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Trilhas sonoras que marcaram a história dos games

Não só de história e gráfico é feito os games. A trilha sonora é uma grande parte desse mix, marcando história e gerações de gamers.

Não só de história e gráfico é feito os games. A trilha sonora é uma grande parte desse mix, marcando história e gerações de gamers.


Os jogos eletrônicos são compostos por diversos elementos que funcionam em sintonia. Nenhuma peça desse complexo quebra-cabeça é mais importante do que outra. Afinal, de nada valeriam gráficos ultra realistas sem um enredo bem amarrado. De nada valeriam mecânicas inovadoras sem personagens instigantes para executá-las. E de nada valeria tudo isso sem uma trilha sonora cativante. No mundo dos games, as canções são escolhidas a dedo. Afinal, são responsáveis por reger toda essa orquestra de pequenos detalhes.

Algumas franquias ficaram tão marcadas por determinadas músicas que elas nunca sairão do imaginário, remontando contextos passados, experiências, situações de vida e até mesmo amizades. Serão motivo de nostalgia eterna para aqueles que tiveram a oportunidade de experimentá-las lá atrás. Por isso, resolvi reunir três trilhas sonoras licenciadas (não originais) que marcaram não só a minha trajetória, mas de vários jovens no início dos anos 2000.


GTA: San Andreas

Não tenha vergonha de admitir: as missões de Grand Theft Auto: San Andreas quase nunca foram o foco de suas aventuras no eterno título da Rockstar. Você certamente fez de tudo no extenso mapa do jogo; menos, de fato, completar a história.

Ao explorar os guetos da diversificada Los Santos, mergulhada numa verdadeira guerra entre gangues, impossível não lembrar de Nuthin’ But ‘’G’’ Thang, um dos grandes hinos da cultura hip-hop. A icônica canção, fruto de uma parceria entre Dr. Dre e Snoop Dogg, foi companheira indispensável dos jogadores durante boa parte da jogatina.

A Horse With no Name, do aclamado grupo britânico America, conta a história de uma longa travessia no deserto rumo as águas do oceano. Em GTA San Andreas, embalou aventureiros que ousaram explorar as estradas, montanhas e segredos guardados em Red County, Whetstone, Tierra Robada e outras regiões do countryside.

https://www.youtube.com/watch?v=0F0CAEoF4XM

Essas músicas não marcaram à toa. Há um motivo especial. O enredo de San Andreas foi ambientado no ano de 1992. Como Gran Theft Auto é uma ‘’personificação’’ da vida em sociedade, os produtores precisaram buscar, em cada detalhe, maneiras de dar fidelidade à cultura dos Estados Unidos daquela época, tornando a experiência do jogo muito mais imersiva.

A curadoria de canções, portanto, reflete com verossimilhança os gostos musicais dos habitantes norte-americanos presentes tanto nas grandes cidades, quanto no interior. Bairros pobres, zonas nobres, centros comerciais, fazendas: os diversos núcleos do continente fictício são reforçados a todo momento por recursos auditivos. Além de trilha sonora, as composições encontradas no sistema de rádios do game é, antes de tudo, parte da história do país.

Strutter (do Kiss), Hold the Line (Toto), White Wedding (Billy Idol), It Was a Good Day (Ice Cube), Welcome to the Jungle (Guns n’ Roses), Them Bones (Alice in Chains) e vários outros hits de sucesso, de diferentes ritmos e gêneros, fazem de GTA San Andreas uma verdadeira obra-prima musical.

Need For Speed: Underground 2

’Like a dog without a bone (like a dog without a bone)

An actor out on loan (an actor out on loan)

Riders on the storm (ride, ride, ride)’’

 

O ano é 2004. O console é o PlayStation 2. A franquia é Need For Speed. E a música é Riders on the Storm. Você liga o videogame, desbloqueia a tela de introdução, ouve a trilha e se prepara para mais uma noite de rachas em Beacon Hill.

Dificilmente encontraremos outra canção capaz de traduzir um game por si só. O remix de Snoop Dogg, que subverteu o rock psicodélico da banda norte-americana The Doors, é lembrado até hoje com carinho pelos pilotos de plantão. O hit embalou o jogo como nenhuma outra música presente na trilha sonora do título.

A saga Underground, primeira sequência de Need For Speed focada em tuning, surfou no sucesso de Velozes e Furiosos (2001), filme dirigido por Rob Cohen. O universo dos carros tunados, corridas de rua, neons coloridos e stickers espalhafatosos presentes no longa possuía seu estilo musical próprio. A Electronic Arts (ou apenas EA), desenvolvedora do jogo, portanto, precisava de canções que retratassem o mundo de Dominic Toretto e Brian O’Conner. E não falhou.

Embora Underground 2 não tenha outras músicas expressivas como Riders on the Storm, ou Ridin’, de seu sucessor Most Wanted, a soundtrack, em geral, ilustra com maestria a principal temática do game. LAX (de Xzibit), Lean Back (Terror Squad com Fat Joe), In My Head (Queens of the Stone Age) e Give it All (Rise Against) são alguns destaques da lista.

Do rap ao rock alternativo – e com leves pitadas de punk –, o jogo ficou marcado na história da franquia. Underground 2 está no hall da fama e é certamente um dos queridinhos de todos os tempos. Killer on the road!

 

Tony Hawk’s Pro Skater 2

Poderíamos ficar aqui o dia inteiro falando das trilhas sonoras da franquia Tony Hawk’s. Os produtores do simulador de skate nos agraciaram com um trabalho digníssimo de curadoria musical ao longo dos anos, reunindo faixas que marcaram época e que são difíceis de se esquecer. Apesar das ótimas soundtracks que se misturam às tantas versões já lançadas, acredito que uma em especial tenha marcado mais: Pro Skater 2.

‘’De certa forma, o jogo foi responsável por apresentar música ‘diferente’ a quem ainda não conhecia ou simplesmente não estava acostumado com gêneros como hardcore, punk, rap, dub, metal e outros tantos que são englobados nas quinze faixas da trilha.’’

As palavras são de Nik Silva, do site Monkeybuzz. E não é que ele tem razão? Pro Skater 2 foi lançado no final de 2000. Naquela época, a internet não era o que é hoje, abrindo caminho para se popularizar. As referências que tínhamos sobre música estavam nas rádios e programas de televisão, além do tradicional boca a boca. Descobertas da Semana no Spotify? Nem pensar.

Os jogos, portanto, moldaram o gosto musical de vários jovens que, a cada título lançado, se viam perante uma infinidade de gêneros e estilos diferentes que nunca haviam escutado na vida. Public Enemy? Anthrax? Papa Roach? Descobri jogando Tony Hawk’s.

Além de ilustrar e reafirmar os valores da cultura urbana – afinal, o skate está inserido dentro desse universo –, Pro Skater 2 foi uma ponte para a diversidade musical no começo dos anos 2000. Ponte para as letras politizadas e discursos críticos de Zack De La Rocha e Tom Morello, líderes da banda Rage Against the Machine. Ponte para as metáforas sociais e ideologias expressas nas composições do gupo Bad Religion.

A trilha sonora de Pro Skater 2 não é a preferida de Tony Hawk. O skatista elencou suas soundtracks prediletas e Pro Skater 1 apareceu no topo. Para os fãs do jogo, entretanto, a história é outra. A segunda versão da franquia é um marco na história dos games por influenciar gerações. Se depender de nós, gamers, músicas como You, Guerrilla Radio e Blood Brothers nunca cairão em esquecimento.


‘’E ainda tem gente com a pachorra de dizer que videogame não faz bem’’.


PLAYLIST


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