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Negra Li termina o ano de 2018 com “Raízes”, álbum que marca o retorno da cantora seis anos após o lançamento de seu último álbum.


Seis anos após o lançamento do seu último álbum, Negra Li, um dos maiores nomes do rap nacional, retoma e exalta suas origens em seu novo e incrível disco Raízes. O trabalho, produzido por Caio PaivaDuaniGustah e Pedro Lotto, traz um passeio coerente entre ritmos que misturam o pop, reggae, R&B e o beat do rap. Além disso, as letras mostram Li extremamente afinada à suas bandeiras e totalmente consciente do lugar que ocupa na música.

A artista, que chamou a atenção do grande público na segunda metade dos anos 1990 ao participar do grupo de rap RZO (Rapaziada da Zona Oeste), ganhou ainda mais destaque nacionalmente em sua carreira solo. Dona de hits memoráveis que marcam sua trajetória, como Você Vai Estar na Minha e 1 Minuto, parceria com D’Black, mostra, agora, o trabalho mais consistente da carreira.

Composto por 11 músicas, o material, lançado pela White Monkey Recordings, começa com a música Venha, soando exatamente como um convite para esse novo projeto. A faixa traz referências de grandes nomes da música e um rap auto afirmativo. Além disso, há inserção do samba, em uma música com bastante swing. Raízes, a canção que dá nome ao álbum, é o segundo registro do material e já ganhou um clipe em parceria com o cantor Rael. A produção enaltece a cultura negra e a ancestralidade da artista, do começo ao fim. Vale destacar que a faixa traz versos que lembram o sucesso Olhos Coloridos, composta por Macau, em 1974, e eternizada na voz de Sandra de Sá, em 1982.

Mina mostra Negra Li em um R&B ensolarado, cheio de poder e mensagens de autoestima, principalmente, para mulheres negras. Esse ritmo segue ganhando espaço no disco, com a romântica parceria com o cantor Gaab, em Uma Dança – cujo potencial para se tornar um dos grandes hits do próximo ano é forte. Nos remetendo às músicas lançadas por ela nos anos 2000, a contagiante Sexta chega preparando o terreno para a provocante parceria com Seu Jorge em Eclipse Lunar, além da agitada Malandro Chora. Esta última, escolhida como primeiro single, ganhou um clipe cheio de colorido e coreografia.

Se Rihanna fosse lançar uma balada em português, Meu Juízo seria o escolha perfeita. A construção musical desse R&B nos lembra as últimas produções da cantora barbadiana e, apesar de não ter um refrão chiclete, pode funcionar muito bem como single e/ou trilha de alguma produção televisiva. Enquanto isso, o dueto com Cynthia Luz, Somos Iguais, faz uma bela homenagem à Marielle Franco, vereadora pelo estado do Rio de Janeiro assassinada a tiros em março de 2018. “A voz não se cala, estamos cientes. Marielle, presente”, cantam as artistas.

Mãos Pequenas é uma homenagem aos próprios filhos e uma celebração à maternidade. A faixa tem a produção mais sobrea do disco e contrasta muito com a última música do compilado. Nossos Sonhos fecha o álbum com mensagem positiva, em um reggae tímido, que amarra a produção de forma pontual.

É importante saber que mesmo em um momento político tão complicado, artistas como Negra Li continuam produzindo o melhor de sua arte. Com Raízes, a cantora dá ao público a possibilidade de refletir sobre questões que afetam a vida de toda a sociedade – de maneira leve, mas enfática.


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