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Estrear no topo das paradas, vender mais de um milhão de cópias na semana do lançamento, atingir a primeira posição na iTunes Store de 110 países, se tornar o álbum mais vendido do ano nos Estados Unidos apenas sete dias após ser lançado; nada disso é novo para um disco de Taylor Swift. Os números, que seriam impressionantes para outros artistas, são apenas o esperado para a cantora de 27 anos que após deixar o Country dominou o mercado de música Pop.

Porém, reputation, sexto álbum de Swift, prometia novidades. A letra do primeiro single do projeto, Look What You Made Me Do, lançado em agosto, anunciava que a velha Taylor estava morta. A frase encheu os fãs de expectativa (e também os não tão fãs assim) para conferir como seria essa suposta a nova versão da artista. E finalmente, no dia 10 de novembro, com o lançamento oficial do disco, pudemos conhecê-la. Quer dizer, não todos nós.

reputation não foi automaticamente disponibilizado para streaming, embora a cantora aparentemente tenha feito as pazes com o serviço e disponibilizado toda a sua discografia nas plataformas recentemente. Mas a “nova Taylor” é bem parecida com a antiga, ao mesmo tempo em que é completamente diferente. Relacionamentos amorosos continuam sendo seu tema favorito para compor e cantar. As indiretas, tanto para os amados quanto para os desafetos, continuam presentes em suas letras. Já a sonoridade se distancia completamente do country do início da carreira e reputation consolida o que o 1989 começou: Taylor Swift é uma cantora pop. Porém, sua habilidade de composição, que garantiu a ela 10 Grammy Awards ao longo da carreira, continua a mesma.

O álbum é claramente dividido em duas partes. A primeira conta com uma produção mais pesada e um som bem pop. Nessa metade, que começa com …Ready For It e termina com So It Goes…Swift divide a composição com os produtores Shellback e Max Martin (que já trabalharam com artistas como Britney Spears, P!nk, Adele e Cristina Aguilera). Nas canções, Taylor entrega o que o título do projeto promete e assume a reputação que ganhou nos últimos anos. As letras brincam com as “famas” que ela tem: em Look What You Made Me Do ela assume sua imagem de vingativa; em I Did Something Bad fala sobre ser uma “namoradora em série” que sempre está procurando sua próxima vítima do sexo masculino; já em Don’t Blame a cantora fala sobre ser uma louca apaixonada – e estar bem com isso.

Já a segunda metade soa mais sincera. Aqui não é sobre o que dizem sobre Taylor Swift, mas sim sobre quem ela quer que saibamos que ela é. Não mais a doce e inocente garota do início da carreira, mas também não a mulher que estampa a capa das revistas de fofoca. A maior parte das músicas é sobre um relacionamento que acontece longe dos olhos do público, que só ela e seu amado conhecem. A única música que destoa do tema é This Is Why We Can’t Have Nice Things, que fala sobre as amizades que a cantora perdeu (provavelmente a do rapper Kanye West), mas ao contrário do início do álbum, dessa vez ela soa mais natural. Nessas canções, a produção fica principalmente por conta de Jack Antonoff (vocalista da banda Bleachers, que também já trabalhou com Sia e Lorde) e o som também se aproxima mais do que Taylor costuma fazer. New Years Day é a última faixa do trabalho e a única balada no piano, encerrando o compilado da forma mais Taylor Swift possível.

Assim, reputation é marcado por primeiras vezes. É a primeira vez que Swift arrisca algo próximo ao rap: End Game é uma colaboração com o cantor Ed Sheeran e o rapper Future. É a primeira vez que ela encara o pop moderno (no trabalho feito 1989, primeiro álbum da cantora classificado como pop, a sonoridade faz referência aos anos 80). É também é a primeira vez que ela fala palavrão, menciona bebidas e trata de sexo abertamente em suas letras (nas canções I Did Something Bad, Gorgeous e Dress, respectivamente). Com isso, Taylor traz mudança na sua imagem e amadurecimento da sua música, ao mesmo tempo em que tenta não perder sua essência.


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