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Duas décadas sem a princesa do povo

No aniversário de 20 anos de sua morte, Diana, princesa de Wales, continua marcando não só a vida dos britânicos, como da cultura pop.

No aniversário de 20 anos de sua morte, Diana, princesa de Wales, continua marcando não só a vida dos britânicos, como da cultura pop.


“De todas as ironias a respeito de Diana, talvez a maior seja esta: a garota, batizada com o nome da deusa da caça da antiguidade, tornou-se, no final, a pessoa mais caçada da era moderna”; Charles Spencer

 

DDiana Spencer não teve uma infância feliz. Apesar de crescer em uma influente família aristocrata, nem tudo era perfeito. Aos seis anos, sua mãe abandonou seu pai, deixou a família para trás e fugiu com outro homem. Com suas duas irmãs mais velhas em um colégio interno e seu pai em depressão profunda, Diana e seu irmão mais novo, Charles, foram criados por uma sucessão de babás. A solidão de Diana era evidente. Sentada na porteira de casa toda noite, esperava sua mãe voltar de “férias”, algo que jamais aconteceria.

Apaixonada por dança, mudou-se para Londres em 1978, aos dezessete anos, onde conseguiu um emprego como professora de balé no famoso estúdio Vacani. Pouco tempo depois, começou a trabalhar como professora do jardim de infância Young England School. Nessa época, sua irmã mais velha, Sarah Spencer, namorava o cobiçado príncipe Charles, e Diana a acompanhava em eventos da família real. Com o namoro em declínio e a pressão para arranjar uma esposa, Charles viu em Diana uma possibilidade.

Em fevereiro de 1981, com 19 anos e tendo se encontrado com Charles apenas 13 vezes, Lady Di ficou noiva do príncipe de 32 anos. Na semana do noivado, Diana desenvolveu uma bulimia, que só viria a público anos depois. No dia 29 de julho de 1981, 750 milhões de pessoas ao redor do mundo assistiram a cerimônia que celebrou a união do casal na Abadia de Westminster. Nascia ali, um ícone da cultura pop mundial.

29 de Julho de 1981: A Princesa Diana e o Príncipe Charles passeiam por uma carruagem após o casamento (Revista People; Fotografia de Anwar Hussein/WireImage)

Após o casamento, Diana viajou para vários países acompanhando Charles em eventos da família real britânica. Com sua beleza e carisma, conquistou o público de maneira rápida e devastadora. A princesa passou a ser mais requisitada pelo povo e pela imprensa do que seu marido, o futuro rei da Inglaterra. Em junho de 1982 e setembro de 1984, Diana deu à luz aos seus dois meninos, herdeiros do trono, William e Harry. Contudo, a partir de meados da década de 80, a tensão entre o casal real aumentava de forma constante. Isso porque, após o nascimento dos filhos, Charles passava cada vez mais tempo com seus amigos, o que incluía sua ex-namorada Camilla Parker Bowles – com quem voltaria a ter um affair, e menos tempo em casa. A solidão de Diana e as suspeitas de que o príncipe estava tendo um caso extraconjugal, a deixava extremamente insatisfeita.

 

Filantropia

Diana também ficou mundialmente conhecida pela seu incansável trabalho com a filantropia, tendo visitado inúmeros países e estado envolvida com diversas causas, sempre mostrando-se bastante humilde e sorridente

Como válvula de escape para os problemas matrimoniais, Diana decidiu transferir sua atenção para causas humanitárias e usar a popularidade do palácio de Buckingham para mostrar ao mundo a realidade da vida em países menos privilegiados e, também, questões relacionadas ao câncer, pessoas sem-teto, crianças amputadas, surdos e cegos, viciados, etc. Dentre as mais de cem instituições sociais e organizações de caridade do qual era madrinha, Diana se empenhava especialmente nas campanhas contra minas terrestres e combate à AIDS.

Em 1987, época em que o vírus HIV ainda era pouco conhecido, mas já muito temido, a princesa fez o inimaginável. Enquanto muitos acreditavam que a doença era passada de uma pessoa para outra, pelo simples toque entre elas, Lady Di visitou o London Middlesex Hospital, centro médico que possuía uma unidade de tratamento exclusivo para portadores de AIDS, e, na frente de diversos fotógrafos e jornalistas, tirou suas luvas para estender a mão a um paciente portador do vírus. Um simples gesto que percorreu o mundo levando consigo a uma importante mensagem: AIDS é uma doença que precisa ser vista com compaixão e compreensão, não medo e ignorância.

Dez anos depois, em 1997, ano de sua morte, Diana viajou à Angola como voluntária do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, para promover a campanha internacional de proibição de minas terrestres. Com o objetivo de conscientizar os angolanos e o mundo, sobre o perigo que a guerra civil trazia para toda a população, Lady Di atravessou, andando, um campo de minas terrestres ainda ativo. Devido ao seu empenho nessa campanha, e com a ajuda da Organização das Nações Unidas (ONU), em dezembro de 1997, 3 meses após sua morte, foi assinado o Tratado de Ottawa que proíbe o uso, a produção, a estocagem e a transferência de minas terrestres pelos países signatários.

 

Fim do Casamento

O casamento de Diana e príncipe Charles terminou em 1992, quando já estava insustentável para toda a família real. A separação foi anunciada no dia 9 de dezembro de 1992, porém, o divórcio só foi oficializado em agosto de 1996, ano que se sucedeu a histórica entrevista concedida por Lady Di, dentro do palácio de Kensington, para a emissora inglesa BBC. Nela, Diana falou abertamente sobre a traição do príncipe, seus próprios affairs, sobre a bulimia que nutriu por muito anos, suas tentativas de suicídio, sobre depressão, doenças mentais e sobre a sua relação com a realeza antes e depois da separação. Desafiar a família real e expor problemas que ainda não eram falados na mídia, teve um grande impacto no mundo.

Após o divórcio, o interesse da mídia por Diana só aumentou. O assédio da imprensa era tanto que, por vezes, o carro da princesa foi engolido pela multidão de fotógrafos e jornalistas, sem conseguir sair do lugar. A curiosidade para saber o que Diana faria ou com quem se relacionaria chegou ao seu limite no dia 31 de agosto de 1997.

 

A Morte da Princesa

Era noite em Paris e Diana estava voltando de uma temporada de férias no sul da França, com seu novo namorado Dodi Al-Fayed, um milionário egípcio, herdeiro da luxuosa loja de departamento Harrods. Logo após saírem do hotel em que estavam hospedados, o carro de Diana foi perseguido, em alta velocidade, por vários paparazzi em motocicletas. Ao tentar escapar das motos, o motorista do carro, Henri Paul – que estava sob influência de álcool e remédios prescritos – perdeu o controle da direção, causando o fatal acidente no túnel da Pont de l’Alma. O motorista e Dodi, morreram na hora, mas a princesa foi levada ainda com vida, a um hospital da capital francesa, onde faleceu pouco depois, aos 36 anos. O único sobrevivente do acidente foi o até então guarda costas da princesa, Trevor Rees-Jones.

Na manhã do dia 6 de setembro, não era possível chegar perto das grades dos principais palácios do Reino Unido. Um oceano de flores se estendia pelos portões dos palácios de Kensington e Buckingham. O silêncio nas ruas, mesmo que povoadas por milhões de pessoas, era impressionante. Durante quase duas horas de procissão, o príncipe Charles, junto ao seu pai, príncipe Philip, seus filhos William e Harry e seu cunhado, irmão de Diana, conde Charles Spencer, acompanharam o caixão da princesa pelas ruas de Londres.

A morte de Diana, em 1997, causou comoção mundial, marcando, principalmente, a história do Reino Unido. Logo após as primeiras notícias do trágico momento, um memorial foi erguido em frente ao Palácio de Buckingham; os britânicos entregavam flores, recados e fotos, em meio a muitos choros. Desde então, todos os anos, no aniversário de sua morte, as pessoas sempre prestam homenagens à Princesa no mesmo lugar, entregando flores em sua memória

 

O Funeral

O funeral foi visto por cerca de 2 bilhões de pessoas ao redor do mundo, se tornando um dos eventos mais assistidos da história da televisão. Durante a cerimônia, o cantor Elton John, amigo íntimo da princesa, reescreveu a música Candle In The Winde cantou em homenagem à amiga: “adeus, rosa da Inglaterra, do país, perdido sem sua alma, que vai sentir falta da proteção da sua compaixão, mais do que você jamais saberá”. Após a cerimônia, que ocorreu na Abadia de Westminster, o corpo de Diana foi levado para ser sepultado em Althorp – propriedade da família Spencer por séculos, onde até hoje descansa.

Passadas duas décadas, o que fica como legado da princesa do povo, é a sua luta pelas minorias, sua ligação com as pessoas menos privilegiadas, a busca constante pela igualdade e sua rebeldia. Já para Patrick Jephson, secretário particular de Diana durante quase 8 anos, o principal legado da princesa é, justamente, seus filhos, como disse em entrevista para a Agence France-Presse (AFP): “podemos apreciar neles muitas de suas qualidades, principalmente, a capacidade de combinar a realeza com a sensibilidade popular”.

O fato é que, Lady Di, continuará influenciando gerações mostrando que, muito mais que um mero personagem da realeza britânica, deve ser lembrada como um verdadeiro ícone da humanidade.

 

Seguindo os Passos de Nossa Mãe

Princesa Diana com seus filhos, príncipe William e príncipe Harry

Diana foi uma pioneira na maneira em que usou a sua imagem para fazer do mundo um lugar melhor. Seus filhos, os príncipes Wiliiam e Harry, hoje com 35 e 33 anos respectivamente, dão continuidade ao trabalho humanitário pelo qual Diana tanto lutou.

Dentre várias ações de caridade em diferentes organizações do mundo, uma das mais marcantes aconteceu em setembro de 2009, quando os príncipes decidiram criar a The Foundation of Prince William and Prince Harry, que mais tarde se tornaria The Royal Foundation of The Duke and Duchess of Cambridge and Prince Harry, uma fundação que tem como objetivo arrecadar recursos para diversas causas. A instituição possuí três áreas de foco, apesar de não ser exclusiva a elas:

Jovens – especialmente quem tem 35 anos ou menos, e que estão em desvantagem ou precisam de orientação e apoio em um momento crucial da vida;

Desenvolvimento sustentável – para desenvolver uma conscientização sobre a necessidade de encontrar modelos melhores e mais sustentáveis de vida, para equilibrar o desenvolvimento e a conservação dos recursos naturais do meio ambiente;

Forças Armadas – para o bem-estar daqueles que servem seu país nas Forças Armadas, principalmente aqueles que retornam com algum trauma físico ou mental e suas famílias.

Outras causas que eram muito importantes para a princesa Diana e que os príncipes tomaram como suas também se beneficiam com a fundação como, por exemplo, a campanha de Harry pela retirada das minas terrestres, e para a facilitação dos testes do vírus HIV em países menos desenvolvidos, bem como as campanhas de Wiliiam para ajudar crianças órfãs e pessoas sem-teto. “Nós faremos tudo o que está ao nosso alcance para que ela nunca seja esquecida”, constatou Harry em uma entrevista em 2016 para o programa Good Morning America.

Ela não será Harry, ela não será…

“Eu gostaria de ser a Rainha do coração das pessoas, no coração das pessoas; eu não me vejo sendo a Rainha desse país.”

 

Legado

Sendo uma das maiores personalidades do mundo, a Princesa Diana acabou tornando-se uma grande influência no mundo pop/cultural. O ano de 2018 contará com duas participações da personagem Diana em séries. A primeira será na segunda temporada de FEUD, sub-intitulado Charles and Diana. A segunda será na segunda temporada de The Crown.

Com uma vida bastante pública, Diana também gerou outros programas, documentários, filmes e livros. Aqui estão os principais deles.


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