores vilões do Universo Cinematográfico Marvel. Ele é a pura representação da corrupção e imoralidade que corrompe toda a sociedade, sendo um homem calculista, capaz de manipular tudo e todos, sendo o verdadeiro empecilho no caminho do vigilante. O único sinal de compaixão que o monstruoso demonstra é pelo seu interesse amoroso, Vanessa, interpretada pela bela Ayelet Zurer.

 

Recaptulação

O primeiro ano se concentra em construir um roteiro resistente, dando enfoque a onda de atos criminosos e a corrupção policial, além de introduzir a máfia russa e chinesa – tudo isso envolto em um cenário violento que se desenvolve ao longo dos 13 episódios. No segundo ano, a trajetória do Homem Sem Medo se torna ainda mais interessante com a introdução dos aclamados anti-heróis dos quadrinhos, Frank Castle/Justiceiro (Jon Bernthal) e Elektra Natchios (Elodie Yung), que inspiram violência e criminalidade por onde passam, reforçando a necessidade do demônio de Hell’s Kitchen de proteger o bairro a todo custo.

Na segunda temporada, a narrativa se dividiu em mini-arcos: o primeiro, com enfoque no Justiceiro, é apresentado com o anti-herói lidando com as gangues da cidade que se multiplicaram, consequência do encarceramento de Wilson Fisk na temporada anterior. Com um código de ética retorcido, esse vigilante é uma espécie de força destrutiva da natureza – e, sem hesitar ou se preocupar em pensar muito, ele revolta a polícia e o Demolidor com seus atos.

Quando o mini-arco introdutório acaba, o público é apresentado a uma figura do passado de Matt: Elektra. A personagem surge em busca da ajuda do demônio de Hell’s Kitchen em uma missão ligada ao Tentáculo, uma organização ninja milenar que planeja um ataque na cidade de Nova York. A partir daí, a trama se aprofunda no conturbado envolvimento dos dois, tanto no passado quanto no presente.

Como já era de se esperar, a temporada esbanja nas lutas. Há uma selvageria nos embates entre o Demolidor e o Justiceiro, já que Frank Castle, luta de uma forma mais bruta e animalesca. Já quando se trata de Elektra, o estilo dos conflitos é bem diferente, chegando até ter coreografias com um apelo sensual.

Os personagens Foggy Nelson e Karen Page (Deborah Ann Woll) cresceram bastante na segunda temporada, conquistaram a simpatia do telespectador cada um à sua maneira. Foggy se mostra independente, longe da sombra do herói, e Karen fica mais perspicaz, deixando sua personalidade transparecer.

O elenco que acompanha a trama do homem sem medo é excepcional. O grupo de apoio de Murdock cumpre seu papel: de um lado, Foggy Nelson consegue aliviar as tensões de uma forma cômica; de outro, Karen é a própria personagem feminina inteligente e bem conduzida. Assim, a interação do trio é um ponto forte no desenvolvimento da narrativa.

Em toda a sua trajetória, a série adota uma fotografia escura, se imergindo nas sombras para representar o universo pessoal do protagonista cego. Aproveitando disso, Demolidor consegue transmitir ao público a tenebrosa criminalidade que assola Hell’s Kitchen, o famoso bairro de ilha da Manhattan.

 

Terceira Temporada

Inspirada no fantástico arco dos quadrinhos A Queda de Murdock, a terceira temporada de Demolidor se inicia dando continuidade aos eventos mostrados em Os Defensores. Na série que reúne Murdock, Jessica Jones (Krysten Ritter), Luke Cage (Mike Colter) e Danny Rand/Punho de Ferro (Finn Jones), o herói é dado como morto, mas ao final é apresentado que o vigilante foi resgatado e estava em tratamento em um convento.

Matt sempre esteve na linha tênue entre o heroísmo e o vilanismo, sendo identificado como vigilante e não como um assassino, temática que é trabalhada nesse terceiro ciclo. Tal embate ganha mais profundidade por Murdock ser religioso, com seu catolicismo sendo o que o mantêm longe do ato de matar outro ser humano. Porém, com as perdas sofridas recentemente, ele não apenas se culpa como também culpa a seu Deus, começando um processo de reflexão sobre as coisas ao seu redor, aflorando seu lado mais humano.

Enquanto isso, a ameaça de Wilson Fisk cresce de uma forma surpreendente. O Rei do Crime retorna de uma forma triunfal e, como é de sua essência, controla tudo e todos. A fúria e a maldade que o personagem guarda dentro de si é explorada sem escrúpulos e definitivamente é amedrontada.

https://www.youtube.com/watch?v=OiTqYV4zCGw

A temporada inteira é uma tentativa de derrota-lo, mas como um bom vilão que é, ele está sempre à frente. Fisk firma um acordo de delação premiada com um agente do FBI, Ray Nadeem (Jay Ali), que se vê animado por conta da aparente vitória. No entanto, o plano de vingança do mafioso começa a aparecer, e, utilizando sua persuasão para controlar a imprensa, FBI e toda a cidade, as consequências se tornam desastrosas.

Sem pressa, a temporada vai construindo outro vilão, conhecido nos quadrinhos como Mercenário. Dono de uma mira sem igual, ele é capaz de usar praticamente qualquer objeto como arma letal. Na série, o vilão é o agente Benjamin “Dex” Poindexter (Wilson Bethel), um agente do FBI que chama a atenção de Fisk e é manipulado sutilmente por ele para estar ao seu lado. Vagarosamente, a perturbadora história da origem de Dex é contada e se assemelha a de Wilson Fisk, apresentada na primeira temporada.

Foggy e Karen tem suas histórias particulares exploradas e são bem utilizados com papeis lógicos e essenciais que acrescentam no decorrer da história. É como se a temporada fosse um jogo de tabuleiro e cada personagem estivesse estrategicamente colocado em sua posição, fadado a cumprir determinada ação para dar continuidade a trama.

A série acerta nas belas cenas de ação (incluindo a já clássica luta num corredor) e na coreografia das lutas violentas protagonizadas pelo Demolidor, tornando seu sofrimento visível. Neste ano, o público nunca o vê completamente recuperado, com Murdock mal conseguindo ficar de pé, embora já esteja em combate novamente.

Estamos diante de uma temporada de qualidade que retoma o que a série tem de melhor. A terceira temporada se aproxima bastante da primeira, deixando o telespectador ansioso para o que vira em um possível próximo ano.


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