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“Amigos da Faculdade” toma uma novo rumo na sua segunda temporada, mas ainda traz seus personagens em busca do sonho de retorno à juventude.


A série Amigos da Faculdade, da Netflix, estreou sua segunda temporada dia 11 de janeiro e trouxe consigo mudanças em seus personagens e seu enredo. Criada por Nicholas Stoller e Francesca Delbanco, a comédia recebeu inúmeras críticas em relação ao seu elenco e sua proposta. O show, como o título já insinua, acompanha o reencontro de seis amigos da faculdade que começaram a morar na mesma cidade vinte anos depois de se formarem. Ethan (Keegan-Michael Key), Lisa (Cobie Smulders), Sam (Annie Parisse), Max (Fred Savage), Nick (Nat Faxon) e Marianne (Jae Suh Park) estão enfrentando os seus quarenta anos e tentam voltar a amizade.

Os amigos, formados em Harvard, são pessoas adultas e com vidas muito diferentes, mas quando estão juntos se sentem nostálgicos e agem como se estivessem com vinte anos e na faculdade: são inconsequentes, fazem vozes infantis, brincadeiras inconvenientes e até ações imorais. É justamente dai que vem a maior crítica à Amigos da Faculdade: por mais que conte com um ótimo elenco, a série não consegue explorar bem das oportunidades cômicas das antigas amizades. O humor é trabalhado de uma forma repetitiva, abordando situações em que adultos de quarenta anos agem como universitários sem perceber ou se importar muito com as vergonhas e as atrapalhadas que passam. Os personagens não são aprofundados durante a trama, parecendo figuras jogadas ali de forma desconexa para forçar este humor.

A primeira temporada de Amigos da Faculdade tenta, por exemplo, mostrar e valorizar o quão algumas amizades do grupo acabam se tornando tóxicas. O telespectador precisa lidar com personagens que cometem decisões erradas e tem ações infantis – tudo isso, sem conseguir entender a motivação por cada ato e sem o reconhecimento dos personagens pelos erros cometidos. Por isso, Nick, que sempre foi imaturo, se torna o personagem mais autêntico da série, uma vez que não se comporta como o estereótipo de universitário apenas quando os amigo estão juntos, mas sim porque sua personalidade é naturalmente dessa forma.

Da esquerda pra direita: Sam (Annie Parisse), Nick (Nat Faxon), Ethan (Keegan-Michael Key), Lisa (Cobie Smulders), Marianne (Jae W. Suh), Max (Fred Savage) e Felix (Billy Eichner)

Com as subtramas envolvendo cada uma das personagens e uma malha de muitos acontecimentos, os conflitos se tornam cada vez mais insustentáveis dentro do grupo. Muitos se sentem desconfortáveis pelas atitudes de alguns, outros tentam fingir que aceitam e acham natural agirem sem responsabilidade quando estão juntos. Mesmo se tratando de uma comédia, o que atrai o público em sua segunda temporada é a posição e as ações dos personagens perante o desenrolar dos conflitos. Por mais que os conflitos, traições, ressentimentos e raiva do grupo continue aumentando a cada episódio, a reação despreocupada e a insistência deles de permanecerem juntos criam um clima diferente da primeira temporada: mais íntimo e confortável.

A segunda temporada da série tenta criar um humor mais leve e menos repetitivo, mudando a posição de alguns personagens. Os seis amigos refletem um humor que não se repete, e mesmo quando as brincadeiras e situações inusitadas entre eles continua, o desenrolar é diferente. O enredo diversifica o humor e cria uma nova visão: a busca pela juventude não acabou, mas tomou um rumo diferente.

Por mais que Amigos da Faculdade decepcione alguns como comédia, ela encanta outros pela sua história simples de reencontro que envolve confusões e conflitos entre um grupo de amigos que os criam sem perceber ou saber o motivo. A razão de tudo isso pode ser, talvez, por conta apenas das ações inconsequentes, infantis e imorais dos personagens, ou por causa da vontade, nostalgia e busca pela juventude.


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