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"Mulher-Maravilha 1984" consegue ser tão grandioso quanto o seu primeiro capítulo, em um filme repleto de referências, homenagens e esperança.

Nota do Colab: este texto não contem spoilers.

 

O mundo é de Patty Jenkins e a gente apenas vive nele. Com os rumores da direção de um filme Star Wars e uma nova adaptação da história de Cleópatra, Jenkins segue mostrando seu talento como diretora ao entregar ao público Mulher-Maravilha 1984, sequência de seu famoso blockbuster lançado em 2017.

No novo capitulo da saga mitológica da Princesa das Amazonas, Gal Gadot retorna ao seu posto de Diana Prince para uma aventura estadunidense. Após lutar na Segunda Guerra Mundial e perder Steve Trevor, o amor de sua vida, no processo, a Amazona se estabelece na capital dos Estados Unidos, trabalhando na Instituição Smithsoniana pesquisando, estudando e curando artefatos históricos.

Aqui, em apenas alguns minutos de filmes, Jenkins já estabelece diversas ligações com a literatura da Mulher-Maravilha até então. Temos Diana sob o solo norte-americano, que futuramente servirá como sua base de operações central ao lado da Liga da Justiça, além do início da sua jornada trabalhando com restaurações de artes em museus (como visto no primeiro filme e em suas participações em Batman vs Superman e Liga da Justiça). E não podemos esquecer uma singela homenagem, mas não tão fugaz aos olhos treinados, para com a série original de 1975, estrelada por Lynda Carter, onde a personagem mantinha residência em Washington, D.C. – inclusive, eu estou apostando que a tal cena pós-crédito misteriosa não mostrada à imprensa é uma interação entre as duas gerações de Diana. Será?

Aos poucos, Mulher-Maravilha 1984 se prova um filme que equilibra conexões com suas aparições cinematográficas, arcos narrativos dos quadrinhos, homenagens e fan-services, a uma identidade própria que dá ao longa carisma, divertimento e leveza.

Se em Mulher-Maravilha (2017) o público via Diana descobrindo seu próprio poder e como ela se encaixava dentro do Mundo dos Homens, em Mulher-Maravilha 1984 vemos a heroína desabrochando seu lado heroico de forma pública e desenvolvendo melhor suas habilidades investigativas – tal qual a Diana de Lynda Carter. Gal Gadot volta a brilhar diante das câmeras, ainda que derrape momentaneamente na demonstração de certas emoções em cenas pontuais. Porém, nesta altura do campeonato, Diana e Gadot são uma só, resultado do conciso trabalho de Patty como diretora e a liberdade entregue à Gal como produtora e consultora criativa.

Mas Mulher-Maravilha 1984 não se resume apenas às duas, uma vez que ambas conseguem se misturar bem com os coadjuvantes da história, que, em momentos-chave, tornam-se protagonistas e entregam interessantes camadas ao filme. Kristen Wiig mostra ao grande público sua capacidade em entregar um papel mais dramático, ainda que use o seu conhecimento cômico para usar como o escapismo de sua tímida e incompreendida personagem, responsável por constantemente roubar cenas.

Chris Pine, por sua vez, volta a apresentar seu charme como o divertido e bobo Steve Trevor, personagem que dá leveza à trama e a oportunidade de vermos Diana mais vulnerável emocionalmente – e de Patty introduzir a sua visão do ano de 1984 e da década de 80. Seu retorno, inclusive, é convencional e aceitável, sendo o resultado do teor místico que este filme ganha. Enquanto em 2017 Diana era introduzida a um mundo mais realístico e livre de misticismo (ok, tínhamos deuses e tudo mais), em 2020 a Mulher-Maravilha adentra mais a fundo na literatura fantástica dos quadrinhos e aposta em um lado mais fantástico, ainda que apresente problemas reais e atemporais.

Por sua vez, Pedro Pascal traz ao público um interessante vilão dono de uma interessante jornada. O ator é, possivelmente, o que mais brinca com a sua atuação, apostando em momentos de loucura completa, desespero, megalomania e egocentrismo. É o combo perfeito para um antagonista, indo de encontro direto para tudo que Diana representa e servindo de chave para estabelecer a moral que o filme trás.

Mulher-Maravilha 1984 termina sendo uma sólida sequência para um sólido primeiro filme, com interessantes mudanças criativas atrás das câmeras (Jenkins assumindo o roteiro, enquanto Gadot entra na produção e consultoria) que só adicionam pontos positivos no resultado final. Do início, com a Olimpíada das Amazonas, ao fim, com a Armadura de Ouro, o segundo capítulo da jornada de Diana não decepciona, e só serve para criar uma expectativa ainda maior para um possível terceiro filme e aquecer o coração acalentado de um mundo em quarentena.


LANÇAMENTO FÍSICO E VIRTUAL
Mulher-Maravilha 1984 estreia por aqui no dia 17 de dezembro, indo à todos os cinemas que estão atualmente abertos. Nos Estados Unidos, o filme estreia dia 25, com lançamento simultâneo pelo HBO Max – ainda inédito em terras brasileiras.

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