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"Jumanji: Bem-Vindo à Selva" é uma deliciosa surpresa para a franquia, em uma sequência divertida e cheia de potencial.

“Jumanji: Bem-Vindo à Selva” é uma deliciosa surpresa para a franquia, em uma sequência divertida e cheia de potencial.


QQuem nasceu na década de 90 e cresceu assistindo televisão aberta, provavelmente deve ter se deparado com Jumanji (1995), considerado um verdadeiro clássico da Sessão da Tarde. Dessa maneira, quando foi anunciada que a famosa obra ganharia uma sequência, muitos temeram qual seria o rumo que o longo iria tomar: basear-se no nostálgico filme de 1995 ou apenas aproveitar-se da marca para faturar.

Jumanji: Bem-Vindo à Selva (2018) chegou as salas de cinema na primeira semana de janeiro, mostrando-se uma surpresa positiva. Ao invés fazer uma cópia da antiga produção (como muitos temiam), o diretor Jake Kasdan optou por fazer um filme que homenageia ao clássico da Sessão da Tarde, ao mesmo tempo que atualiza seus conceitos para o mundo atual.

A trama de Jumanji: Bem-Vindo à Selva gira em torno de quatro adolescentes: Spencer (Alex Wolff), um garoto muito tímido; Bethany (Madison Iseman), a garota patricinha e popular da escola; Fridge (Ser’Darius Blain), o astro do time de futebol americano; e Martha (Morgan Turner), uma verdadeira nerd. Mas com personalidades tão diferentes, o que poderia unir esses jovens? Ao cumprirem detenção, os adolescentes descobrem um antigo videogame e são transportados para dentro do jogo, que se trata do universo de Jumanji, outrora (no longa de 1995) um tabuleiro.

Dentro do mundo virtual, os jovens ganham o corpo, as habilidades e as fraquezas dos seus avatares adultos, porém a personalidade de cada um permanece intacta. Spencer vira o Dr. Smolder Bravestone (Dwayne Johnson), um homem bastante forte e grande, com absolutamente nenhuma fraqueza; Bethany vira o Dr. Shelly Oberon (Jack Black), um homem de meia-idade, acima do peso e bastante inteligente; Fridge vira Moose Finbar (Kevin Hart), um homem baixinho e fraco, que serve apenas para ser o ajudante e possui diversas fraquezas, tendo “bolo” entre elas; e, por fim, Martha vira Ruby Roundhouse (Karen Gillan), uma mulher jovem e bonita, com grandes habilidades em luta. Seguindo, na trama, os “jogadores” são alertados que para saírem do jogo e voltarem para a realidade, eles precisam se unir para vencer o vilão Van Pelt (Bobby Cannavale) e restaurar a pedra da floresta de Jumanji.

É interessante observar a inversão dos papéis em que os nerds e tímidos se tornam os personagens mais fortes do jogo e os populares se tornam personagens de apoio, criando ótimas deixas para piadas. Um dos personagens mais engraçados do longa é o Dr. Shelly Oberon, comicamente interpretado por Jack Black, que conseguiu dar vida a patricinha da escola, por sua vez indignada ao saber que se transformou em um homem de meia-idade. Outro personagem bastante cômico é Moose Finbar, que praticamente tinha um repertório de piadas completo para as mais diversas situações: desde seu tamanho até suas inúmeras fraquezas – mesmo com as mesmas caras e bocas de sempre, Kevin Hart sabe como ser engraçado.

Ruby Roundhouse, interpretada por Karen Gillan é uma das personagens com maior crescimento ao longo do filme, sendo perceptível todo o amadurecimento que a personagem passou no decorrer da trama. Bastante insegura no início do longa, um traço da personalidade de Martha, Ruby vai ganhando confiança sendo capaz de utilizar habilidades de luta num momento de perigo. Ainda, a química de Gillan com Dwayne Johnson acaba sendo bem agradável, rendendo até alguns momentos engraçados no final.

A adição do personagem Alex (Nick Jonas) durante Jumanji: Bem-Vindo à Selva é uma verdadeira surpresa, mas que contribuiu para o andamento do filme, funcionando como a “peça” que estava faltando. O personagem de Alex possuiu uma carga dramática maior do que os outros personagens, ajudando o clímax da película é ser mais envolvente e com riscos elevados para os personagens. É tudo ou nada para eles.

Da esquerda para a direita: Alex (Nick Jonas), Professor Shelly Oberon (Jack Black), Ruby Roundhouse (Karen Gillan), Dr. Smolder Bravestone (Dwayne Johnson) e Moose Finbar (Kevin Hart)

Alex, ainda, funciona como uma espécie de conexão com o filme original. Estando preso em Jumanji por muito tempo, Alex mora no mesmo local em que Alan Parrish, interpretado pelo icônico Robin Williams em 1995, morou quando foi sugado pelo jogo, no original. A homenagem é feita quando a gravação “Alan Parrish esteve aqui” aparece em uma árvore; ao ser questionado quem é Alan, Alex diz não saber, apenas conhecer o fato de que era alguém que morou ali antes dele.

Um detalhe importante para se observar é o espírito de renovação que Jumanji: Bem-Vindo à Selva traz: o jogo deixa de ser um tabuleiro e vira um videogame, mais precisamente um jogo de cartucho. Além disso, a dinâmica de amizade estabelecida entre os quatro adolescentes remete ao clássico Clube dos Cinco (1985), mas sem as reflexões existencialistas de amadurecimento que a produção de John Hughes propõem. A união entre os personagens é reforçada muitas vezes durante Jumanji: Bem-Vindo à Selva, afinal de contas eles só vão conseguir escapar do jogo caso permaneçam juntos; é um verdadeiro trabalho em equipe.

O filme conta com alguns elementos de videogames como as missões para passar de nível, o número de vidas (cada personagem possuiu apenas três), cutscenes que são utilizadas como flashback para explicar sobre a maldição que se alastrou sobre Jumanji (algo que deixa os personagens confusos) e diálogos de NPCs (personagem não jogável).

Apesar de se tratar de uma história bastante divertida, Jumanji: Bem-Vindo à Selva acaba errando em alguns sentidos. O temível Van Pelt tinha grande potencial para desempenhar o seu papel de vilão, mas o personagem se tornou genérico, tendo acrescentado pouco à trama e não desempenhou muito bem a real ameaça que ele deveria significar para os jogadores.

Jumanji: Bem-Vindo à Selva é um filme que apresenta uma proposta bem ousada, pegando um clássico do cinema para dar uma continuidade mais moderna. Mesmo tendo modificado alguns conceitos da primeira película, a atmosfera aventureira permaneceu a mesma de sempre. Jumanji pode não ser o longa mais brilhante de todos os tempos, mas cumpre o seu papel de divertir o telespectador entregando para o público um filme recheado de diversão e aventura.


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