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Divagando / “Marron 5 e o tradicional show de um homem só”

How dare you say that my behavior is unacceptable / So condescending unnecessarily critical / I have the tendency of getting very physical / So watch your step ‘cause if I do you’ll need a miracle”. Foi assim que Maroon 5, banda formada por Jesse Carmichael, Mickey Madden, Ryan Dusick, James Valentine e comandada por Adam Levine, deu início ao tradicional show do intervalo do Super Bowl 2019, a maior audiência da televisão norte-americana. A chuva de fogo anunciou a chegada da banda, que logo surgiu em um palco iluminado por luzes vermelhas, em formato de “M” – mas a temperatura não seguiu quente durante toda a apresentação.

Apostando em hits como This Love, Girls Like You (com direito a coral e músicos com tambores), Sugar e Moves Like JaggerMaroon 5 pareceu não entregar todo seu potencial e pontos fortes que os valorizaram como um dos maiores destaques da cena pop atual. A banda, famosa por shows com grandes solos e a presença forte da guitarra, ficou presa a uma superprodução tímida, em uma performance aliada à efeitos pirotécnicos fracos, poucos chamativos e versões exclusivas, porém estranhas e paradas, dos sucessos que marcaram a carreira do grupo. O resultado acabou sendo um medley apagado e sem destaque – aspectos muito importantes no show do intervalo, que atribuem destaque às apresentações de aproximadamente 15 minutos.

A empolgação que torna as performances agradáveis e, muitas vezes, icônicas, faltou no palco. Além disso, a apresentação pareceu ser composta por momentos soltos, que se dividiram entre os hits da banda, participações dos rappers Travis Scott e Big Boi, e uma interação leve com a plateia presente no local. Como um todo, elas pareceram não se conectar, não enchendo os olhos dos telespectadores e de todo o público que aguardava este momento do Super Bowl.

Igualmente sem sentido é a seleção das músicas para cada parte do show e a forma como foram montadas. Desafio você a reconhecer a música inicial da apresentação e entender a sequência de canções montada e escolhida a dedo.

O ponto alto da noite ficou com a participação especial do rapper Travis Scott, anunciada pelo “elenco” de Bob Esponja em uma tímida menção a um movimento que começou na Internet. O artista chegou ao palco em um meteoro, entregando uma apresentação explosiva no palco, sugerindo a força do hip hop. Talvez essa sugestão encantaria melhor o público.

Adam Levine e Travis Scott

Outro destaque fica com She Will Be Loved, do primeiro álbum da banda. Durante a música, a interação com o público é marcada pelo lançamento de papeis iluminados ao céu, que ao fim formavam a palavra LOVE (Amor, em português).

Adam Levine encerrou o show com um pout-pourri das músicas Sugar e Moves Like Jagger, fazendo o que já é esperado nas apresentações da banda: tirou a camisa, exibindo o físico e suas tatuagens. A plateia ficou animada e o público que acompanhava ficou com a sensação de querer algo mais. Mas nada disso foi o suficiente para surpreender, evidenciando o medo de se arriscar e se posicionar diante a shows e exposições como essa – tendo em vista, principalmente, as polêmicas envolvendo a edição desse ano.

Assim, vemos emergir um modelo de evento espetacularizado padronizado e preso a certas possibilidades que se resumem a efeitos, cores e fogos. Este é o tipo de produto midiático que precisa se reinventar e abrir os horizontes para as discussões sociais e políticas que tanto fazem parte do nosso tempo e nossa geração (seja no online ou fora dele), para, enfim, exibir uma performance animada e inovadora.

Afinal, muito do sucesso de grandes eventos se devem à música e, acima de tudo, da capacidade de assumir riscos e surpreender o público. Qualquer coisa, mova-se como Jagger!


Polêmicas Pré-Halftime

A 53ª edição do Super Bowl foi marcada por algumas polêmicas em relação ao show de intervalo. É que, em 2016, o jogador Colin Kaepernick, do San Francisco 49ers, se ajoelhou quando o hino dos Estados Unidos era tocado antes de uma partida, protestando contra a violência policial que alguns negros vinham sofrendo no país.

Colin Kaepernick

A atitude de Colin chamou a atenção, levando outros jogadores a imitaram sua ação em outras partidas. O ato acabou gerando polêmica e desagrado de muitos, levando a NFL (associação esportiva que comanda os jogos que culminam no Super Bowl) a proibir os atletas de se ajoelhassem durante o hino e terminar o contrato, em 2017, com Colin. Como resposta à decisão da liga, muitos artistas se mostraram ao lado do jogador e recusaram o convite de cantar no evento, incluindo nomes como Rihanna, Jay Z, P!nk e Cardi BMaroon 5 aceitou o convite, fazendo com que o público se revoltasse contra a banda pela decisão de não mostrar apoio ao movimento.

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