fbpx

A linha tênue entre a emoção e a liberdade 

"Fine Line" é um álbum maduro, que traz o universo psicodélico musical de Harry Styles em meio a novas descobertas e experiências marcantes.

“Fine Line” é um álbum maduro, que traz o universo psicodélico musical de Harry Styles em meio a novas descobertas e experiências marcantes.


VVocê possivelmente já deve ter ouvido por aí Lights Up ou Watermelon Sugar. Ambas faixas são singles lançados como parte de divulgação do recente segundo álbum de Harry Styles, Fine Line. Lançado no dia 13 de dezembro, o disco, sucessor do primeiro álbum solo do artista (2017), aposta em uma sonoridade diferente, acompanhada da influência do rock,  da experimentação em um pop alternativo, passando também do soul ao indie.

 

Fine Line

Capa do álbum

Com um coração partido como motivação, o material representa liberdade, trazendo como temas centrais sexo e tristeza, como já havia adiantado o artista, baseado em uma pegada íntima e refinada. E, aliado a sua personalidade artística rica e diferente, Harry Styles traz, ao longo das 12 faixas, sentimentos e experiências que marcaram suas relações, contadas por seu vocal fresco e emotivo que, por vezes, nos leva a sentir as emoções e aventuras do músico. Styles apoia-se ainda em instrumentos como o baixo, guitarra, violão, bateria,  elementos de sopro, para construir boas harmonias vocais.

O fato é que seja por suas aparições surpreendentes, roupas desconstruídas e, até mesmo, seus antigos trabalhos, percebemos que o it boy do momento encontra-se a frente do seu tempo, ainda mais quando lançamos olhar para o mundo da música. Harry Styles não se intimida em tirar fotos vestido de bailarina, usar conjuntos de tons coloridos, pintar as unhas ou usar transparências no Met Gala, lançando tendências ao invés de segui-las e encorajando os que ainda não experimentaram essa liberdade e insistem por se encaixar em alguma fórmula.

LOVE ON TOUR BR
Fine Line chegou em todas as plataformas digitais no dia 13 de dezembro, tornando mais esperançosa nossa sexta-feira 13. Além disso, Harry Styles já divulgou as datas da turnê do novo disco e o Brasil está na lista. Os shows em solo brasileiro acontecem em 7 e 9 de outubro de 2020, em São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente.

O cantor nos proporciona ter contato com esse espírito livre, mesmo que ainda seja apenas pelo som, a partir de uma sonoridade nostálgica do rock, junto a um clima sensível, que nos coloca em seu universo atual, triste por conta de um término recente mas também profundo e divertido.

“Tudo se resume a me divertir mais, acho. (…) Lights Up, o primeiro single dessa nova era, chegou no final de um longo período de auto-reflexão, auto-aceitação. (…)Ao longo dos dois anos de gravação, passei por muitas mudanças pessoais, tive conversas comigo mesmo que nem sempre se tem. E eu me sinto mais confortável sendo eu mesmo.”

HARRY STYLES EM ENTREVISTA À REVISTA NORTE-AMERICANA ROLLING STONES.

 

Pop rock alternativo

Certamente, Harry Styles se permitiu mais nesse novo trabalho, deixando de lado a preocupação em errar para dar lugar a um discurso honesto, sem deixar para traz o conceito do primeiro trabalho solo: sua ligação com o rock clássico. Fine Line é capaz de falar diretamente dela em She, da lua do Cânion em Canyon Moon, com um ritmo de rock suave e hippie, e ainda, do que seria capaz de fazer por alguém que ama em Adore You, em meio a uma pegada R&B mais energizante.

O elo com o rock mais tradicional não foge inclusive de suas roupas, especialmente as usadas em performances e eventos. A aposta em calças mais largas e de cintura alta combinadas com camisas desalinhadas em cores primárias e mistura de elementos reforçam seu estilo rock and roll, complementado por sua personalidade despreocupada e alternativa, em um tempo onde o comum e as modas do momento parecem ditar as escolhas e os comportamentos.

https://www.youtube.com/playlist?list=PL0Dt7iCf0oTgtnHNBllDzh4DV8QdRiRzA

Toques de pop rock, misturados com batidas e harmonias típicas dos anos 1960 e 1970 ajudam a dar o tom do álbum, um excelente rock clássico, em canções como Adore You e Lights Up, podendo fazer você dançar. Admiradores de The Beatles, Rolling Stones e David Bowie vão sentir uma certa inspiração do jovem artista, seja no comportamento, nas melodias ou, até mesmo, na ousadia.

Como resposta, Fine Line tem sido aprovado pela crítica especializada, acumulando nota 84 de 100 no site Metacritic. A revista Variety, por exemplo, destaca a harmonia presente na produção do disco: “Na maioria das vezes, o segundo álbum de Styles é uma total alegria. É uma combinação elegante das influências do ex-boyband e seu próprio charme malandro”. Já o jornal USA Today ressalta o poder da identidade musical do cantor: “O álbum é uma chegada tardia, confiante, e refrescante em um ano inesquecível para a música pop, reafirmando o status de rock star real de Styles.

Harry Styles para a revista Roling Stones

“O arco geral é que tentei redefinir o que o sucesso significa para mim. Tentei reconectar o que pensava sobre isso. Muita coisa muda em dois anos, principalmente depois de sair da banda e descobrir o que é a vida agora. Eu me sinto muito mais livre para fazer esse álbum – você chega a um momento no qual se sente feliz, mesmo que a música seja sobre o momento em que você não era tão feliz”.

HARRY STYLES EM ENTREVISTA À REVISTA NORTE-AMERICANA ROLLING STONES.

Ainda, segundo a revista musical canadense Exclaim, “o álbum é a prova de que Harry Styles cresceu como artista desde sua estreia solo. Ele não atingiu todo o seu potencial, mas certamente está a caminho”. O aclamado disco, disponível nas plataformas de streaming, pode ser encontrado fisicamente em CD, vinil e em uma edição especial que inclui um livro de 32 páginas com fotos exclusivas dos bastidores do processo de gravação.

Harry Styles no Met Gala de 2019 (Richard Young/Shutterstock)

Sem dúvida, o cantor se lança no topo do pop com o novo trabalho. Fine Line trata, sobretudo, do triste momento da separação, mostrando também as novas experiências e descobertas de um jovem de 25 anos que, de maneira reflexiva, evoluiu nos contextos pessoal e profissional e vivencia novas práticas sexuais e melancólicas, além de se firmar como um dos mais cativantes e talentosos nomes da nova geração do pop e rock.


PLAYLIST


Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Televisão
Ana Luisa Santos

Amor Vincit Onnia

“Sense8” termina a sua jornada com um sentimento de ciclo fechado, com personagens e histórias bem construídos e uma carta de adeus aos fãs. Se é que alguém ainda não conhece o fenômeno geracional que se tornou, Sense8 é uma ficção científica criada e roteirizada por Lilly e Lana Wachowski e produzida pela Netflix. A série conta a história de oito jovens sensates que levavam vidas completamente diferentes uns dos outros, mas todas dentro da normalidade até um determinado momento. Eles percebem que têm uma conexão entre si quando têm a visão da morte de Angélica (Daryl Hannah). É aí que

Leia a matéria »
Back To Top