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Michelle Pfeiffer constroi um legado importante no cinema, sendo uma talentosa atriz com diversos títulos de grande sucesso.

Michelle Pfeiffer constroi um legado importante no cinema, sendo uma talentosa atriz com diversos títulos de grande sucesso.


AA estreia de Michelle Pfeiffer nos cinemas não foi lá muito bem sucedida. Em seu primeiro papel relevante, ela atuou em Grease 2: Os tempos da brilhantina voltaram (1982), filme que foi detonado pela crítica e ainda teve pouca bilheteria.  Entretanto, a atriz não desistiu da carreira e, a despeito do fiasco, se inscreveu para um papel em Scarface (1983), dirigido por Brian de Palma. Já no teste, Michelle se excedeu e cortou Al Pacino com um caco de vidro. A audição foi imediatamente cancelada e o ator levado embora para receber os devidos cuidados médicos. Apesar do acidente, de Palma gostou do desempenho da atriz e deu a ela o papel de “mocinha” em seu filme clássico. A partir daí, a atriz ascendeu e se consagrou como uma das mais belas e talentosas do cinema nos anos 1980 e 1990.

Seus maiores papéis foram icônicos. Em 1985 impressionou o público com seu lindo rosto e sua pureza na fantasia O Feitiço de Áquila, filme que no Brasil se tornou um clássico da Sessão da Tarde. Em 1988, atuou no tenso drama Ligações Perigosas fazendo o papel da religiosa e recatada Madame de Tourvel. No ano seguinte, interpretou uma escaldante cantora em Susie e os Baker Boys e protagonizou a famosa cena em que cantava em cima do piano de Jeff Bridges usando um vestido vermelho. E em 1992 foi a dúbia e insana Mulher-Gato de Batman: O Retorno e roubou a cena deixando o homem-morcego apaixonado (Tim Burton, que a dirigiu no longa, declarou durante a divulgação do filme que Michelle Pfeiffer havia sido a melhor atriz com quem trabalhara). Nessa época, a atriz emplacou um Globo de Ouro, um BAFTA e mais três indicações ao Oscar.

Em 1992, Michelle Pfeiffer deu a vida à Selina Kyle, alter-ego da Mulher-Gato

A carreira movimentada, no entanto, foi dando uma esfriada durante os anos 2000. Gradualmente, Michelle Pfeiffer foi se afastando das telas até simplesmente negar todo e qualquer trabalho alegando questões pessoais. Até que em 2007, a atriz parecia empenhada a voltar à cena, quando atuou em três filmes no mesmo ano. Foram eles: o divertido musical Hairspray – Em Busca da Fama, que com seus inúmeros personagens não abriu tanto espaço para a atriz expor seu potencial; a fantasia Stardust: O Mistério da Estrela, em que interpreta uma bruxa centenária; e a fraca comédia romântica Nunca é Tarde para Amar, que foi lançada diretamente em vídeo. Dessa vez seu retorno foi discreto e a atriz que beirava completar 50 anos, mantendo sua inacreditável beleza, não chamou tanta atenção.

Desde então, Michelle Pfeiffer seguiu atuando em pequenas produções ou em papéis de pouca visibilidade. Neste período seus maiores destaques foram: Sombras da Noite (2012), filme em que voltou a trabalhar com Tim Burton, mas assim como Hairspray, teve atuação discreta devido ao elevado número de personagens e a comédia A Família (2013)de Luc Besson.

Primeira imagem oficial da personagem de Michelle Pfeiffer para “Assassinato no Expresso Oriente”

Agora em 2017, Pfeiffer volta a dar sinal de vida. E que vitalidade. Ao lado de Robert de Niro ela trabalhou no telefilme O Mago das Mentiras, produzido pela HBO, e recebeu uma indicação ao Emmy por seu desempenho.  E de volta às telas de cinema, ela encara três filmes de peso de uma só vez. O intenso Mãe! de Darren Aronofsky, o suspense Assassinato no Expresso Oriente, que estreia em 23 de novembro, e Homem-Formiga e Vespa, já em processo de produção e com estreia agendada para o ano que vem. Além disso, Michelle atuou, também, no drama independente Where is Kyra? que, por enquanto não tem data de lançamento, mas lhe rendeu elogios em festivais.

E já em Mãe! a atriz mostra que, neste retorno, ela veio com tudo. No filme ela encarna com paixão e uma das personagens mais estranhas de sua carreira. Michelle Pfeiffer desperta de uma só vez toda a força e vigor que pareciam estar sob si durante todos esses anos, entregando a Aronofsky uma interpretação digna de seus filmes turbulentos. Sua personagem, identificada apenas como mulher, consegue causar desconforto com seus mistérios e com sua inconveniência.

Prestes a completar 60 anos de idade e com mais de 30 de carreira, Michelle Pfeiffer continua estonteante e, ao que tudo indica, com vontade de se reafirmar como estrela de Hollywood. E se no passado ela mostrou que era mais que um rosto (muito) bonito, agora ela comprova, mais uma vez, essa sua capacidade. Só que, atualmente, de forma mais acentuada e com papeis mais desafiadores.


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