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“MONTERO”: A arte e a vida de Lil Nas X

Com a mistura de pop e rap ao seu modo, Lil Nas X se mostra enquanto identidade e artista com ousadia e coerência com o álbum de estreia "MONTERO".

Com a mistura de pop e rap ao seu modo, Lil Nas X se mostra enquanto identidade e artista com ousadia e coerência com o álbum de estreia “MONTERO”.


VVocê já ouviu falar que a arte imita a vida? Em alguns casos essas duas partes se acompanham e com MONTERO, primeiro álbum de Lil Nas X, não foi diferente. O disco marca a estreia de Lil após o sucesso de Old Town Road.

E para quem achou que seria um artista de uma música só, pode virar o disco. Lil Nas X certamente veio para ficar e nos envolve em um trabalho cheio de referências às suas experiências pessoais. Além disso, ele mostra versatilidade enquanto canta de forma confortável em ritmos diferentes e com pessoas convidadas dos mais diversos gêneros musicais. Em tempos de lançamentos comerciais e batidos, Nas X nos mostra que a identificação e o reconhecimento de nós mesmas cabe na música.

 

MONTERO

Confiança, versatilidade, coragem. Essa é, para mim, a base de MONTERO. Audacioso sem perder o sentido, o álbum traz Lil Nas X pronto para encarar os desafios de ser ele mesmo: um homem negro, gay e no rap (meio fortemente masculino, com fama da postura dura e combativa). O combate aqui é outro: ele se dispõe a contar a própria história com o seu olhar, incorpora tendências visuais e sonoras do momento, mas ao final sabemos que é ele.

Uma das personalidades pop mais em destaque no momento, Lil faz no disco o que o rap internacional nos últimos tempos não fez, e tudo bem, apesar de ser um diferencial. MONTERO mistura sonoridades, rebeldia, bom humor e comprova que podemos ser firmes sem sermos rígidos, afinal, tem espaço para a leveza mesmo quando brigamos com um ideal tradicional de ser na sociedade.

Sem enrolação, os versos, durante as 15 faixas, são diretos, sem muitos rodeios, e confirmam o poder da diversidade — isto é, de trazer várias referências pessoais e profissionais. Miley Cyrus, Elton John, Doja Cat, Megan Thee Stallion, todas as pessoas convidadas ajudam a dar o tom do trabalho: divertido e concentrado. Essa é a energia em 41 minutos de reprodução.

 

PROFUNDO

Uma vez ouvi que “as pessoas podem esquecer o que você falou, mostrou, mas nunca vão esquecer o que você as fez sentir”. Para mim essa é a maior riqueza de MONTERO e toda a personalidade artística de Lil Nas X. 

Ele se impõe de forma elegante e deixa espaço para se expressar nas roupas, símbolos, gestos, enfim, é uma verdadeira experiência que passa por muitos sentidos. A essência do álbum está na ousadia e o seu diferencial também. As pessoas muitas vezes não se mostram por inteiro e limitam suas habilidades para cumprir expectativas sociais, mas para ele essa fase não é mais realidade.

Fato é que Nas X comprova sua grandeza como artista e referência, principalmente, para a comunidade LGBTI+. Ao fim do disco, a sensação é de um desabafo necessário, o famoso relato de quem muito ouviu e agora precisa falar. Na verdade, MONTERO poderia ser o meu ou o seu álbum mas deixemos o nosso para depois, o momento agora é de Lil Nas X.

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