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“Like a Prayer”: um álbum que sempre precisará ser escutado

"Like a Prayer", álbum de Madonna, completa 30 anos sendo um dos discos mais marcantes da carreira da cantora – e do mundo da música.

“Like a Prayer”, álbum de Madonna, completa 30 anos sendo um dos discos mais marcantes da carreira da cantora – e do mundo da música.


EEm 21 de março de 1989, Madonna lançava seu quarto álbum em estúdio e um dos mais importantes de sua carreira. Aclamado até hoje, Like a Prayer foi, sem dúvidas, uma grande marca para os anos 80, tanto pela história que conta quanto pela revolução que a artista causou com ele.

Após três álbuns lançados (Madonna, Like a Virgin e True Blue), Madonna já tinha certa abertura para ousar e trazer temas e performances mais polêmicas. Like a Prayer veio, com suas 11 faixas, trazer muita polêmica e atenção para a cantora – talvez justamente o que ela pretendia fazer. O timing da norte-americana para lançar foi perfeito e proposital, uma vez que reflete bastante o mundo de 1989.

Mesmo quem não viveu nos anos 80, sabe como a época foi complicada pelo descobrimento da AIDS e seus desdobramentos. A infecção foi responsável por, lentamente ou não, destruir a saúde de diversas pessoas. Por isso, começaram a surgir teorias que explicassem o motivo de algo tão devastador. Uma hipótese foi de cunho religioso, alegando que a AIDS seria uma punição divina, associada principalmente aos homossexuais.

O disco de Madonna veio como uma forma de quebrar esse tabu religioso, e trouxe também discussões sobre empoderamento feminino e a luta contra o racismo. Essas temáticas estão ligadas às lutas das mulheres por igualdade social e liberdade sexual, além de toda brutalidade policial que os negros viveram nas épocas, junto com o preconceito contra os casais interraciais.

A sinceridade e coragem de Madonna foram cruciais para que a obra tivesse o êxito que alcançou. A canção que dá nome ao álbum causa polêmicas em seu lançamento, repercutindo até os dias de hoje. O clipe é um choque tremendo para os conservadores e religiosos – não dá para beijar uma versão negra de Jesus e passar batido, certo? Na época, houveram duras tentativas de censurar Like a Prayer (música), incluindo a retirada da cantora como porta-voz da Pepsi. Contudo, nada foi suficiente para fechar as portas que Madonna abriu e, a partir disso, diversos outros artistas tiveram a coragem de criticar as religiões.

Ao lado de Like a Prayer, Express Yourself  também veio para tomar lugar permanente como música que mudou e inspirou pessoas desde o lançamento. Numa época de forte repressão contra as mulheres e a comunidade LGBTQI+, Madonna trouxe uma canção que serviu de mantra para empoderar e dar coragem para que as pessoas lutassem pelos seus direitos.

Em suas 11 faixas, Like a Prayer traz sentimentos diversos. Além de todas as quebras de tabus e empoderamento, a artista também coloca diversos aspectos da sua vida nas canções. Ao longo do álbum, ela retrata a morte de sua mãe, o difícil relacionamento com o pai, detalhes da sua infância, a relação com os irmãos e violência doméstica.

Todo o empenho da artista não foi em vão. Like a Prayer vendeu 15 milhões de cópias ao redor do mundo, ficou entre os 100 melhores álbuns de todos os tempos pela revista Time e ocupou o primeiro lugar da Billboard Hot 100 durante um mês.

 

É por conta de todas abordagens e críticas que o Like a Prayer torna-se tão atemporal. Ainda que os tempos tenham mudado, muitas lutas sociais continuam permanecendo e as discussões trazidas pela artistas são tão atuais quanto no seu lançamento.


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