Carregada pelo punk rock, Avril Lavigne fala sobre drogas e amor para fazer de “Love Sux” uma volta a suas origens.
SSe em 2018, Avril Lavigne assumiu a cor cinza em seu álbum Head Above Water com uma sonoridade mais intimista após a descoberta e recuperação da doença de Lyme. Chegando agora no dia 25 de Fevereiro de 2022 e abusando do vermelho e preto com LoveSux é a prova de que a canadense está animada a voltar em suas raízes do pop-punk. O conceito do álbum nada mais é do que uma zoeira com o amor, Lavigne reafirma que o amor é uma droga e faz isso com muito bom humor. O novo projeto é um trabalho da princesinha do pop em parceria com a DTA Records, assinado por Travis Baker, baterista do Blink182.
Vingativa, revoltada e mandando o boy se f*****, como uma bola de canhão, Cannonballabre o álbum com muita guitarra e bateria em ritmos acelerados já colocando o fã para pular. Bois Lie em parceria com Machine Gun Kelly em um rockezinho mais leve e moderado, aqui existe um diálogo sobre a decepção do amor, Avril fala que os homens mentem e traem, enquanto do outro lado Machine rebate de como ela fala para seus amigos, se tornando a vilã, sendo que sempre pinta os homens como cara horríveis.
Bite Me” resgata a sua essência, em um ótimo single lançado que diz muito sobre a personalidade do álbum, guitarras distorcidas, bateria barulhenta e Avril falando sobre a vingança e que agora o garoto deve sofrer em suas mãos, talvez essa seja a música que mais traz de volta a Avril lá de 2000 ao começar na estrada. O clipe também apostou em um galpão, piteboys fantasiados de bailarina e ajudando a dar um trato no ex, garantindo boas risadas, além de cabelo pintado de rosa fazendo referência a sua era cor de rosa.
Love It When You Hate Me em parceria com Blackbear fala de uma relação abusiva, de altos e baixos e não vemos como ficamos cegos por uma pessoa abusiva. Love Sux, faixa- título do álbum carrega todos os elementos de sua carreira, baterias em ritmos agitados, muita guitarras e muita diversão me lembra em alguns momentos What The Hell com The Best Damm Thing, a canção fala de como o amor é uma droga e cansa principalmente para a mulher, tomara que essa canção se torne single.
Kiss Me Just Like The World Is Ending é um pop punk mais suave apesar do uso contínuo de bateria e guitarra, a canção é doce ao falar de ser beijada e da paixão avassaladora. Avalanche é uma das poucas baladinhas mas que reflete muito sobre a dor e se sentir cansado de não estar bem o tempo todo e que muitas vezes precisamos de um norte, a música tem backing vocals que chamam a atenção.
Dejavu fala das mesmas histórias repetidas, a cobrança do parceiro aparecer e do posicionamento feminino nem sempre meninas são fofinhas e a canadense até fala de atropelar. Fu discorre sobre o criar expectativas no outro e até as frustrações de não ser ouvida, um destaque principalmente para a ponte que é muito bem construída, em um tom mais lento, reafirma a sua mensagem de esperar que o outro ainda faça algo pelo relacionamento.
All I Wanted em parceria com Mark Hoppus, a música é agitadona nas guitarras e bateria, a canção fala do reencontro, de buscar a pessoa amada, de boas memórias, talvez seja a música com Lavigne menos vingativa perto do início do CD. Dare To Love Me resgata a cantora da era passada, sinto essa música quase como We Are The Warrios tanto pela sonoridade, uso de pianos e uma Avril mais intimista e quase como um grito de amor, aquele que fere, uma das canções que mais foge da curva. Break Of A Heartach encerra o álbum da forma que começou agitada e revoltada, aqui ela termina falando sobre o peso da confiança e de como mudamos os planos e sonhos por quem nem vale a pena.
O ponto negativo do álbum é que usa muito de expressões como “ooooo”, “nanana”, vocais repetitivos que parece que Avril se acomoda em sua zona de conforto e muitas vezes torna a sonoridade enjoativa, principalmente em suas parcerias, não que seja culpa de Lavigne em trazer essas estrelas mas sim na forma como as canções são apresentadas. Apesar que a canadense afirmou que o novo trabalho seria agitado e quase não teria músicas lentas o que de fato aconteceu mas que pelo mesmo motivo, não teve uma quebra de padrões, isso soa cansativo.
Love Sux é um álbum chiclete, enérgico, vibrante que usa do conceito do amor e das drogas para voltar em suas origens em pop-punk é visível como Avril esta feliz com o que produziu.
