fbpx

Chuva de confetes e emancipação em Little Mix

Do pop disco à balada, Little Mix traz um álbum composto de reflexões sobre a própria carreira e amadurecimento pessoal.

Do pop disco à balada, Little Mix traz um álbum composto de reflexões sobre a própria carreira e amadurecimento pessoal.


AApós dois anos se envolvendo em turnê, projetos de mentoria em reality e lançamentos de alguns poucos singles, Little Mix está de volta com Confetti, o sexto álbum de estúdio do girlgroup. Nesta nova fase, o grupo formado no The X Factor traz um trabalho autoral, com a participação do quarteto em todas as etapas produtivas. Além disso, também retornam com a produção de Kamille, com quem também trabalharam nos discos LM5, Glory Days e Get Weird.

Jade, Perry, Jesy e Leigh-Anne, respectivamente

Na abertura da era Confetti, Little Mix lançou Break Up Song e deu um vislumbre do que estava por vir. Com um videoclipe bastante colorido e divertido, como de costume, as cenas foram gravadas durante o auge da pandemia de coronavírus e, por este motivo, elas não se encontraram para a realização das filmagens e tampouco teve coreografia. O single embarca na tendência pop disco que retornou com força em 2020 e emplacou diversos hits como Say So, de Doja Cat, e Don’t Start Now, de Dua Lipa.

Embora pareça uma alternativa fácil e confortável para o momento, o quarteto imprimiu sua marca com vocais potentes e uma ponte melódica, enquanto entregaram uma música que transita entre melancolia e explosão dançante. O lançamento seguinte foi Holiday, canção com pegada de verão que transmite o sentimento caloroso da estação através do instrumental, deixando a letra fazer o trabalho de contar o enredo excitante sobre um casal em alta tensão sexual.

 

o melhor de Little Mix

Capa do álbum

A grande estrela do Confetti, no entanto, é a última música a ser lançada antes da estreia do álbum completo. Sweet Melody é facilmente classificada com uma das melhores do disco. Tal afirmação não se sustenta apenas porque a canção veio como um pacote completo, com videoclipe bem produzido e editado, com bons figurinos e coreografia envolvente. O single com grande potencial de pop perfection tem um tom moderado desde a primeira nota, prendendo o ouvinte e o preparando lentamente para a sensação de êxtase que vem no refrão. Com a capella, vocais bem coordenados e notáveis transições no tempo, a proposta entregue traz o que Little Mix tem de melhor e, talvez, este seja o motivo que sintetiza tamanha grandiosidade.

Outro ponto de destaque do disco é Not a Pop Song que, apesar do nome, é sim uma música pop – mas é exatamente onde mora a ironia do título. Carregada de subjetividade, a canção conota independência de Little Mix em relação ao antigo chefe Simon Cowell e ao aprisionamento causado pela crítica, público e premiações. Com o acompanhamento de um violão, o quarteto faz um inteligente jogo de palavras com o nome de Simon e exprime a incapacidade de continuar seguindo regras abusivas e desagradáveis para se encaixar e conquistar êxito na indústria musical.

Imagem promocional do Little Mix para o “Little Mix The Search”, reality de competição musical liderado por elas

Além disso, a canção soa como um desabafo ao mostrar a dificuldade que tiveram em obter confiança do público enquanto artistas. O refrão é sarcástico ao pontuar um aviso de que a faixa não pertence ao gênero que as estigmatizam e estereotipam, quando na verdade faz parte sim, mas carrega uma mensagem importante e fora da superficialidade em que o pop é geralmente reconhecido.

Confetti, quarta música do álbum homônimo, sumariza todas as 13 músicas do disco. Com uma letra que engloba a liberdade concedida pela independência — que pode ser entendida de forma profissional ou afetiva – e a convicção de que momentos bons estão prestes a vir, a faixa retrata a emancipação e descoberta da capacidade em ter a si mesmo como alicerce na própria caminhada. O disco também referencia trabalhos anteriores de Little Mix, como acontece em Gloves Up, que relembra uma versão mais sofisticada de Power, com o intuito encorajador igualmente poderoso. Happiness e If You Want My Love revisitam o sentimento de autossuficiência proclamado em todo o LM5, de forma menos intensa e realista, tratando o assunto com mais leveza e confiança.

Canções de término como A Mess (Happy 4 U) e baladas emotivas detectadas em My Love Won’t Let You Down e Breathe geram fácil identificação do ouvinte, tornando o repertório completo e destinado a todos os públicos, sem necessariamente ser genérico e vazio de significado. Little Mix, em seus nove anos de carreira, é um grupo experiente em fazer até mesmo a mais simples música se tornar um espetáculo sonoro, com agradável dinâmica entre ritmos e gêneros presentes no álbum e vocais de excelência inegável.

Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Filmes
Deborah Almeida

Um salve aos clichês de Natal

Estrelado por Vanessa Hudgens, “A Princesa e a Plebeia” aposta em todos os clichês para criar o filme de Natal que todos adoramos amar. Aos amantes de filmes natalinos, a Netflix lançou um longa para aquecer os corações neste final de ano e renovar as esperanças. Para completar o combo clichê, A Princesa e a Plebeia ainda conta com personagens sósias e coincidências para lá de improváveis, do jeito que os românticos incuráveis amam. Esse interessante trabalho de atuação fica a cargo de Vanessa Hudgens, a eterna Gabriella Montez de High School Musical, vivendo aqui as duas protagonistas: Stacy De Novo e

Leia a matéria »
Back To Top