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"Legítimo Rei", filme da Netflix com Chris Pine, aposta em uma narrativa que mostra o processo de independência da Escócia.

“Legítimo Rei”, filme da Netflix com Chris Pine, aposta em uma narrativa focada no processo de independência da Escócia.


Quando o rei escocês, Alexandre III, faleceu sem deixar nenhum herdeiro homem, se iniciou uma disputa pelo trono que se encontrava vago. Eduardo I (Stephen Dillane), rei da Inglaterra, foi convocado para ser o árbitro de sucessão e mediar a disputa entre as casas pelo trono escocês, porém, ele se aproveitou da oportunidade e obrigou os escoceses a nomeá-lo Lorde Regente do reino. Legítimo Rei, a nova trama da Netflix, retorna ao passado para tratar dos acontecimentos que sucederam essa nomeação e levaram à conflituosa primeira guerra de independência da Escócia.

https://www.youtube.com/watch?v=_BRurvEChOc

A narrativa gira em torno do esquartejamento do grande símbolo da resistência, William Wallace – acontecimento este o estopim para que o povo se rebelasse contra a Inglaterra. Por conta disso, Robert the Bruce (Chris Pine), um dos possíveis sucessores do trono escocês, decide desonrar o juramento que havia feito a Eduardo I, sendo proclamado rei e liderando uma campanha de guerrilha erguendo um exército rebelde para lutar contra a coroa inglesa pela libertação da Escócia.

“Eu sou o rei dos escoceses e não o rei dessas terras”

O exército da Inglaterra era numerosamente maior do que o de Bruce, reduzido a 50 homens devido uma emboscada, o que acaba se tornando um dos pontos que deixa o público envolvido com o desenvolvimento da trajetória do rei foragido, anunciando uma batalha estrondosa. O diretor David Mackenzie nos contempla com as ótimas sequencias de enredo e seguidas por confrontos bem articulados, de forma que o espectador consegue se sentir dentro dos próprios combates e capturando o que há de melhor neles: banho de sangue, lama, suor e muita emoção.

Elizabeth de Burgh (Florence Pugh), rainha e esposa de Robert, recebe bastante destaque na trama, com um  ótimo desempenho em cena. A conexão entre o casal é um ponto alto da narrativa, mesmo com Burgh sendo deixada de lado na segunda parte de Legítimo Rei.

A produção conta com uma fotografia magnifica, capaz de transportar o público para o cenário medieval de forma cuidadosa e nos mínimos detalhes. A trilha sonora também não decepciona, sendo bem colocada e cumprindo o seu papel de despertar no espectador o sentimento que cada cena exige.

Com o lançamento do longa, inúmeras comparações com o clássico épico Coração Valente (1995) estão sendo traçadas, principalmente pela película de Mel Gibson também tratar dos acontecimentos do mesmo momento histórico. A grande diferença entre os dois filmes é que o de 1995 tem um viés mais único, em uma narrativa que aposta em liberdade criativa e aborda sobre coragem, braveza e valentia. A obra de Mackenzie, por outro lado, se aprofunda na realidade da época, violência e a busca pelo poder.

Legítimo Rei é uma obra que surge no momento certo. Além de retratar toda a luta escocesa pela sua independência, aborda a importância da luta das minorias e demonstra que qualquer que seja o momento histórico, o povo há de se unir e lutar para alcançar aquilo que almeja.


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