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As histórias de vida de Mary Stuart, a Rainha da Escócia e de Elizabeth I, a monarca da Inglaterra, sempre causaram muita curiosidade nas pessoas, levando a indústria audiovisuar a realizar diversas produções audiovisuais que retratam a vida dessas duas mulheres poderosas. Desde a primeira metade do século passado, como em Mary Stuart, Rainha da Escócia (1936), passando por Mary Stuart, Rainha da Escócia (1971), Elizabeth (1998), e chegando no século XXI com Elizabeth: A Era de Ouro (2007), a conjuntura histórica que envolvia essas duas figuras sempre esteve presente no imaginário popular.

Agora, em abril, chegou ao Brasil a película Duas Rainhas (2018), baseada no livro de John Guy, Queen of Scots: The True Life of Mary Stuart, que retrata a vida de Mary (Saoirse Ronan) e Elizabeth (Margot Robbie), duas rainhas que, por coincidência do destino, também são primas. Depois da morte de seu marido, Francis II, o rei da França, Mary decide voltar à Escócia, sua terra natal, que estava sob o governo provisório de seu meio-irmão Jaime Stuart (James McArdle). Ao ficar sabendo dessa notícia, Elizabeth sente um leve temor, já que ela não foi capaz de gerar um herdeiro e sua prima também é herdeira do trono inglês.

https://www.youtube.com/watch?v=QPWGQGdWcIw

A ameaça de Mary se torna ainda maior quando Elizabeth propõe um casamento entre sua prima e um inglês, como forma de agradar aos ingleses cristãos uma vez que ela é uma rainha protestante. A ameaça que Mary representa à rainha Elizabeth aumenta após ela engravidar e declarar a criança herdeira das terras escocesas e inglesas, deitando Elizabeth e sua coroa em uma posição arriscada.

O filme evidencia todo o drama, traição e conspiração presentes no mundo da monarquia, dando um enfoque maior na rivalidade estabelecida entre Mary e Elizabeth, duas mulheres em um mundo dominado por homens. Inicialmente, Duas Rainhas cria um paralelismo entre as rainhas Mary e Elizabeth, mas acaba indo além do que apenas traçar uma comparação entre as duas. Baseado em fatos históricos, a produção mostra uma sucessão de eventos trágicos que envolvem as protagonistas, além de ressaltar a importância de duas mulheres ocuparem posições de poder que, normalmente, são ocupados pelo sexo oposto.

Margot Robbie e Saoirse Roonan são as rainhas Elizabeth e Mary, respectivamente.

As atrizes Saoirse Ronan e Margot Robbie se destacaram com suas performances, dando vida à Mary e Elizabeth, respectivamente. Ronan consegue transparecer a imagem de uma jovem rainha, obrigada a amadurecer devido às adversidades da vida; seus olhares e linguagem corporal ajudam a transmitir todos esses sentimentos e sensações. Já Robbie, uma atriz bastante versátil, causa uma forte impressão toda vez que entra em cena. Apesar de terem apenas uma cena juntas ao longo do filme, tanto a atuação de Saoirse quanto a de Margot conseguem tornar o momento impactante e significante.

Além das performances consistentes, Duas Rainhas demonstra grande preocupação com o cenário e figurino, resutando a duas indicações ao Oscar 2019, de Melhor Figurino e Melhor Maquiagem e Penteado. Essa questão estética alinhada com a fotografia naturalista ajuda a recriar um ambiente fiel ao período elisabetano. Outro ponto interessante do filme é a retratação do cortesão italiano David Rizzio (Ismael Cruz Córdova) como homossexual, que, embora não seja um fato confirmado historicamente, contribui para a carga dramática do longa.

Apesar dos aspectos positivos, Duas Rainhas apresenta incoerências em seu roteiro que atrapalha no desenvolver da trama. Seu grande potencial acaba sendo pouco explorado e trabalhado, mas é salvo por uma história envolvente e com um leve toque feminista.


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