fbpx

Já imaginou se o seu reflexo no espelho fosse uma espécie de “gêmeo do mal’? Essa é a premissa de Não Olhe, filme de terror que explora a temática do próprio reflexo como motivador do horror presente na relação entre nossa imagem (o que projetamos) e o de fato somos.

A trama tem como protagonista Maria (India Eisley), uma jovem insegura e solitária que sofre bullying dos colegas de escola e tem em sua única amiga, na verdade, uma potencial grande inimiga. Em casa, seu pai (Jason Isaacs) só se importa com sua aparência física e sua mãe é extremamente indiferente. Em poucas palavras, a vida de Maria é bastante complicada. Um dia, a garota é surpreendida ao ser respondida pelo seu reflexo no espelho. Contudo, diferente dela, o reflexo, que se apresenta como Ariam, é uma garota segura de si e deseja se vingar de todo mundo que lhe fez mal. Maria fica extremamente tentada com a proposta já que não aguenta mais sofrer tanto.

Em Não Olhe, o diretor Assaf Bernstein traz uma proposta de fazer uma espécie de mundo invertido, aquele que é sugerido na relação com a projeção no espelho, mas que não funciona bem. Como o reflexo nunca havia aparecido antes? Outras pessoas têm um reflexo “do mal” também? Apesar de básicas, são questões que passam pela cabeça do espectador ao assistir e que, em momento algum, o cineasta – que também assina o roteiro do filme – se preocupa em responde-las ou em aprofundar essa certa “mitologia”.

Não há nenhuma explicação sobre como é esse mundo dos reflexos, ainda que o filme tente justificar um pouco o motivo de Maria ter essa “gêmea do mal”, mas que também não faz tanto sentido dentro da própria lógica de Não Olhe. Mais do que isso, o enredo tinha potencial para aprofundar o tema da projeção, de confrontarmos a nós mesmos, algo que o diretor também parece se desinteressar e não levar para frente.

Assim, apesar de ser considerado como terror, eu diria que seria melhor categorizado como drama. Fica a sensação de que a protagonista era tão solitária e angustiada que ela passa a conversar com o reflexo em busca de alguma companhia, além de que toda a sede de vingança de Ariam era, na verdade, o que ela mesma queria fazer mas não tinha coragem.

Ao final, Não Olhe é um filme que perde seu bom potencial, tanto para a ambientação de tensão, quanto para o tema mais reflexivo que é abordado de forma rasa. Um filme ruim de terror, mas bom para uma psicanálise.

Compartilhe

Twitter
Facebook
WhatsApp
Telegram
LinkedIn
Pocket
relacionados

outras matérias da revista

Filmes
Bruna Curi

Isso não é uma comédia romântica

“Megarromântico”, filme estrelado por Rebel Wilson, faz uma paródia de comédias românticos de um jeito diferente do usual e bastante divertido. Você já imaginou como seria viver dentro de uma comédia romântica? Em um mundo que parece ser lindo e “cor de rosa”, com as pessoas cantando em momentos aleatórios e fazendo gestos grandiosos e românticos apenas para te conquistar? Essa é a premissa do filme Megarrromântico, dirigido por Todd Strauss-Schulson. Logo no início da trama, nós conhecemos Natalie (Rebel Wilson), uma arquiteta que não gosta de nada que envolva muito romantismo – ela abomina qualquer tipo de clichê dos

Leia a matéria »
Back To Top