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Em "Sergio", Wagner Moura vive o Sergio Vieira de Mello em um filme que se preocupa mais em contar a história do homem do que do diplomata.

Em “Sergio”, Wagner Moura vive o Sergio Vieira de Mello em um filme que se preocupa mais em contar a história do homem do que do diplomata.


IInspirado no livro “O Homem Que Queria Salvar O Mundo”, o filme Sergio conta parte da trajetória de Sergio Vieira de Mello (Wagner Moura), um diplomata brasileiro que atuou representante do secretário-geral da ONU, que estava presente na sede em Bagdá durante o histórico bombardeio de 2003. E essa descrição diz muito sobre a proposta: o filme se preocupa mais em contar quem foi Sérgio, o homem, e não tanto os feitos diplomáticos realizados por ele.

https://www.youtube.com/watch?v=91b5TEbVTcQ

Dirigido por Greg Barker e roteirizado por Craig Borten, o longa foi distribuído pela Netflix e não segue uma ordem cronológica dos fatos, deixando o telespectador curioso para o desenrolar da trama. Desde o início do filme, já mostra o diplomata sob os escombros em Bagdá, intercalando com momentos de trabalho, encontros com chefes de Estados, breves momentos com sua família e diversas cenas do seu romance com Carolina Larriera (Ana de Armas), uma economista argentina que também trabalhava para a ONU.

Virtuoso por ser um filme com cenas envolventes e bela fotografia, Sergio mostra-se mais como uma história de amor do que conflitos políticos. Boa parte do longa foca no relacionamento com Carolina, com muitas cenas românticas e outras mais ardentes do casal. Por mais que haja uma boa química entre o casal, essa escolha tira Sergio Vieira de Mello e seu trabalho na ONU como foco da obra. O diplomata teve grande importância na instituição, sendo o primeiro brasileiro a conseguir um cargo tão alto nela e ter trabalhado arduamente na pacificação do Timor Leste, além da intermediação entre Estados Unidos e Iraque.

Provavelmente, tirar os conflitos políticos do centro foi uma tentativa de deixar o personagem mais humano e com falhas. Sergio teve dois filhos e foi um pai extremamente ausente, que colocou o trabalho como prioridade e deixou sua família em segundo plano. A menção aos filhos ocorre somente quando Carolina pergunta sobre e mostram poucas cenas de um relacionamento bem distante com eles.

Ainda sobre Carolina, o longa traz Sérgio prometendo deixar o trabalho um pouco de lado para se dedicar mais ao casal. Toda essa carga melancólica, de um profissional focado, mas que tenta fazer mais da vida do que trabalhar, não consegue se sustentar bem. Somando isso às cenas do diplomata sob os escombros após o ataque, é difícil saber o que a produção desejava causar. Tristeza? Angústia? Admiração pelo seu trabalho? Pena pelo que não viveu? Comoção pela história de amor? A transição entre as emoções é muito rápida e quase não dá tempo de entender bem o que está acontecendo.

Apesar de ter uma história envolvente, belos cenários e atores cativantes, Sergio é, ao mesmo tempo, muito raso e profundo. Um filme que se atropela para passar uma grande carga de sentidos, mas sem um bom aprofundamento deles.

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