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Laços afetivos que nem a distância desfaz

“A Caminho de Casa” não chega a ser inovador, mas o percurso que uma cadelinha faz para reencontra seu dono é cheio de emoção e diversão.


A Caminho de Casa, baseado no livro de W. Bruce Cameron, acompanha a emocionante jornada de Bella (Bryce Dallas Howard), uma cadelinha que após ser separada de seu dono Lucas (Jonah Hauer-king), um estudante de medicina veterinária, embarca em uma viagem de aproximadamente 600 km para retornar a sua casa. Embora não seja difícil encontrar narrativas semelhantes ou, até mesmo, imaginar o final da trama, é o percurso que faz toda a diferença.

As produções que permeiam a história de caninos geralmente vem acompanhadas de um gatilho emocional e essa não seria diferente. Desde o início do longa, o telespectador já consegue se comover com Bella. Antes de ser adotada, a cadela vivia nas ruas sob os escombros de casas que estavam prestes a serem demolidas, ao lado dos felinos e a “mãe gata”. Quando Lucas decide leva-la para a sua casa torna-la parte de sua família, os dois passam a partilhar de aventuras e momentos incríveis.

No entanto, a cidade de Denver é adepta de uma política em que cães da raça pitbull – o caso de Bella – são proibidos por questões de segurança. Por conta da pressão do controle de animais, Lucas decide levar a cachorrinha para longe dali, com o intuito de protege-la e ela não corra o risco de ser sacrificada. Porém, o amor e a lealdade falam mais alto e Bella resolve voltar sozinha para casa e reencontrar seu dono, comovendo todos que encontra em seu caminho.

Ao decorrer de sua aventura, a cadelinha descobre vários cenários incríveis, cada um com sua peculiaridade, tornando tudo um verdadeiro espetáculo visual. Diversos personagens cruzam sua jornada, desde uma filhote de puma com quem cria uma profunda amizade, lobos selvagens – efeitos um pouco exagerados, em certos pontos chegam a parecer superficiais –, caçadores, até veteranos de guerra. A cada desafio, ela sente que está cada vez mais próxima de seu destino.

A narração de A Caminho de Casa é feita pela própria canina, dando um ar de diversão à história, uma vez que o telespectador acompanha a perspectiva não humana, ingênua e carismática da cachorrinha. E, como a forma de olhar as coisas é mais simples, o longa sutilmente dá visibilidade à temas importantes sem trata-los como elemento narrativo. É o caso do casal gay que acolhe Bella temporariamente, ou então determinadas frases como “isso é racismo canino”, o que provavelmente passa despercebido ao olhar infantil, mas marca presença para o público mais adulto.

A trilha sonora é bem colocada e atinge as expectativas. É animada em momentos de descontrações – quase todos, ao se tratar de uma vida de cão – e consegue impulsionar a melancolia que é necessária nas cenas de distanciamento da cadelinha e de seu dono, principalmente quando ela está saudosista e começa a relembrar de tudo o que viveu ao lado dele, o que a motiva a continuar.

A Caminho de Casa capturar a empatia do telespectador por envolver a história de uma jovem cadela e muito sentimentalismo. Apesar da história não ser inovadora, a trama reforça muitos pontos importantes como o amor, a lealdade e o companheirismo. Demonstra que com grandes mobilizações se alcança grandes mudanças. E ensina que existem laços que nem a distância desfaz, só basta querer.


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