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Edgar Wright faz um ótimo trabalho com "Em Ritmo de Fuga", entregando um filme capaz de dosar bem a mistura de carros, música, drama e humor.

Edgar Wright faz um ótimo trabalho com “Em Ritmo de Fuga”, entregando um filme capaz de dosar bem a mistura de carros, música, drama e humor.


CCom 94% de aprovação no Rotten Tomatoes, o filme dirigido por Edgar Wright surpreende com o seu ritmo de ação e os personagens incomuns. Em Ritmo de Fuga (2017) resgata características de clássicos do cinema hollywoodiano — como Taxi Driver (1976) e Caminhos Perigosos (1973), do aclamado Martin Scorsese –, mas demonstra uma identidade própria ao trabalhar uma linguagem jovem e refrescante. Como o próprio trailer do filme evidencia, o caráter “estiloso” da obra brinca com o imaginário dos fãs de cinema da nova geração.

Baby (Ansel Elgort) é um talentoso motorista coagido a trabalhar para o mestre do crime Doc (Kevin Spacey) por causa de uma dívida do passado. Após ajudá-lo na fuga de diversos assaltos, o protagonista precisa realizar uma última tarefa para seguir o seu caminho ao lado do seu interesse amoroso Debora (Lily James). Contudo, o que deveria ser mais um assalto torna-se em uma grande confusão graças as atitudes irresponsáveis de outros membros da gangue.

Apesar da comparação com os filmes dirigidos por Scorsese, o protagonista de Em Ritmo de Fuga possui um fator específico que o difere dos personagens ambíguos de Nova Iorque da década de 70 e 80. Envolvido em cenas de crimes, Baby aproveita a oportunidade para unir duas paixões: dirigir e música. Sempre com o seu iPod, podemos perceber nele características típicas de um herói romântico, principalmente por conquistar o amor de Debora e agir diversas vezes para tentar protegê-la e ter o seu final feliz com a mocinha. Além de, também, ter em mente uma visão mais clara sobre o bem e o mal, quase maniqueísta em alguns momentos, e sempre realizar alguma gentileza na maioria das cenas de ação.

A necessidade dos fones de ouvido fortalece o enredo e cria suas particularidades. Como um objeto narrativo, percebemos que a ausência da trilha sonora em determinadas cenas são um potente objeto dramático. Da mesma forma que a escolha delas pelo personagem de Elgort demarcam as cenas de ação, romance e colaboram com a comédia. A capacidade de Wright em construir uma narrativa por meio da música acentuou como ela é um elemento da linguagem cinematográfica que não pode ser descartado ou tratado como menor, pois suas nuances colaboram para expressar características de cada personagem e dar potência à trama.

Imagem promocional do filme “Em Ritmo de Fuga”

Em Ritmo de Fuga ultrapassa a barreira do som com suas cenas dinâmicas, as perseguições de carro capturam a atenção do espectador e surpreende até quem não é fã de ação. Acompanhamos o desenvolvimento do protagonista em cenas dosadas de drama e humor, suas motivações, dilemas e conflitos com a fluidez de um roteiro inteligente e bem construído. Wright reafirmar o estilo do seu cinema realizado em obras passadas, como Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010) e Chumbo Grosso (2007), principalmente com a dosagem de gêneros sem perder o foco da comédia e da ação.


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