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Os 30 anos de uma geração que resiste

"Rainier Fog" pode não ter sido unânime entre a crítica, mas o álbum do Alice in Chains conseguiu deixar sua impressão entre os fãs.

“Rainier Fog” pode não ter sido unânime entre a crítica, mas o álbum do Alice in Chains conseguiu deixar sua marca entre os fãs e na história da banda.


FFundada em meio a geração de ouro do grunge de Seattle, nos anos 80 e início dos 90 (que contou com Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, entre outras), o Alice in Chains se mantém na ativa ainda hoje e lançou, em agosto, um disco de inéditas comemorando três décadas de carreira. Intitulado Rainier Fog, o álbum é o sexto de estúdio da banda, com um total de dez faixas.

Capa do álbum

Sobreviver 30 anos de mudanças no cenário musical, passar por mudanças drásticas na formação, inovar e se reinventar e ainda assim manter a identidade que projetou a banda é um trabalho para poucos. Mas o grupo comandado por Jerry Cantrell consegue exatamente isso. Jerry é um dos fundadores, guitarrista e letrista desde a formação inicial, além de co-vocalista. Nos últimos três trabalhos do Alice In Chains (Rainier Fog, The Devil Put Dinosaurs Here e Black Gives Way To Blue), Cantrell divide os microfones com William DuVall, que entrou na banda em 2006 e faz também a guitarra base.

DuVall teve a ingrata missão de substituir o antigo vocalista Layne Staley, falecido em 2002. Principal voz nos álbuns clássicos da banda, Layne conviveu anos com abuso de drogas e depressão. Os demônios enfrentados por Staley são perceptíveis nas letras que ele escrevia, na maneira como ele cantava, e causaram alguns contratempos à banda, que passou um tempo inativo depois de o vocalista decidir não se apresentar mais ao vivo. A data estimada de sua morte é 5 de abril de 2002, por uma overdose de speedball (uma mistura de heroína ou morfina com cocaína ou metanfetamina), com seu corpo sendo encontrado já em estágio de decomposição.

Mas, se a tarefa de William DuVall não era das mais fáceis, ele vem sendo bem-sucedido. Ele e toda a banda. A crítica especializada avaliou muito bem, em 2009, o Black Gives Way To Blue, que vendeu mais de um milhão de cópias, teve dois singles nomeados ao Grammy e estreou no quinto lugar da Billboard 200, enquanto o The Devil Put Dinosaurs Here, de 2013, chegou ao topo das paradas de álbuns de rock e ficou em segundo na Billboard 200.

Rainier Fog não foi unanimidade para a crítica como os dois anteriores, mas se tornou sucesso absoluto entre os fãs. Para muitos é a versão 2.0 de Dirt, álbum de 1992 considerado a obra-prima da banda. Sem entrar no mérito, mas a título de review, nota 9/10. O primeiro single divulgado do trabalho é The One You Know, a primeira faixa do disco, e mostrou logo de cara o quão promissor seria o álbum.

O segundo single, So Far Under, possui um riff bem distinto e uma harmonização perfeita entre Cantrell e DuVall nos vocais, aumentando ainda mais a expectativa para o então vindouro disco. Também, antes do lançamento oficial do álbum, Never Fade chegou aos ouvidos do público. Particularmente a melhor do trabalho, a faixa traz um instrumental mais pesado e um raro solo. Nesse momento, o hype já beira o insuportável.

Da esquerda para a direita, a atual formação da banda Alice in Chains: William DuVall, Sean Kinney, Jerry Cantell e Mike Inez

No dia 24 de agosto, Rainier Fog chegou as lojas físicas e digitais, além das plataformas de streaming. A média deixada pelos três singles foi alta, mas as outras sete faixas mantiveram a nota – Fly, Deaf Ears Blind Eyes e Maybe, principalmente. O fato de Jerry Cantrell participar dos vocais e da composição das letras desde o início da banda ajudam na sensação de que o Alice in Chains voltou às origens. Visto a média relativamente esporádica de lançamentos de projetos, a espera pelo próximo álbum será longa, mas o material disponível faz com que a espera não seja sofrida, apenas cercada de muita expectativa.


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