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Apesar de não ser dos melhores trabalhos da Pixar, "Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica" entrega uma bonita e tocante história sobre irmandade.

Apesar de não ser dos melhores trabalhos da Pixar, “Dois Irmãos: Uma Jornada Fantástica” entrega uma bonita e tocante história sobre irmandade.


SSempre muito aguardadas, as produções da Pixar costumam impressionar pela qualidade técnica e de enredo. Depois de dois anos apostando somente em continuações, a empresa da lâmpada saltitante lançou no último mês Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica, dirigido por Dan Scanlon – o mesmo de Universidade Monstros (2013). O novo filme conta a história de dois irmãos elfos que, em um mundo onde a magia se extinguiu para dar lugar à tecnologia, saem em uma jornada em busca da magia desaparecida e do significado de família.

A Pixar nunca brincou em serviço. De seus 22 filmes, quase nenhum desponta por aspectos negativos – muito pelo contrário. O estúdio é a referência quando se fala em animação de qualidade e que impacta todo o público (às vezes até mais os adultos do que as crianças). Isso porque eles estão acostumados a criarem histórias com forte apelo emocional, quase sempre tratando de amizade, lar e família. Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica é mais um desses casos.

O mundo criado para ambientar a história de Barley (dublado por Tom Holland) e Ian (Chris Pratt) é muito bem introduzido nos primeiros minutos de filme. Fica claro e convincente o fato de a magia ter sumido gradativamente daquele lugar. Contudo, o longa tem um problema de roteiro visto que o conflito inicial dos personagens principais é clichê e soa um pouco genérico.

Os Dois Irmãos, respectivamente: Ian e Barley

Assim, até a jornada dos dois de fato começar, Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica não consegue mostrar muito a que veio e fica numa ladainha de piadas extremamente infantis e uma discussão boba entre irmãos – dessas que já cansamos de ver. Porém, ao decidirem sair em buscar da outra metade do corpo de seu falecido pai (sim!), o filme engata e deixa para trás o que estava fazendo dele uma animação tão comum.

Há algum tempo temos visto a Disney (não só a Pixar) apostando fortemente em histórias que mostram um amor diferente do que acontece entre um príncipe e uma princesa. Ana e Elsa, por exemplo, protagonizam em Frozen (2013) uma história de amor entre irmãs, que se tornou o filme animado de maior bilheteria de todos os tempos (dando lugar, hoje, à sua continuação). Viva – A Vida é Uma Festa (2017), da própria Pixar, destruiu o coração de todo mundo que tem uma forte relação com os avós. Agora, com Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica, fica explícito já no título brasileiro que tipo de relação será retratada na história – e que vai, com certeza, emocionar a todo mundo.

Ian, Barley e a Manticora

Ian e Barley querem encontrar o resto de seu pai. Esse artifício rende bons momentos cômicos para o trio, que passa por aventuras dignas de um jogo de RPG – ótimas cenas de ação estão garantidas. Os personagens que aparecem durante a história são divertidos, apesar de não acrescentarem muito à trama. Nesse ponto, precisamos parar para falar de Spector (Leina Waithe), a primeira personagem LGBTQIAP+ da Disney. É uma personagem de pouquíssimo destaque e tempo de tela, mas, apesar disso, cumpre muito bem o papel de conscientizar sem precisar resumi-la a isso. Spector é lésbica e isso pouco importa para a história. É só um detalhe – como deveria ser no dia a dia.

Tecnicamente, o filme é lindo, como sempre. A técnica de animação da Disney não parece ter mais para onde evoluir. Resta ao público ficar deslumbrado vendo as divertidas criações que esse mundo fantástico permite, como a incrível Manticore (Octavia Spencer). Só assistindo para descobrir.

É importante dizer que, até o fim do seu terceiro ato, a produção ainda não tinha ganhado meu coração por completo. O tom infantil é um pouco frustrante, ainda mais para alguém que não tinha conseguido superar uma história como a de Viva. Mas, que bom que eu estava enganado. O final desse filme é um baita soco no estômago – principalmente para quem tem irmãos. A mensagem que fica no fim é surpreendente e poderosa.

Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica não está no pódio de melhores filmes da produtora. Mas não precisa estar. O filme é justo, cumpre o que promete, e surpreende a quem não estava esperando grandes coisas. É, Pixar… só você para causar tudo isso na gente. E conseguiu de novo. Que jornada!

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