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Cuphead supreende por transformar a nostalgia não só em temática e design, mas na mecânica de jogo que o torna tão divertido.

Pode ter certeza que Cuphead é um jogo totalmente diferente do que você já viu até hoje. Inspirado nas clássicas animações das décadas de 20, 30 e 40, o título desenvolvido pelo StudioMDHR está conquistando uma massa de fãs gigantesca desde que foi lançado oficialmente, no dia 29 de setembro deste ano.

Cuphead é um jogo de plataforma 2D, de visão lateral, em terceira pessoa e de gênero run n’ gun (corra e atire). Publicado pela Microsoft e disponível para Xbox One e PC, o game conta a história de dois irmãos “cabeça de xícara”: Cuphead e Mugman. O game possui, teoricamente, duas horas de campanha e pode ser jogado no modo co-op. À primeira vista, Cuphead nos leva a crer que o jogo é destinado ao público infantil. Afinal, estamos falando de traços artísticos característicos de desenhos como Mickey Mouse (1928), Popeye (1929) e Betty Boop (1930). Os gráficos lúdicos e bonitinhos, no entanto, escondem um enredo sombrio, elementos visuais psicodélicos e um nível de dificuldade absurdo. Digno de gente grande!

A história de Cuphead – não negocie com o diabo começa quando os nossos simpáticos personagens se deparam com uma situação de vida ou morte. Os irmãos cabeça de xícara acabam deixando se levar pelo vício das apostas em um cassino gerenciado pelo próprio Diabo em pessoa. E aí, Cuphead, o personagem de vermelho, aposta a sua alma em troca de todo o lucro do estabelecimento. É claro que ele perderia, né? O Diabo, entretanto, oferece aos dois protagonistas uma chance de liberdade. Eles teriam 24 horas para derrotar e coletar todas as almas de uma extensa lista de devedores do cassino. Agora tá explicado por que o game não é destinado para crianças, certo?

Cuphead é composto por dois tipos de fase: de plataforma (com a possibilidade de mini bosses ou não) e de chefões. E as referências não ficam restritas apenas aos desenhos antigos. A jogabilidade é bastante inspirada em games conhecidos do público como Megaman (1987), Contra (1987) e Metal Slug (1996). Nós podemos andar, pular, pular com um giro especial, abaixar, dar um dash e atirar. Tiros secundários e consumíveis podem ser adquiridos em uma lojinha que fica no mapa, que se assemelha (e muito) com o mapa de Super Mario World!

https://www.youtube.com/watch?v=4TjUPXAn2Rg

As fases e chefões, além de muito bem desenhados, ricos em detalhes e pra lá de excêntricos, nos proporcionam uma experiência única. Os bosses possuem mecânicas específicas, diversas variedades de ataque, além de duas ou mais transformações. E lembra que mencionei que os elementos gráficos continham um toque de psicodelia e extravagância? Pois bem, podemos enfrentar uma marujo em cima de um barco vivo, uma cenoura gigantesca, sapos lutadores de boxe e uma abelha rainha que se transforma em avião!

Tudo parece ser insanamente louco, mas cada pedacinho do game foi muito bem pensado. Cuphead começou a ser desenvolvido pelos irmãos Moldenhauer – fundadores do StudioMDHR – em 2010. Ainda em fase de aperfeiçoamento, o game foi anunciado pela primeira vez na E3 de 2014. E apenas em 2017 foi oficialmente liberado para vendas. O motivo de tanta demora? Os quase 50 mil quadros do projeto foram desenhados separadamente, um a um, (e a mão) pela equipe de criação! Capricho não faltou, né?

Cuphead possui poucos diálogos de personagens. A introdução do game, por exemplo, é narrada por textos como se fosse um livro de histórias infantil. Todavia, a ausência de dublagens de falas é totalmente suprida por uma trilha sonora original e de tirar o fôlego. As aventuras dos cabeças de xícara são regadas por aquele típico jazz estadounidense do início do século XX. As linhas de guitarra, piano, contra-baixo e instrumentos de sopro como trompete, saxofone e clarinete te envolvem completamente na história e na ação de cada fase e boss battle.

Em Cuphead, os bosses do jogo se adaptam a quantidade de mortes do jogador para não se tornarem previsíveis

O jogo pode ser zerado, teoricamente, em duas horas, como dito no começo desta análise. Mas a tendência é que esse número duplique, triplique ou até mesmo quadruplique devido ao nível intenso de dificuldade. Os bosses possuem características específicas que variam de tentativa em tentativa. Eles não se comportarão da mesma maneira se você for derrotado mais de uma vez! Por exemplo: o primeiro boss do jogo pode te lançar rajadas supersônicas em seu primeiro encontro. Mas se você perder e tentar novamente, talvez ele não agirá da mesma forma e atacará diferente. Então fica difícil prever ou decorar a movimentação de cada inimigo.

Cuphead é, sem dúvidas, uma ótima pedida para os fãs de vídeo-game. O jogo se diferencia dos demais títulos justamente por ser tão singular. Desde a etapa de idealização até o produto final, os irmãos Moldenhauer fizeram questão de não se prender à corrente realista da atual geração de consoles, desenvolvedoras e games. Pelo contrário, os criadores viajaram no tempo, resgataram a cultura antiga das animações e conseguiram elaborar um jogo que funcionasse nos padrões atuais de consumo.

Se você gosta de referências, gráficos impecáveis, uma proposta diferente, enredo criativo e um pouco de desafio, “Cuphead – não negocie com o diabo” irá te proporcionar boas doses de diversão! O jogo pode se encontrado por R$37,00 na Steam e R$77,00 na Live. Boa sorte no resgate das almas!


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