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"Todas as Canções de Amor" aposta em grandes sucessos da música brasileira para narrar duas histórias de amor: uma no presente e outra no passado.

“Todas as Canções de Amor” aposta em grandes sucessos da música brasileira para narrar duas histórias de amor – uma no passado e outra no presente.


É impossível negar o poder que a música tem em transformar o mundo, em tocar vidas. Quem nunca escutou uma música e se emocionou? Quem nunca foi marcado por uma canção? Essa é a premissa do filme Todas as Canções de Amor, lançado em novembro e produzido por Joana Mariani.

No longa somos apresentados a Chico (Bruno Gagliasso) e Ana (Marina Ruy Barbosa), um casal de recém-casados que se mudam para um apartamento no centro. Enquanto arrumam suas coisas, eles encontram uma fita cassete esquecida, com uma etiqueta “Todas as Canções de Amor” e uma dedicatória “de Clarice para Daniel”. Essa mixtape desperta curiosidade em ambos, principalmente Ana, que é escritora e que começa a imaginar como teria sido a relação entre esse casal. Clarice (Luiza Mariani) e Daniel (Júlio Andrade) viveram nesse mesmo apartamento há anos, e a julgar pelas músicas da fita cassete, a relação deles parecia estar chegando ao fim, ao contrário de Chico e Ana que ainda estão descobrindo as maravilhas e os desafios da vida a dois. Ana fica sem entender a contradição da mixtape: em alguns momentos parece que a relação está extremamente desgastada, chegando ao fim, mas em outros a sensação é de que Clarice fez uma declaração de amor ao seu amado.

Dessa forma, a história desses casais se mesclam: o presente e o passado se misturam graças a uma antiga fita cassete. Porém, existe certa dúvida sobre a veracidade do relacionamento entre Clarice e Daniel. Será que eles viveram tudo aquilo, ou tudo era apenas frutos da imaginação de Ana? À medida em que ela vai escrevendo a história desse casal instigante, as músicas da mixtape também acabam refletindo em seu relacionamento com Chico. O relacionamento de Chico e Ana acaba entrando em risco. Chico se sente incomodado com toda a intensidade que Ana investe ao escrever o romance, uma vez que ela não se dedica da mesma forma na relação dos dois e parece não se importar com os pequenos gestos e detalhes do dia a dia. Esse é um conflito com o qual o telespectador pode se identificar, pois em alguns momentos da relação temos a impressão de que o outro não está tão envolvido, ou não retribui da mesma intensidade. Isso faz parte dos altos e baixos do amor.

Clarice e Daniel

A responsável por essa montagem, do presente para o passado, foi Letícia Giffoni. A transição foi feita com uma grande naturalidade e fluidez. Além disso, o ritmo das cenas combina muito bem com as músicas. Outro ponto positivo é a fotografia de Gustavo Hadba.Utilizando um tom meio alaranjado (do pôr do sol ou das luzes artificiais que refletem nas janelas), ele consegue criar uma atmosfera bastante intimista e nostálgica.

A música é parte importante do enredo do filme, sendo responsáveis pelo elo estabelecido entre os personagens, e é Maria Gadú que fica responsável pela direção musical. A trilha sonora é composta por grandes nomes da música brasileira como, por exemplo, Chico Buarque, Gilberto Gil, Rita Lee, Marisa Monte e Lulu Santos. Tem de tudo um pouco. Além disso, a própria Maria Gadú dá vida a uma nova versão de Eu sei que vou te amar, clássica canção de Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

Chico e Ana

O filme é o primeiro trabalho de ficção de Mariani, e o resultado não poderia ter sido melhor. Por mais que o enredo não aparente ser extraordinário, a película conta uma história bastante envolvente de dois casais. Com ótimos atores, diálogos bem construídos e uma ótima trilha sonora, a película é gostosa de assistir. Em tempos de intolerância, como estamos passando no Brasil, é importante ressaltar coisas boas e positivas como o amor, e Todas as Canções de Amor resgata e celebra esse sentimento. Com certeza, trata-se de uma das melhores produções nacionais deste ano.


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