fbpx

O retorno leve da grande artista que é Ariana

Vocais em destaque, batidas suaves e harmonias agradáveis: assim é composto o Sweetener, novo álbum de Ariana Grande. Vindo de uma investida sensual e provocante com Dangerous Woman, lançado em 2016, ela parece finalmente se render as suas preferências e emoções. Apostando em um ritmo delicado, a artista traz um disco mais doce, como sugere o próprio título do projeto (Adoçante, em português), em um repertório harmônico e diferente de seus trabalhos anteriores.

A nova era, tanto em sua vida pessoal quanto em sua carreira, é marcada um pop sombrio, com detalhes instrumentais, possivelmente o resultado do atentado terrorista que sofreu em 2017, quando uma bomba explodiu durante seu show na Manchester Arena, em Manchester, Inglaterra, matando alguns de seus fãs e deixando dezenas de outros feridos. O primeiro single do disco, no tears left to cry, revela em um tom otimista e sensato a vontade de recomeçar, combinada com a sua voz suave. Em um dos versos ela diz: “Agora, estou em um estado de espírito / No qual eu quero estar o tempo todo / Não tenho mais lágrimas para chorar / Então, estou correndo atrás, correndo atrás / Estou amando, estou vivendo, estou correndo atrás”.

Dando continuidade a sequência de lançamentos e divulgações, Ariana veio com uma aposta ousada e rica em referências, God is a woman certamente marcou essa nova fase da cantora. A música, divulgada juntamente com o clipe, oferece uma investida audiovisual que vai desde O Pensador, de Auguste Rodin, até o Jardim do Éden, ambiente importante da história bíblica, para questionar toda uma perspectiva do mundo guiada pelo olhar masculino.

No clipe, a mulher aparece como principal, protagonista da própria história e da construção da humanidade, seja ela na Bíblia ou nas artes – afinal a figura feminina na arte vai muito além da Monalisa apenas. A artista compõe uma narrativa feminina de enfrentamento, expondo os desafios encontrados ao longo da trajetória, baseada em várias ligações com momentos e obras marcantes da história humana. Muito provável no final da música você também ‘‘acreditará que Deus é uma mulher’’.

Outro destaque são as participações presentes ao longo das 15 faixas do disco. Ariana aparece com Nicki Minaj em the light is coming, uma repetição da parceria com a rapper que já esteve presente no Dangerous Woman, com a música Side to Side. Além disso, colaboram também no novo trabalho Pharrell Williams (brazed), que também produz algumas das músicas, e Missy Elliott (bordeline).

A vida amorosa da artista também ganhou espaço no disco. Pete Davidson, nome do seu noivo, mostra as realizações e a felicidade em estar completa com si própria e o companheiro e agradecida pelo momento que está passando em sua vida.

Ainda para os que gostam do ritmo eletrônico da artista, breathin é a música certa. Menos elaborada, com ritmo eletrônico e letra de superação, tem tudo para conquistar os admiradores do som que marcou Ariana.

https://www.youtube.com/playlist?list=PL0Dt7iCf0oTgfRZR8T0LkeRlMos5iUtZk

Dessa forma, para os fãs acostumados com as batidas fortes e melodias ousadas que se tornaram a marca registrada da cantora e o ponto forte de seu trabalho, podem se surpreender com o álbum recém-lançado. A produção de Pharrell Williams, alinhada as suas referências, parecem trazer uma atmosfera que não explora todo o potencial da artista, com muitas repetições das letras em algumas músicas, apesar de trazer grandes destaques.

Por outro lado, ao ouvir todas as faixas a impressão que fica é que Ariana Grande parece estar bem à vontade e fazendo o que gosta, ultrapassando assim elementos que a tornaram famosa. Vemos aparecer uma artista honesta, sensível e preparada para lidar com os desafios da vida, os momentos e escolhas que passou durante a carreira, essa é a sensação que domina todo o trabalho.

A emoção assume o tom principal do álbum e nesse sentido a cantora mostra sua grandeza ao investir em um discurso pessoal e autêntico. Sweetener é uma declaração de Ariana Grande para o que e quem ela se sente bem. Um discurso de encorajamento para uma vida doce, mesmo que para isso precise de um adoçante.


Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Filmes
Carolina Cassese

Lá vamos nós de novo!

“Mamma Mia! Lá Vamos Nós de Novo” pode trazer grandes novidades, mas acerta ao entrega um roteiro mais trabalhado e uma crível história de sequência. Dez anos atrás, a adaptação cinematográfica da peça Mamma Mia (2008) entrava em cartaz. Contando com atuações de Meryl Streep, Amanda Seyfried, Colin Firth, Pierce Brosnan, Stellan Skarsgård, Dominic Cooper, Julie Walters e Christine Baranski, o musical gerou ampla repercussão, sendo bem sucedido comercialmente e com uma resposta divida da crítica especializada. Com uma boa reposta na bilheteria e com o público cada vez mais apaixonado com o filme, uma sequência foi anunciada em maio de 2017. Mamma Mia! Lá Vamos

Leia a matéria »
Back To Top