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Ultrapassando barreiras, Olivia Rodrigo faz de seu álbum de estreia, "SOUR", um compilado de composições relacionáveis e sonoridade nostálgica.

Ultrapassando barreiras, Olivia Rodrigo faz de seu álbum de estreia, “SOUR”, um compilado de composições altamente relacionáveis e sonoridades nostálgicas.


EExiste fórmula para estourar na indústria da música pop? Com certeza vários artistas seguem algumas regras para tentar emplacar suas canções, mas nem sempre é suficiente. Da mesma forma, de tempos em tempos vemos um hit nascer de forma inesperada. 

Olivia Rodrigo, agora com 18 anos, é a protagonista da série High School Musical: The Musical: The Series, do Disney+. Então, já era de se esperar que ao se arriscar na carreira musical, ela alcançasse alguns fãs assíduos entre adolescentes e jovens nostálgicos. Porém, quando seu primeiro single drivers license foi lançado, nem mesmo o mais otimista dos fãs poderia prever a reação.

A melancólica balada no piano com quatro minutos de duração explodiu imediatamente após ser lançada. Atingindo um sucesso inesperado no aplicativo TikTok (que vem influenciando cada vez mais a indústria musical, normalmente com músicas animadas com refrão chiclete), a faixa debutou no topo da Billboard Hot 100, quebrou recordes de execução nos serviços de streaming e garantiu o melhor desempenho de um artista iniciante nos últimos anos.

 

Habilitada

Em drivers license, Olivia Rodrigo canta sobre o ex-namorado que a ensinou a dirigir, mas a deixou antes que ela pudesse tirar sua carteira de motorista e dirigir até a casa dele. A forma detalhada como ela narra a história e coloca os holofotes sobre o seu coração partido torna impossível não notar a influência de Taylor Swift na composição, enquanto a melodia ecoa uma sonoridade bem parecida com a da neo-zelandesa Lorde.

Rapidamente, várias pessoas começaram a apontar que a possível inspiração para a música seria o ator que interpreta o par romântico de Rodrigo na série que ela protagoniza. Joshua Bassett teria vivido um romance com a cantora nos bastidores, mas logo depois passou a ser visto com a também cantora e atriz Sabrina Carpenter. Em um trecho da canção, Olivia canta que seu amado provavelmente está agora com “aquela garota loira” que sempre a deixou insegura. Algumas semanas depois, a loira Sabrina lançou a faixa Skin, com supostas referências a drivers license na letra.

Um drama entre celebridades com certeza já garatiu sucesso momentâneo a vários artistas. Mas o sucesso de Olivia Rodrigo poderia ser atribuído apenas a isso? Esse questionamento foi descartado quando Rodrigo lançou a sua segunda música, intitulada deja vu, obtendo um desempenho ainda melhor que sua antecessora. E então veio o anúncio de seu primeiro álbum, SOUR, que obviamente passou a ser altamente antecipado por todos que não conseguiam tirar as músicas de Olivia da cabeça – que, a esse ponto, já tinha ultrapassado as barreiras do público adolescente que teoricamente seria seu alvo.

 

SOUR

Capa do álbum

O primeiro single após o anúncio do disco, good 4 u, mostrou que a artista estava disposta a experimentar uma sonoridade além do que foi mostrado anteriormente. Se antes ela estava triste, agora ela está com raiva e isso reflete na melodia que se aproxima de um pop-punk que ecoa influências de bandas como Paramore. 

SOUR tem como tema central a decepção amorosa de Olivia Rodrigo e o seu primeiro grande coração partido. Colaborando com o produtor Dan Nigro, que vem se destacando por seus trabalhos com outros artistas jovens como Conan Gray e Sky Ferreira, Rodrigo assina todas as composições do disco.

Como se esperava, a maioria das canções são baladas tristes. Mas temos também gratas surpresas como brutal e jealousy, jealousy, onde a cantora reflete sobre suas ansiedades e inseguranças como uma adolescente de 17 anos no mundo atual. De forma honesta e ácida, Olivia Rodrigo ressoa mesmo em quem já passou dessa idade há algum tempo em melodias que lembram o pop-rock dos anos 2000.

Mas isso não quer dizer que as outras canções não mereçam atenção. A narrativa de Olivia, que deixa claro mais uma vez porque ela aponta Taylor Swift como sua maior influência, é cheia de detalhes que despertam empatia pelo sofrimento da mesma. É impossível terminar de ouvir o SOUR sem ressentir o garoto sobre quem ela está cantando. 

Reunindo referências, Olivia Rodrigo cria um trabalho honesto que ressoa muito além da sua faixa etária, seja pela nostalgia ou pela identificação. Ela prova estar muito além da one hit wonder que esperávamos e nos deixa ansiosos para ver o que ela pode fazer com mais maturidade daqui pra frente.

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