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“Assassinato no Expresso do Oriente” chega aos cinemas brasileiros sendo bem recebido pela crítica e pelo público, em uma história cheia de mistério.


Lançado no último dia 30, O Assassinato no Expresso do Oriente, adaptação da obra homônima de Agatha Christie, lotou as salas de cinema. Dirigido por Kenneth Branagh, o elenco do longa reuniu renomadas estrelas de Hollywood, como o próprio diretor, Michelle Pfeiffer, Johnny Depp e Penélope Cruz. O livro já havia sido (bem) adaptado para as telas anteriormente, pelo diretor Sidney Lumet, em 1974.

O longa, centrado no ilustre detetive Hercule Poirot, narra a investigação do assassinato de Edward Ratchett, morto no Expresso do Oriente. Todos os excêntricos passageiros são investigados por Poirot, que utiliza vários de seus métodos para elucidar o mistério. A narrativa envolve o espectador, que preenche as lacunas no desenrolar da trama.

Enquanto o filme de Lumet é primordialmente ambientado no trem, a nova versão conta com mais cenas de ação e algumas sequências em áreas externas. Branagh é ousado na direção, utilizando de movimentos panorâmicos, wide angles e close-ups para tornar as cenas mais fluídas e aumentar os importantes momentos de mistério ou revelações. É perceptível também uma tentativa de abordar questões sociais, como pode ser percebido na cena em que Bouc, antigo conhecido de Poirot, afirma: “Só sua investigação pode trazer justiça. Se deixarmos para o senso comum, provavelmente irão culpar o negro ou o latino”. Um paralelo que pode ser feito em relação ao livro e a nova versão diz respeito à resolução do crime: no livro, o desfecho é mais súbito e simples. Na versão de Branagh, Poirot se depara com diversos dilemas morais.

Outra diferença notável é a construção do próprio Hercule Poirot. Tanto no romance de Agatha Christie quanto na primeira adaptação cinematográfica, o detetive é mais frio e calculista, enquanto na nova versão, percebe-se uma preocupação maior em humanizar Poirot, e suas percepções e sentimentos ficam mais evidentes. A atuação de Branagh é convincente e o personagem ganha o público. Destaque também para a interpretação de Michelle Pfeiffer, que dá vida a Mrs.Hubbard tornando-a uma das personagens mais interessantes do longa. Daisy Ridley, a Rey de Star Wars, também brilha ao interpretar a simpática Mary Debenham, mostrando todo seu potencial para ser uma grande estrela de Hollywood.

Imagem promocional reunindo o elenco estrelar do filme “Assassinato no Expresso do Oriente”

O filme recebeu um bom retorno de público e da crítica. A Fox, estúdio produtor do longa, já anunciou uma continuação que adaptará Morte no Nilo, um dos mais romances mais conhecidos e cultuados de Christie. Outra obra da autora, intitulada A Casa Torta, foi adaptada para as telas em 2017, com direção de Gilles Paquet-Brenner e roteiro de Julian Fellowes, conhecido pela série Downton Abbey. O filme ainda não tem previsão de estreia no Brasil. Os fãs de Christie sabem: boa parte das mais de 100 histórias escritas por ela, tem potencial para renderem excelentes adaptações. Resta torcer que, assim como O Assassinato no Expresso do Oriente, todas façam jus à engenhosidade da rainha do crime.


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