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"Brooklyn Nine-Nine" comemora cinco anos desde a sua estreia, coberta de uma trama de humor inteligente e repleta de boa representatividade.

“Brooklyn Nine-Nine” comemora cinco anos desde a sua estreia, com humor inteligente e repleta de boa representatividade.


Nota da Colab: Este texto contém spoilers do desenvolvimento de personagens.

 

Se você gosta de comédias e investigação criminal, Brooklyn Nine-Nine é a série perfeita para você. Estreada em 2013 pelo canal norte-americano FOX, é o programa perfeito para dar risada leves. O seriado tem a mesma pegada que Friends (1994 – 2004) e How I Met Your Mother (2005 – 2014), com episódios curtos e um lugar principal onde a trama acontece (sitcoms), porém, ao invés do Central Perk ou McLaren’s Pub, tudo se passa dentro da delegacia Nine-Nine do Brooklyn, em Nova York.

A história começa quando um novo capitão chega para comandar a delegacia e tudo muda – ele é bastante rígido e o esquadrão está acostumado com um ambiente de trabalho tumultuado e livre para fazer o que quiser. Porém, ao longo dos episódios, Capitão Holt (Andre Braugher) e seus detetives passam a se conhecer melhor e a aprender a lidar uns com os outros.

Quem compõe o grupo dos principais detetives são Jake Peralta (Andy Samberg), Amy Santiago (Melissa Fumero), Rosa Diaz (Stephanie Beatriz) e Charles Boyle (Joe Lo Truglio), o sargento Terry Jeffords (Terry Crews) e a secretária Gina Linetti (Chelsea Peretti). Também, temos os detetives Michael Hitchcock (Dirk Blocker) e Norm Scully (Joel McKinnon Miller), os mais velhos da delegacia que, apesar de não estarem na trama substancial, acrescentam bastante a equipe.

https://www.youtube.com/watch?v=i69rgj0s9fw

Um dos pontos altos do seriado é a individualidade de cada um dos personagens, que possuem características únicas, tornando-os extremamente engraçados e especiais. Enquanto Jake é o humorista do grupo, tentando ao máximo ser levado a sério, Amy é a nerd sistemática que precisa da aprovação do chefe.

Rosa, por sua vez, encaixa-se perfeitamente no estereótipo de badass fria e mal-humorada, ao passo que Charles é cheio de sensibilidade e romantismo. Essas características tem uma breve semelhança à Terry, que tem emoções bastante intensas e reações exageradas, contrariando Holt, que além de extremamente inteligente, nunca muda a sua expressão facial, independente de sua emoção (funcionando como seu ponto característico de humor).

Scully e Hitchcock são personagens que não podem ser analisados separadamente, pois estão sempre juntos. A dupla, que se assemelha muito à dinâmica de um casal, nunca quer trabalhar (eles alegam já terem feito isso muito) e só estão interessados em comer. E por último, mas não menos importante, Gina, a auto-entitulado estrela do grupo, viciada em redes sociais, cultura pop e que sempre faz as melhores observações e comentários.

Da esquerda para a direita: Boyle, Terry, Gina, Peralta, Capitão Holt, Rosa e Amy.

Um dos pontos mais louváveis da série, criada por Dan Goor e Michael Schur, é sua representatividade. No elenco principal temos dois negros em posição de poder (Holt e Terry) e duas latinas (Amy e Rosa) – algo um tanto usual para quem está acostumado a assistir seriados, por saber que o comum é um elenco majoritariamente brancos.

A trama constantemente aborda a questão da luta por direitos, tanto dos negros quanto da comunidade LGBTQIAP+, as vezes se entendendo as duas esferas de uma vez, já que Holt é homossexual e negro, conseguindo chegar ao cargo de capitão. Apesar do preconceito não ser o foco, a temática rodeia bastante os episódios e não passa batida. Outra questão bastante relevante é que, apesar de ter duas mulheres no cenário principal e com a mesma profissão, em nenhum momento elas são colocadas como rivais.

Brigas constantes entre figuras fortes femininas são, constantemente, mostradas na indústria do entretenimento. No caso de Nine-Nine, porém, Rosa e Amy são duas ótimas detetives, que não só são amigas, como também não ficam brigando por algum homem. Ponto duplo para a produção! Triplo, se você considerar que, ainda por cima, Rosa é uma bissexual, orientação sexual esta que em nenhum momento é mostrado como o resultado de uma mente perturbada ou em dúvida, se distanciando das diversas séries que usam o LGBTQIAP+ para praticar o fatídico queerbating.

Ao longo dos episódios, o telespectador cria um carinho enorme pelos personagens e pela relação que criam uns com os outros. Além de colegas de trabalho, eles são, basicamente, uma família e ajudam-se diante de quaisquer dificuldades. Levando em consideração o contexto de uma delegacia, isso se torna muito importante pela constante necessidade de trabalho em equipe e de um bom parceiro para solucionar os casos.

Brooklyn Nine-Nine é constantemente aclamado pela crítica e pelo público, tendo levado alguns prêmios, como o de Melhor Série de Comédia ou Musical, no Globo de Ouro. Não só isso, a série também é elogiada pela excelente retrato da comunidade LGBTQIAP+, sendo nomeada cinco vezes no GLAAD Media Awards (e ganhando uma), a premiação queer mais importante do mundo.

A audiência em queda ao longo dos anos, no entanto, levou a FOX a cancelar o seriado no final de sua quinta temporada. O anúncio causou imensa comoção e desafeto em toda a internet, suficiente para resultar numa pequena crise de imagem no canal, que teve que emitir notas de desculpa ao público e até mesmo dar explicações para a decisão. Contudo, após algumas semanas de tensão, para alívio dos fãs, o canal NBC comprou os direitos de Brooklyn Nine-Nine, garantindo, para 2019, a exibição da sexta temporada com 18 episódios.


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