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Cultura em BH: ocupação de espaços públicos e eventos musicais independentes

Belo Horizonte é cheio de eventos culturais que tomam lugar em bares ou em vias públicas, servindo diferentes públicos e interesses.

Belo Horizonte é cheio de eventos culturais que tomam lugar em bares ou em vias públicas, servindo diferentes públicos e interesses.


AA ocupação de espaços públicos em Belo Horizonte vem ganhando mais força com o passar dos anos. Eventos em praças ou espaços culturais, que promovem a interação de diferentes públicos de forma totalmente independente, são uma importante atração para inúmeras pessoas. Neste ano, 2017, não haverá a clássica Virada Cultural e que conta sempre com o mais variado público, mas estão surgindo outros eventos que abrangem toda a forma de cultura, de maneira plural.

Alguns dos encontros em espaços públicos tradicionais em Belo Horizonte que acontecem em 2017, nos finais de semana, férias e feriados, são a Praia da Estação, o Samba da Meia-Noite, Saraus, Duelo de MCs e o Forró no Viaduto Santa Tereza. Winnie Parreira, estudante de geografia, marca presença na maioria desses eventos desde os seus 15 anos por diversos motivos, entre eles está sua preocupação em ocupar espaços públicos. “É importante não só para a população carente, de baixa renda, mas para todos. Esses lugares universalizam cultura”, afirmou a estudante. O último evento no qual Winnie esteve presente foi o Forrozeiros de Rua, no Viaduto Santa Tereza, no dia 16 e setembro, sendo este um dos que mais frequenta, pois gosta muito de dança e música.

Praia da Estação

Outro espaço de atração para o público é o bar Zona Last, localizado no bairro Horto (região Leste de Belo Horizonte). É um bar que foge da área central da cidade, para atrair as pessoas a outros locais, quebrando com o estereótipo de que eventos independentes, nas ruas, só acontecem no Centro. Sem preconceitos, muita dança e muita música, o DJ Gabriel Peixoto, é um dos parceiros do Zona Last. Ele promove o seu baile toda quinta-feira no local.

Recentemente, Gabriel realizou a festa Subversivas no bar de maneira independente, sem nenhum incentivo e patrocinadores. Essa festa foi o encerramento de um festival que se chamava Reverberar. A festa surgiu da necessidade de dar maior visibilidade à população minimizada pela sociedade e, nessa edição, a principal temática era proporcionar às mulheres a possibilidade de conduzir as oficinas de danças. “Eu me preocupo em fazer o público se sentir à vontade. E a maioria das pessoas que frequenta esses eventos estão a todo tempo questionando, se envolvendo e participando da temática abordada”, conta Gabriel.

O Zona Last é um bar aberto a experimentações, que acredita na ocupação de espaços públicos, no empoderamento do chão, das paredes. Consegue fazer as pessoas sentirem que a cidade é de todos. O próximo evento no bar realizado por Peixoto será no dia 12 de outubro, em comemoração ao dia das crianças. A programação ainda está a ser definida.

Em Belo Horizonte, a cultura independente é muito diversificada. Ela consegue atender a todos os gostos e preferências, seja do cinema ao show de rap e oficinas. Isso é de extrema importância para valorizar todas as belezas que existem nos centros urbanos, e fazer com que os indivíduos descubram o novo, libertando-se de sua rotina.

 

Duelos de MCs

O Duelo de MCs em Belo Horizonte é um dos eventos de rua mais significativos que está presente na programação cultural da cidade desde 2007. Criado pela Família de Rua, que tem como integrantes os MCs PDR Valentim, Thiago Monge, Ozléo, e a jornalista Ludmila Ribeiro, o movimento sempre teve o mesmo objetivo: de apresentar diversas manifestações culturais ao público, com rimas, grafite e danças. O Duelo, inicialmente, tinha a ideia de ocupar a Praça da Estação, por se tratar de um lugar de fácil acesso, mas, devido às chuvas, o grupo optou por ocupar o Viaduto Santa Tereza. Desde então, os encontros já aconteceram por mais de 300 sextas-feiras e domingos.

Durante a tarde de um domingo em 2012, no decorrer da comemoração dos cinco anos do Duelo de MCs, foi criado o Duelo de MCs Nacional. Essa data foi histórica pois contou com a participação surpresa do rapper Emicida, de dançarinos e grafiteiros. Mas a atração principal foi o duelo entre os MCs de sete capitais brasileiras no palco do Viaduto para disputar o título nacional. Nesse dia, o vencedor foi o mineiro Douglas Din. A partir de 2014, o Duelo de MCs nacional foi realizado por meio de arrecadação colaborativa, uma vez que o projeto não conseguiu nenhum patrocínio.

Neste ano de 2017, o evento nacional terá o seu desfecho, novamente, no palco do Viaduto Santa Tereza, e contará com finalistas de 16 estados brasileiros. Está programado para acontecer nos dias 25 e 26 de novembro, com o início às 14h de sábado, e o término às 20h, de domingo. Mais de doze horas de evento, para celebrar os dez anos do Duelo, eleger um vencedor e, acima de todos os objetivos, ocupar o espaço público urbano com diversas expressões culturais.


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