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Crítica: “Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald”

No novo capítulo de “Animais Fantásticos”, a magia está de volta em uma trama sombria e intensa, repleta de segredos prestes a serem revelados.

A magia está de volta no novo filme da franquia “Animais Fantásticos”, spin-off do universo Harry Potter, prometendo revelar ainda muitos segredos


 “A magia floresce apenas em almas raras. Ainda assim, nós devemos nos esconder nas sombras. Mas os métodos antigos não nos servem mais”, assim afirma o discurso de Grindelwald, o personagem de Johnny Depp, durante um pronunciamento a seus seguidores, sugerindo uma rebelião no mundo bruxo em uma das cenas de Animais Fantásticos: Os Crimes de Grindelwald, que chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (15/11).

O segundo filme da franquia ambientada no mesmo universo de Harry Potter, aposta em uma atmosfera mais sombria em comparação ao seu antecessor, trazendo elementos conhecidos do mundo mágico criado por J. K. Rowling e muito admirado ao redor do mundo.Em Os Crimes de Grindelwald vemos aparecer realmente à expansão desse universo, diferentemente de seu antecessor, mais preocupado em apresentar ao público os animais fantásticos e a narrativa que marca a nova investida da autora e do diretor David Yates, que comandará todos os 5 filmes da nova franquia do Mundo Bruxo.

https://www.youtube.com/watch?v=YNskLKO_FzE

Intenso, cheio de referências e muitas vezes fascinante, o filme começa nos Estados Unidos em 1927, aproximadamente da parte em que o primeiro acabou, com a fuga de um dos bruxos mais poderosos e perigosos de todos os tempos, que inspirou Voldemort a tomar suas ações: Grindelwald. No entanto, a história se desloca para a Europa, onde em Londres, Newt (Eddie Redmayne), é orientado por um dos magos mais fortes do mundo e futuro orientador de Harry, o jovem Dumbledore (Jude Law).

Nesse contexto, o protagonista se junta aos companheiros do filme anterior, Jacob (Dan Fogler), Tina (Katherine Waterston) e Queenie (Alison Sudol), para partir em busca de Credence (Ezra Miller), antes que Grindelwald o encontre e possa usá-lo como arma para o seu plano de dominação mundial. Porém, o fantástico não fica apenas para os animais, o mundo de Harry Potter aparece através de vários elementos, para a alegria dos fãs da saga. Personagens como Dumbledore, a professora Mcgonagall, e ainda o famoso Nicolau Flamel complementam a sequência e trazem para a narrativa a nostalgia de um ambiente já conhecido pelos admiradores da saga.

Além disso, o espelho de Ojesed, a aula de como enfrentar o bicho papão e até a própria Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts também contribuem para o clima de lembrança. Para os que não conhecem muito do universo criado por J.K. Rowling, podem demorar um pouco para entender algumas situações, pois as explicações geralmente vem depois.

O filme apresenta menos ação que o primeiro, levando em consideração que muitas tramas secundárias precisam ser desenvolvidas e esclarecidas, e a investida cômica é menor, trazendo assim, um roteiro mais denso e sombrio, marcado por cenas particulares de ação fortes que exploram os recursos da produção, como os embates entre os bruxos e em especial, a fuga do Ministério da Magia francês. Porém, a narrativa poderia ter elaborado melhor as questões do próprio filme e universo, explicando os momentos e situações para além das analogias e explosões grandiosas. Mas, você, fã ou não da saga, certamente irá sair impactado e um pouco confuso da sala de cinema. Nada que um próximo filme da sequência não possa resolver.

Ao fim do filme, a sensação é de que a obra se preocupou mais em ligar o filme anterior à sequência do que em desenvolver seus próprios conflitos. Por vezes confuso e sem grandes explicações, o longa surpreende nas construções, efeitos especiais elaborados, fotografia potente, novos truques de magia e animais fantásticos, enfim, uma montagem visual que impressiona e convence, principalmente os fãs da saga Harry Potter.

Ainda, uma das maiores conquistas da produção é a reflexão promovida a partir de um discurso que, apesar de passado na época retratada, parece muito atual. Grindelwald, durante reunião com seus “seguidores”, mostra o poder da fala ao convencer pela falta, isto é, trazendo as pessoas para o seu lado, para lutarem consigo, prometendo ocupar o lugar de direito dos abandonados e colocados à margem da sociedade bruxa. Assim, ele consegue ocupar o espaço que faltava nestas pessoas e alcança sentimentos e questões tidas como prioridade pelos mesmos, conquistando assim, seu respeito e admiração. Qualquer coincidência com a realidade atual brasileira e de diversos países do mundo não é mera coincidência.

Acima de tudo, somos surpreendidos pelo espetáculo visual do universo de J. K. Rowling, um mundo mágico que nos encanta a muito tempo e promete continuar trazendo para a nossa realidade, um pouco de mistério e aventura. Afinal, mais uma vez venceu a magia. E como já dizia Newt, “Grindelwald não consegue lidar com a natureza das coisas que considera simples’’.

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